'Chico Anysio é uma fortaleza', diz Malga

"Chico Anysio é uma fortaleza". Foi assim que a mulher do humorista, Malga Di Paula, descreveu o seu marido, que está internado há cerca de dois meses. Em tratamento no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro, por conta de obstrução na artéria coronária, o artista vem lutando a cada dia para a sua recuperação."Tivemos muito altos e baixos. Mas acreditamos que isso vai acabar e ele vai voltar para casa", contou ela. Os dois estão juntos há 12 anos e os últimos meses foram muito difíceis. "Sem dúvida está sendo o pior momento que já passamos na vida. Eu encontro força no Chico. Ele é uma fortaleza para todos que estão ao seu redor", revelou Malga. Em entrevista ao Portal CARAS, Malga conta como está a saúde do humorista, onde busca forças para permanecer forte ao lado do amado, as visitas e os planos para o aniversário de 80 anos dele. Confira: - Como o Chico Anysio está? - O Chico continua no CTI, com traqueotomia e ainda precisa da ajuda do respirador, mas a cada dia menos. Estamos bastante otimistas que em breve ele já esteja respirando sozinho e possa ir para a Unidade Intermediária. - O que os médicos falam da recuperação dele? - Os médicos não dão previsão de alta, sabemos que ainda há um longo caminho a ser seguido e o importante é que ele saia bem do hospital. - Você acredita que o Chico vai sair logo dessa internação? - Sinceramente não acredito que seja tão logo, mas minha ansiedade está controlada, tudo no seu tempo. Preciso me manter calma para ajudá-lo a ter paciência e aguentar firme. - O Chico está confiante ou triste? - Durante estes quase 60 dias tivemos muitos altos e baixos, mas na verdade sempre acreditamos que isso vai acabar e ele vai voltar para casa. Claro que ele está triste, mas sabe que é um sobrevivente e se alegra por isso. - Ele chegou a falar sobre a recuperação com você? - Às vezes ele fica um pouco confuso, o que é normal depois de um longo confinamento, então, ele sempre tem muitos questionamentos. Eu faço tudo que posso para mantê-lo atualizado. - Vocês estão juntos há 12 anos, esse é o momento mais difícil que já passaram? - Sem dúvida, este foi o pior momento. Inclusive com a morte da Lupe Gigliotti (irmã do humorista, que faleceu dezembro de 2010), que o Chico ainda não sabe e será a maior de todas as dores quando ele souber. - Onde você busca forças para ficar ao lado do Chico? - A maior força eu encontro no próprio Chico. Ele é uma fortaleza para todos que estão ao seu redor. Outra parte da minha força, eu encontro na minha família, que é maravilhosa, e nos amigos queridos que nunca me abandonaram. - Você reza muito por ele? - Eu não tenho muito o costume de rezar, da forma tradicional. Eu me conecto mais com a Energia Divina através do Silêncio. Peço pouco, agradeço mais. Converso mais com São Jorge e passei sérias responsabilidades a ele quanto à recuperação do Chico (risos). Eu e ele temos um pacto, cada um cumpre a sua parte e por isso continuamos sendo grandes amigos e nos ajudando. Minha fé em São Jorge me ajudou muito a superar as piores fases e ele certamente ajudou muito ao Chico. Também pedi a São Francisco cuidar dele já que é seu Santo de devoção. - Você fica no hospital com ele ou somente nos horários de visita? - Os horários de visita são das 12h às 13h e das 16h às 18h. No primeiro horário normalmente vão os filhos, os amigos e nossos funcionários, eu vou no segundo e passo o tempo todo o tempo com ele, mas são apenas duas horas, é muito pouco e eu sempre saio triste, pois o anoitecer é o pior horário para quem está se sentindo só. - Quais amigos já foram visitá-lo? Como o Chico reagiu com a presença deles? - Foram as pessoas que o Chico mais gosta, que no fundo são os verdadeiros amigos. Já falei das visitas do Tom Cavalcante, do Boni, do Sherman, do Peri Ribeiro, do Ciro Gomes e a Patrícia Pilar, mas há outras pessoas também que preferem que eu não fale, por isso, respeito sua privacidade. Posso afirmar que o Chico ficou igualmente feliz com as visitas das pessoas famosas, e das visitas na secretária Luciane, dos motoristas João e Jorge, e também de D. Marta, D. Rivalda, D. Sônia e Juliana, que trabalham na nossa casa e são tão amados quanto os amigos. - Segundo os boletins médicos, Chico está conseguindo se comunicar com a família. O que ele costuma falar com você? - O Chico se comunica por mímicas e por leitura labial. Ele sempre está preocupado com todo mundo. Ele é incrível, está preso a uma cama e fica se preocupando com os outros. - Antes do Chico ser internado, vocês fizeram planos juntos para 2011? - Eu estava preparando um evento surpresa para comemorar os 80 anos dele que será em 12 de abril. Acredito que não dará tempo de fazê-lo da forma que eu quero para o dia do aniversário, mas, comemoraremos os 80 anos de Chico Anysio ao longo de todo o ano. - Como foi passar o Natal e o Réveillon com o Chico internado? - Foi estranho, junto com a tristeza de estar no hospital, havia a alegria por ele estar vivo. Nunca mais quero passar por esta experiência novamente e acho que ninguém merece passar, mas faria tudo de novo. Ficaria em pé ao lado da cama mesmo com ele inconsciente, como foi no Réveillon.