Sem o ar sério de âncora e editor-chefe do 'Jornal Nacional', William Bonner mostra uma outra face, a de 'tio' do Twitter, onde tem mais de 470 mil seguidores: 'É um lugar onde apenas me divirto. Ninguém me segue em busca de notícias'
Redação Publicado em 06/04/2010, às 16h49 - Atualizado às 17h36
Quando abriu sua conta no Twitter, William Bonner, retrato de jornalista sério e comprometido que comanda o Jornal Nacional, não tinha ideia de como funcionava a ferramenta que, a cada dia, conquista mais adeptos pelo Brasil. "Achava meio vergonhoso um jornalista não saber do que se tratava. Entrei só para ver o que era. E meu número de seguidores crescia sem que eu dissesse uma palavra", contou o jornalista ao Portal CARAS.
Mas, em poucos meses, sem o ar sério de âncora e editor-chefe do Jornal Nacional, Bonner começou a mostrar uma outra face para os telespectadores que a acompanham diariamente, o de 'tio' do Twitter, onde tem mais de 470 mil seguidores: "É um lugar onde apenas me divirto. Ninguém me segue em busca de notícias."
E mesmo sem querer, o sucesso no microblog foi reconhecido. No início do mês de março, William Bonner ganhou o Oscar do Twitter - o Shorty Awards - na categoria Jornalismo. Na época, ele usou seu perfil no microblog para agradecer pelo prêmio e reconhecer que raramente usa o Twitter para fazer jornalismo.
"Se eu disser que fiquei sem palavras (nem caracteres) vocês acreditam? Eu jurava que não venceria, por não fazer jornalismo aqui. O prêmio é de todos os sobrinhos que votaram e que curtiram ver o âncora sério brincando com o pijamão listrado e consultando o doutor...", escreveu.
Confira, abaixo, a conversa de William Bonner com o Portal CARAS, em que ele conta como foi conquistado pelo Twiiter:
- Como e por que você abriu uma conta no Twitter?
- Achava meio vergonhoso um jornalista não saber do que se tratava. Entrei só para ver o que era. Sinceramente, não tinha muita ideia de como funcionava. Mas, uma vez aberta a conta, você tem que movimentá-la. E meu número de seguidores crescia sem que eu dissesse uma palavra. Se não me engano, o primeiro post que deixei era algo do tipo 'vamos ver para que serve esse troço'. Deixei ali por semanas e o número de seguidores começou a crescer.
- Como não sabia para que servia o Twitter, qual função você deu para o microblog?
- Comecei a usar mais a ferramenta por causa do livro, Jornal Nacional - Modo de Fazer - lançado para celebrar os 40 anos do Jornal Nacional. Anunciei o local e a data dos lançamentos. Depois contei que não ficaria com um centavo da venda do livro, destinando integralmente o dinheiro para a Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (USP).
- E quando foi que você começou a mostrar sua outra face?
- A coisa tomou outro rumo quando entrei num sábado para ver como estavam as coisas. Fiz algum comentário sobre alguma música e sobre um verso da Cecília Meireles. Foi chegando a hora em que eu tinha que me preparar para um jantar na minha casa. Falei que ia tomar banho porque os convidados estavam para chegar. Um bricalhão perguntou se eu não ia colocar a receita do que seria servido. Falei que era uma boa ideia, mas fiz uma brincadeira. Falei que, se depois do banho eu estivesse com 7 mil seguidores, colocaria a receita da minha sobremesa. Quando voltei, estava com muito mais seguidores. Ficou uma situação insustentável. E lá estava eu, jornalista, colocando uma receita de brigadeiro no Twitter.
- Foi aí que o Twitter virou seu espaço de diversão?
- É uma brincadeira. Essa é a grande sacada do Twitter. É um lugar onde apenas me divirto, jamais me aborreço. Pela própria natureza do microblog, caso eu aborreça algum seguidor, ele pode parar de me seguir e ficamos todos felizes. É um espaço muito democrático.
- E você acredita que as pessoas já entenderam isso?
- Ninguém vai me seguir em busca de notícias. Não é o foco para isso. As notícias estão no Jornal Nacional, todos os dias na Globo. O Twitter é meu espaço para a brincadeira, para eu me divertir.
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