Famosas assinam criações para as grandes marcas e emprestam seus estilos às peças
Redação Publicado em 05/07/2010, às 19h26 - Atualizado às 19h48
Foi a primeira gravidez da princesa Grace Kelly que transformou um acessório "comum" - uma bolsa Hermès - em objeto de desejo de milhares de mulheres em todo o mundo. Era com uma enorme bolsa de viagem da marca francesa que a princesa de Mônaco escondia a barriga em eventos públicos. O modelo escolhido por ela, quadrado e de couro marrom, nem nome tinha. Mas o período de anonimato não durou muito. Logo, a Hermès aproveitou a oportunidade e, como uma forma de homenagem, batizou a bolsa de "The Kelly". Assim, Grace trouxe ao mundo o príncipe Albert II e uma nova moda. E com o passar dos anos, a arte de associar bolsas a personalidades foi se desenvolvendo. Se a bolsa Kelly nasceu quase por acaso, o modelo Birkin, criado em 1984, também pela Hermès, já mostra como o processo se tornou mais complexo, com a celebridade se envolvendo diretamente no processo de criação. A atriz e cantora Jane Birkin queria uma bolsa que coubesse dentro da cabine do avião em suas viagens. Diante desse desejo, a marca criou - junto com Jane - uma peça com as medidas que ela imaginava e um desenho que fosse elegante. Em pouquíssimo tempo, a bolsa Birkin se tornou um clássico.
Já na década de 1990, quando as grandes grifes viram seus negócios esfriarem, os acessórios ganharam destaque. E mais investimentos. Modelos e atrizes famosas, invejadas e copiadas, passaram a estampar campanhas publicitárias ostentando peças que elas próprias assinavam. Uma boa sacada que fez (e ainda faz) sucesso, porque foca um determinado público-alvo e agrega valor ao item. Esse tipo de associação traz para o produto características da celebridade em questão. De lá para cá, surgiram peças criadas por Madonna, Mischa Barton (atriz do seriado The O.C.) e até Paris Hilton.
Kate Moss, uma das maiores influências do mundo da moda, também aderiu. Depois de fazer oito campanhas em quatro anos para a LongChamp, foi convidada para desenhar uma linha de bolsas para a grife francesa. O modelo foi lançado este ano. "Eles me entendem, eu realmente gosto de trabalhar com eles e isso pareceu um progresso natural", diz Kate. Já havia algum tempo que Sophie Delafontaine, a diretora artística da marca, conversava com a modelosobre moda durante os intervalos das sessões de fotos e a usava como fonte de inspiração para suas criações. Mas agora o objetivo era outro.Tudo foi feito para responder aos desejos, ideias e especificações precisas da modelo.
O primeiro passo, então, foi em direção ao closet de Kate. "Ele é incrível e lá eu pude entender melhor do que ela gosta", conta Sophie. "Depois, enquanto conversávamos sobre formas, ela deixou claro que não queria nada muito pequeno, porque se preocupa com o aspecto funcional das coisas". Por isso, surgiram bolsas com duas alças, para que uma sempre fique apoiada no ombro enquanto se procura por algo lá dentro. Cada sugestão apresentada a Kate foi analisada de todos os ângulos e, aos poucos, ganhou os contornos exatos do que ela queria. Cores e tecidos também foram temas de reuniões. Não faltaram viagens entre Londres, onde a modelo mora, e Paris, onde fica o ateliê da marca, para que nada passasse batido.
No Brasil não é diferente. A parceria entre a modelo e apresentadora Ana Hickmann e a Cordez já tem quase quatro anos. "Escolhemos a Ana porque ela é carismática, elegante e está em evidência", conta Jani Kim, gerente de marketing da empresa. "Além disso, ela zela pela imagem dela e se preocupa com qualidade, como nós". A criação é feita em conjunto e cada peça recebe, ou não, o aval da artista. "O que ela não gosta fica de fora", diz Jani. Uma linha com três bolsas demora, no mínimo, seis meses para ficar pronta. E como os designers da Cordez ficam na China e na Coreia, eles mandam pesquisas de cores, temas e desenhos e Ana vai dando sua opinião.E a bolsa final ela também usa.
Personalidades sempre foram referências para o público. Imaginar que você carrega algo que foi desenhado por um famoso e recebeu sua aprovação sugere até certa intimidade. E afinal, que mulher não gostaria de "se sentir" um pouco como Grace Kelly, Jane Birkin ou Kate Moss?
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