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Betty Lago: 'Tô afim de viver!'

A atriz Betty Lago conta o que a fez ficar chateada quando era contratada da Rede Globo. Na nova novela da Record 'Vidas em Jogo', a atriz interpretará pela primeira vez uma personagem popular

Redação Publicado em 27/04/2011, às 04h46 - Atualizado às 05h27

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Betty Lago - Anderson Borde/AgNews
Betty Lago - Anderson Borde/AgNews
A atriz Betty Lago voltará às telinhas na próxima novela da Record, Vidas em Jogo. A ex-global, que está distante da TV desde a minissérie Cinquentinha, fará pela primeira vez uma personagem pobre na pele da empregada doméstica Marizete. "Eu estou adorando. É o personagem mais diferente que eu já fiz. É o primeiro personagem tão popular. Pena que será assim por pouco tempo porque eles [outros personagens] vão ganhar na loteria. Ela vai ficar milionária e vai se achar, como todo mundo que ganha dinheiro". Em entrevista à CARAS Online, Lago revelou que sentia falta de interpretar um papel menos sofisticado, diferente do que estava habituada a fazer. Ela também conta o que a fez ficar chateada enquanto era contratada da Rede Globo. - Você sentia falta de fazer uma personagem menos sofisticada? - Sentia. Mas nem batalhava por isso. Até pedia para fazer testes, mas as pessoas diziam que não tinha nada a ver porque não iria ter credibilidade. Claro que tem, depende de quem está fazendo. Então, foi interessante quando o Avec [Alexandre Avancini, diretor] me chamou e achou que eu poderia fazer. Fiquei emocionada. Está um trabalho muito bonito. - Você se inspirou em alguém específico? Na sua empregada doméstica, por exemplo? - Não, eu acho que a gente vive isso. A minha empregada já tem atitude de quem já ganhou na loteria. É mega metida. E como estamos juntas há 30 anos, já virou uma relação de amizade. É uma amiga. Mas, às vezes, eu leio os textos e pergunto como ela leria. E ela sempre vem com um tom abusadíssimo. Então não chega a ser uma inspiração, mas é uma consultoria. - Então como você se inspirou? - A gente sempre vê essas empregadas de uniforme. Eu tenho uma certa implicância com essa coisa uniformizada: Aquelas babás de manhã, de tênis, calça comprida, faça o calor que fizer. É uma coisa que você vê muito mais no Brasil do que em qualquer outro país desenvolvido, essa pseudo-pompa. Tem uma coisa subserviente que é a cara da nossa cultura. É a gente mesmo. - Você acha que tinha esse lado mais popular e o que você fazia não abria espaço para mostrar isso? - Todo mundo tem. É um range que todo artista deve ter, de poder fazer de A a Z, independente do seu biotipo. É como se você dissesse que pessoas pobres não podem ter traços finos. É quase isso. Eu tinha vontade de fazer [uma personagem popular] e está sendo muito interessante, muito bom. Eu nunca tinha trabalhado com a Beth [Goulart], lá na Globo. Então, estamos fazendo uma dobradinha muito gostosa. - Você andava meio longe da televisão. Foi por opção mesmo? - Eu fiz Cinquentinha. Depois, o Miguel [Falabella] me chamou para fazer Vida Alheia. Aí, o Aguinaldo [Silva] ia fazer uma segunda temporada de Cinquentinha, e aquela política da Globo de colocar reserva, que eu acho super errada, porque eu não estava contratada. E eles me reservaram e o Miguel não pôde [incluí-la no elenco de Vida Alheia]. Aí, ele chamou a Marília Pêra para fazer a personagem que eu faria. Isso me deu aquela desanimada porque eu queria fazer Vida Alheia. Depois, vinha a novela do Miguel e eu fiquei meio que esperando. Sabe quando você fica com vontade de trabalhar com outra pessoa? Além disso, eu não tinha o frisson de estar sempre no vídeo, só para me mostrar. Essa é uma mentalidade brasileira. Não é por aí. Tem outras coisas. Tô afim de viver! Quero ir para Nova Iorque, fazer outras coisas. Quero viajar, estudar. Não é que você se afasta, mas vai fazer outras coisas.