Em entrevista à CARAS Brasil, Will Santana fala sobre nova temporada de ondas gigantes e explica como a cumplicidade é importante no esporte
Will Santana (33), referência no surfe de ondas gigantes, encara mais uma temporada em Nazaré, Portugal, conhecida pelas maiores ondas do mundo. Apesar de um ano atípico, com cirurgias e uma rotina mais agitada, o atleta se mantém focado. Em entrevista à CARAS Brasil, ele enfatiza a importância do trabalho em equipe no surfe de ondas gigantes: "Esporte de alto risco", revela.
No universo do surfe de ondas gigantes, onde o risco é altíssimo, o trabalho em equipe é fundamental. Will não esconde a gratidão à sua equipe, a Equipérigo, formada por outros nomes consagrados, como Lucas Chumbo (29), Pedro Scooby (36) e Lucas Fink (26): "É um esporte de alto risco, nós que queremos surfar as ondas gigantes temos que ter uma equipe".
Além de colegas de profissão, eles são amigos que compartilham treinos e momentos fora d’água. "É sempre bom estar com meus amigos aqui. É bem frio e não tem muita coisa para fazer, só surfe e treino. Então, estar com eles aqui é muito bom e importante", conta.
Essa união reflete em eventos como o Big Wave Grand Prix, uma nova competição que valoriza não apenas os surfistas, mas também os pilotos de jet skis e cinegrafistas, o que reforça o caráter coletivo do esporte. "Vai ser o primeiro ano desse evento, uma nova modalidade de competição onde todos os principais swells de Nazaré vão ser transmitidos ao vivo pela internet. Vai ter premiação não só para os surfistas, mas também para pilotos de jet skis e filmmakers. Isso é muito importante para a comunidade do big wave, porque é um esporte em equipe, tipo Fórmula 1", compara Will.
Além de participar do Big Wave Grand Prix, Will também comemora fazer parte do Gigantes de Nazaré: "Para mim, que sou brasileiro, é muito importante ser um dos convidados para participar do Gigantes de Nazaré. Essa competição é muito importante para nós, brasileiros, e eles foram os primeiros a me convidar para um evento", relembra.
Embora as primeiras ondas da temporada ainda não tenham atingido o tamanho esperado em Nazaré, Will mantém o entusiasmo. "Quando se fala em Nazaré, a qualquer momento pode entrar uma onda gigante no mapa, e aí sim o coração acelera, e é difícil saber lidar com isso", compartilha.
O atleta revela que viveu uma preparação atípica esse ano: passou por duas pequenas cirurgias e precisou conciliar os treinos com viagens e trabalho. "Devido a esses acontecimentos, foi um ano em que não consegui treinar tão bem quanto eu queria, mas, em compensação, eu nunca abro mão de uma boa alimentação e de um bom sono", conta sobre a rotina de preparação.
As mudanças climáticas, segundo o Will, também afetam o surfe de ondas gigantes e podem ser uma das explicações para a baixa quantidade de ondas enormes em Nazaré: "O clima, todos os anos, vem mudando bastante. Este ano está bem quente, então as tempestades que formam as grandes ondulações não conseguem se aproximar muito da costa devido à massa de ar quente. Isso faz com que tenhamos menos ondas e mais calor", explica e reforça o nosso papel na preservação ambiental: "Temos que estar atentos e tentar ajudar ao máximo o nosso planeta".
Mesmo com uma carreira consagrada, Will continua sonhando alto. "Sei que já realizei alguns sonhos que tinha na infância, mas ainda tenho muito a realizar", afirma. Para o atleta, é essa vontade de evoluir que o mantém motivado e comprometido a deixar um legado no surfe de ondas gigantes.
"Em minha carreira, sempre que conquisto algo que sonhei, tenho o próximo passo ou o próximo sonho para concretizar. Isso é o que me mantém vivo e cheio de vontade de escrever minha história e deixar o meu legado", conclui o surfista.
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