Em entrevista à CARAS Brasil, o reumatologista Fabio Jennings explica que o lúpus aumenta bastante o risco de mortalidade em mulheres jovens como Isabella Oliveira
Isabella Oliveira, bailarina da cantora Claudia Leitte (44), que morreu aos 21 anos, no último sábado (2), teve uma parada cardíaca durante um ensaio de dança. A informação foi confirmada pelo namorado dela, Gabriel Genain, nas redes sociais. Segundo o rapaz, a dançarina tinha insuficiência cardíaca e lúpus – uma doença sistêmica autoimune. Em entrevista à CARAS Brasil, o reumatologista Fabio Jennings explica que o lúpus aumenta bastante o risco de mortalidade em mulheres jovens. "Pode ser fatal", alerta.
De acordo com o especialista, o Lúpus Eritematoso Sistêmico é uma doença sistêmica autoimune, que pode comprometer múltiplos órgãos como pele, articulações, coração, rins e sistema nervoso. “É uma doença com causa não bem esclarecida, mas existem múltiplos fatores predisponentes como sexo, herança genética, raça e infecções. É mais comum em mulheres na idade reprodutiva”, informa.
“Geralmente, o lúpus cursa com doenças associadas como hipertensão arterial, insuficiência renal e cardíaca e acidentes vasculares cerebrais. Então, a própria doença já aumenta bastante o risco de mortalidade em mulheres jovens. No caso da jovem, provavelmente as consequências da doença lúpus levaram ao evento grave e fatal”, continua.
Segundo Jennings , o tratamento depende de um diagnóstico precoce e identificação dos órgãos afetados. “Se faz, primordialmente, com medicamentos imunossupressores como os corticosteroides, metotrexate, ciclofosfamida e micofenolato de mofetila; e mais atualmente, com medicamentos biológicos (anticorpos monoclonais) como o Belimumabe. É importante ainda medidas não medicamentosas como dieta saudável, exercícios físicos e prevenção do tabagismo”, diz.
“Quando o lúpus acomete órgãos vitais como rins, coração, pulmões e sistema nervoso, pode ser fatal. Consequências graves da doença podem ser: insuficiência e até falência renal, insuficiência cardíaca, derrame pleural ou hemorragia pulmonar com insuficiência respiratória, acidentes vasculares cerebrais com sequelas ou ate fatais, inflamações musculares graves, artrites incapacitantes”, continua o reumatologista.
O lúpus - diagnosticado na dançarina - é uma doença que pode gerar preconceito e estigma na sociedade. Fabio Jennings aponta: “O preconceito é gerado pela falta de informação sobre a doença, que não é contagiosa ou transmissível e que necessita de suporte médico, social e da família. Atualmente, a reumatologia dispõem de critérios e exames diagnósticos mais avançados e precisos, além de tratamentos eficazes e seguros, por isso o diagnóstico mais precoce com especialistas é fundamental”.
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