Ana Maria Braga estreia reality 'Super Chef Celebridades', diz que se sente muito bem ao 63 anos e confessa que não perde um capítulo de 'Avenida Brasil'
Durante três semanas, Ana Maria Braga (63) comandará o ‘Super Chef Celebridades’, um reality que reunirá os atores Milena Toscano (28), Max Fercondini (26), Adriana Birolli (24), Sérgio Loroza (45), Dig Dutra (36), Luiz Salém (48) e o cantor Falcão (54) no Mais Você. A apresentadora conta como surgiu a ideia de fazer o reality com celebridades, de seus 20 anos na televisão, de como se sente no papel de avó e revela que é noveleira e não perde um capítulo de “Avenida Brasil”.
- Como surgiu a ideia de fazer um Super Chef com celebridades?
- Tudo o que a gente tem de ideias é um pouco fruto de um grupo que pensa bastante, mas tudo pela orientação do Boninho, que é o rei das boas ideias. Esse Super Chef atende a curiosidade das pessoas de ver como é que os artistas vivem, trabalham, ficam em casa, fora das novelas. Eles não são pessoas tão especializadas quanto estudantes de gastronomia, como era a proposta anterior. Então, fica mais ao alcance de todo mundo em casa. São grandes artistas, mas não são grandes cozinheiros e quem se identifica com essa dificuldade diante das panelas poderá aproveitar junto com eles.
- Interferiu na escolha dos participantes?
- Fizemos uma lista enorme. Faz mais de dois meses e meio que a gente está trabalhando em quais as possibilidades reais de quem vai pra cozinha. Não poderia ser um artista que não tivesse nenhuma intimidade com as panelas, porque não teria de onde começar, teria que ser um beabá. E já que a proposta é que saiam daqui com a noção adiantada do que é uma gastronomia mais refinada, vanguardista, a gente passa por vários segmentos nos workshops, desde como usar as facas até chegar a uma apresentação mais sofisticada de chef. A pessoa teria que primeiro gostar de cozinhar e já ter essa intimidade.
- Por que investir em reality dentro do programa?
- É um reality que tem tudo a ver, porque boa parte do programa é dedicada à gastronomia, e não é como o BBB e os outros realities que mostram 24 horas dos participantes, as intimidades. Tem o prazer também de ganhar um prêmio (50 mil reais e um carro). Agora, eles estão sossegados, sempre começa assim, é uma turma legal e parece que ganhar ou não ganhar o importante é participar, mas como teremos uma eliminação mais rápida, quando eles sentirem que um já foi embora na quarta-feira e já vai outro, vem à tona o que está dentro de qualquer ser humano que é querer ganhar. Daqui a uma semana e meia a gente já vai vê-los de maneira diferente.
- Esse reality reúne vários atores. Você é noveleira?
- Sou noveleira, nossa, adoro, não perco “Avenida Brasil” por nada nesse mundo, se não estou, mando gravar. Sou espectadora também, não é porque conheço todo mundo que não vejo, ali são personagens. Essa novela é instigante porque mudou o ritmo da novela brasileira, é uma fase e a gente tem que participar das mudanças de linguagem. Não sei se Nina ou Carminha, porque essa Nina também está péssima (risos). Também assisto a “Cheias de charme”, adoro as meninas.
- São 13 anos de Globo. Que análise você faz dessa experiência?
- Quando faço um retrospecto, não consigo parar em 13 anos de Globo. Vejo 20 anos de televisão, nessa área que faço. O aprendizado veio lá de trás, na primeira interferência minha na TV, nos anos 80, na Tupi, fui aprendendo com tudo o que fiz, química, biologia, zoologia, matemática, área comercial, ser mãe e agora ser avó, tudo o que a vida me deu, cada fase foi colaborando pra que eu sentisse que o trabalho poderia ser mais completo, abrangente, aprendo todo dia.
- Você já é avó e está muito bem fisicamente. Qual o segredo para manter a jovialidade?
- As mulheres vieram mudando nos últimos 20, 30 anos. A sociedade mudou e a sociedade veio mudando, mas eu me sinto ultra bem mesmo. No começo, quando falaram que eu seria avó, parei e pensei que não me enxergo avó, naquele conceito de antigamente. A minha nora me chama de “sogrosa”, é a sogra gostosa, já é um começo. Quando eu iria chamar uma sogra minha de “sogrosa”? Não combinava.
- Você sempre se emociona com as coisas que apresenta e as pessoas que entrevista. O que te toca?
- Tem gente que acha que sou chorona por natureza e, na verdade, sou uma pessoa emotiva, tanto para o sentimento, quanto para olhar a sociedade. Tem pessoas que nunca vi na vida e que sofreram um trauma de uma violência qualquer e não consigo conversar com alguém sem me colocar no lugar da outra pessoa, essa coisa de ficar olhando só pro nosso umbigo e não olhar o coletivo... Nunca consegui ser assim, é defeito de fabricação. Olho sempre o lado do outro, mesmo numa discussão, às vezes, quando a pessoa tem um bom argumento, por mais nervosa que eu esteja, tento parar e pensar. Quando a gente vê uma mãe que acaba de perder um filho, seja por violência, doença ou qualquer outro motivo, a gente tenta se colocar no lugar.