Em conversa com Leo Dias, Belo desabafa sobre prisão e se emociona ao relembrar situação financeira
Belo conversou com exclusividade com Leo Dias, do jornal Metrópoles, e falou sobre a sua prisão. O artista está sendo investigado por um show, proibidos devido à pandemia, que realizou no Complexo da Maré, zona Norte da cidade carioca.
Segundo o pagodeiro, a prisão aconteceu quando ele estava com a mulher, Gracyanne Barbosa, na casa de Rodrigo Faro para uma entrevista. Na ocasião, o bate-papo foi interrompido com a chega dos policiais.
"Naquele momento ali, pra mim, a minha vida...passa um filme na minha cabeça. Eu me senti muito envergonhado. A família do Rodrigo, as filhas, eu me senti envergonhado. Minha esposa também, constrangido. Eu não sei o que eu estava fazendo, o que eu fiz. Por que eu fui cantar em algum lugar? Passou um filme na minha cabeça de outros tempos, outras histórias", disse ele, que já foi preso outras duas vezes.
"É crime cantar? Qual foi o crime que eu cometi?", questionou ele.
Durante a conversa, Belo também falou sobre o colégio em que se apresentou e confessou que, muitas vezes, não sabe o local que irá se apresentar. "Eu tenho um escritório que cuida do meu departamento jurídico. Muitas vezes eu nem sei pra onde eu vou. O escritório faz toda a logística para que eu faça o meu show. Dentro desse escritório a minha função é a arte", e continuou: "Se eu fiz alguma coisa errada nessa coisa da aglomeração eu peço desculpas".
O artista garantiu que está no limite e precisa trabalhar para sustentar sua família e toda a sua equipe. "Estamos no limite, as pessoas que trabalham comigo, estamos no limite. Quando a gente sai pros shows é porque a gente precisa. Eu só sei fazer isso, a minha vida é essa, eu só sei cantar. Agora cantar é crime?"
"Se cantar então é crime minha vida acabou. Não faz sentido. [...] O samba sempre viveu muito mais da música ao vivo. E eu vivo disso, minha família vive disso".
Ainda em choque com tudo o que aconteceu, Belo garantiu que ainda está sofrendo. "Tô sem dormir até agora. Eu não quero reviver isso, não quero reviver mais isso, isso pra mim é um pesadelo. [...] Só sai da minha casa pra trabalhar. Eu não bebo, não fumo mais. [...] Eu não posso parar porque muita gente depende de mim, mas é difícil porque passou um filme muto grande na minha cabeça, de tudo o que aconteceu comigo. Não foi fácil, não está
sendo fácil, peço desculpas pro meu público por me ausentar das redes sociais, mas eu preciso de um tempo. Quero ficar mais recluso, entender o que aconteceu, não quero passar por nada disso de novo".
Leo Dias questionou se Belo acredita que sua prisão significa uma "polícia preconceituosa". "Eu não quero pensar isso, não quero nem pensar isso".
No final do bate-papo, o colunista perguntou se Belo ainda irá gravar o seu novo DVD, que estava marcado para o mês de março. Muito abalado e aos prantos, ele afirmou: "Nesse momento eu não sei mais porque eu vendo amor, o que eu quero passar pela minha musica é verdade, coração".
Leo interrompeu o pagodeiro e garantiu que ele é muito querido pelo público e também por outros artistas do meio. "A questão não é essa, é meu psicológico está abalado. Eu tenho certeza que eu vou dar a volta por cima, mas tomei um baque muito grande. De repente agora não tô preparado. Acho que é um momento de união, estamos vivendo uma pandemia, se a gente se unir pode fazer muto mais".
"Eu quero ajudar as pessoas, não quero ser um empecilho, uma coisa ruim,a música não é isso. [...] O nosso setor esta muto fragilizado, muita gente passando fome, sem trabalhar. [...] Eu só não quero ficar sofrendo injustiça, não cometi crime nenhum, não fiz nada de errado", concluiu.
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