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Agnaldo Rayol conviver com Alzheimer pode ter contribuído para queda? Médico explica

Em entrevista à CARAS Brasil, o reumatologista Fábio Jennings explica qual a relação da Doença de Alzheimer com quedas e avalia caso de Agnaldo Rayol

Fabio Jennings

por Fabio Jennings

Publicado em 13/11/2024, às 19h03 - Atualizado em 14/11/2024, às 10h24

Agnaldo Rayol tinha mais de 70 anos de carreira como cantor, apresentador e ator - Foto: Reprodução/Instagram

O cantor Agnaldo Rayol faleceu no começo de novembro, no dia 04, em São Paulo. Aos 86 anos, ele morreu após uma queda dentro do seu apartamento. Segundo a assessoria, o cantor caiu no banheiro e bateu a cabeça, o que ocasionou um grande corte. Depois do evento, a família do artista falou sobre a queda e revelou que ele havia sido diagnosticado com Alzheimer. Em entrevista à CARAS Brasilo médico reumatologista Fabio Jennings explica relação da doença com a coordenação motora. 

Vanessa Guimarães, afilhada de Agnaldo Rayol, declarou que o cantor se encontrava afastado dos palcos por causa de uma depressão, agravada pela pandemia. "A gente começou a perceber uns primeiros sinais de [perda de] memória. Foi diagnosticado o Alzheimer [...] A gente quis preservá-lo ao extremo", disse Vanessa em entrevista ao Fantástico, da Globo.  

O Dr. Fabio Jennings esclarece que o Alzheimer é uma doença neurodegenerativa progressiva que leva à deterioração das capacidades cognitivas (memória, atenção, raciocínio, linguagem e tomada de decisões) e alterações comportamentais. Por isso, alguns pacientes que sofrem com a doença estão mais propensos a quedas. 

"Além das disfunções cognitivas, os paciente com Alzheimer apresentam fragilidade física, perda de massa e força musculares (sarcopenia), alterações de marcha e equilíbrio e as perdas sensoriais próprias do envelhecimento (como visão e audição). Todos esses fatores aumentam o risco de quedas nos pacientes. Deve-se ainda levar em conta os efeitos colaterais das medicações psicoativas que são utilizadas por idosos com Alzheimer. A prevalência de quedas nessa população chega a ser maior que 50%, sendo que muitas levam a fraturas e eventos graves", declara.

Também foi revelado que Agnaldo Rayol sofria de depressão, que se agravou durante a pandemia da COVID-19. O reumatologista explica: "Os distúrbios depressivos são muitos comumente associados à Doença de Alzheimer". 

"A depressão pode ser um fator de risco para a doença e quando aparece nas idades mais avançadas pode ser uma precursora ou até um dos sintomas iniciais da D. Alzheimer. Muitos estudos ainda tentam esclarecer os reais mecanismos, mas já é de conhecimento a forte associação das duas condições", finaliza o especialista.

Leia mais em: Como Lula pode se prevenir de possíveis quedas? Médico explica

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Fabio Jennings

Dr. Fabio Jennings é médico reumatologista (CRM 86539 SP) do corpo clínico do Albert Einstein com Especialização em Medicina Esportiva pela Universidade de Stanford- California (EUA) e mestrado e doutorado pela Universidade Federal de São Paulo- Unifesp. Atua também como ⁠Supervisor e Assistente da residência de reumatologia da Unifesp e como ⁠coordenador da comissão de mídias da Sociedade Paulista de reumatologia e coordenador da comissão de coluna vertebral da Sociedade Brasileira de Reumatologia.

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