José de Abreu e Camila: uma relação com leveza

Viajar é preciso. Esse é o lema que rege a vida do ator José de Abreu (64) e da estudante de Psicologia Camila Mosquella (29). Juntos há seis anos e sete meses, eles garantem que fazer as malas representa mais do que um simples ato trabalhoso. É um ritual de cumplicidade. "Amamos pegar o carro, o avião ou seja lá o que for e descobrir novos lugares. Isso renova nosso relacionamento. Dividimos descobertas, intimidades e ideias", avaliou ele na romântica estada no Hotel do Frade, em Angra dos Reis, litoral fluminense. No local, eles se divertiram mergulhando e namorando. "É impressionante como posso contar com o Zé em todos os momentos. Preciso disso, tenho um lado mais mulherzinha, meio dramática (risos)", conta Camila que, ao lado do amado, já esteve em países como Estados Unidos, Itália, França, Portugal, República Tcheca e Israel. Para a a virada do ano, o casal já tem programa: viaja a Brasília, onde no dia 1º assiste à posse de Dilma Rousseff (63) na Presidência da República. Apesar da proximidade com o governo e de ser um histórico simpatizante do PT, o ator descarta assumir um cargo político. "Não tem qualquer possibilidade, tenho contrato com a Globo até 2014 e em 17 de janeiro, quando estreia Insensato Coração, começo a gravar a novela", garantiu ele, referindo-se à nova trama das 8. "Milton, meu personagem, está no limite da irresponsabilidade", adiantou Zé, que recentemente filmou Meu Pé de Laranja Lima, inspirado no livro de José Mauro de Vasconcelos (1920-1984), sob direção de Marcos Bernstein (40), em Piacatuba, MG. - O que vocês mais admiram um no outro?Camila - O Zé é romântico, cavalheiro e muito sábio. Tudo ele conhece ou já escutou falar. E é um cara tranquilo, tem sempre a certeza de que as coisas vão se ajeitar. Muitas vezes, eu até me sinto mais velha do que ele. Zé - Camila é maravilhosa. Inteligente, dedicada, simples e não tem nenhuma frescura. Na intimidade, ela é bem engraçada, característica que normalmente não demonstra na rua. Ao mesmo tempo, é responsável, tem uma praticidade no cuidar da casa, enfim, é uma bela companheira. Me complementa de maneira perfeita, gostamos das mesmas coisas. - Ele te ensina muito, Camila? - Com certeza. Zé é bastante experiente, viveu bem a vida. Todos os dias, ao seu lado, aprendo uma novidade. Não tenho realmente do que me queixar. Zé - Confesso que minha sabedoria é meio enciclopédica. Na infância, me chamavam de menino curioso, queria saber tudo. - A diferença de idade já interferiu na relação?Camila - Ela não existe. Quando divergimos em algum aspecto, sempre acolhemos a opinião do outro. Mas no geral somos parecidos. Gostamos das mesmas coisas, dos mesmos programas. Zé - Sou da geração dos falsos idosos. Antônio Fagundes, José Mayer, José Wilker, Tony Ramos e eu temos a idade na qual antigamente um homem era chamado de idoso. Mas não somos. Não me sinto assim. Quem convive com alguém com a mesma diferença de idade que tenho em relação a Camila, mesmo que seja na base da amizade, sabe que isso não interfere em nada. Agora, outro dia, estava em uma fila com mais de 60 pessoas na minha frente e aí aproveitei. Como já passei dos 60 anos, em 15 minutos fui atendido (risos). Minha mãe (Gilda Lot de Abreu) está com 103. Não peço tanto. Chegar aos 90 já vai estar muito bom. Assim, eu e Camila ainda teremos 26 anos pela frente. Se eu não for um idiota, ela será a minha última mulher, nos damos bem, o dia a dia é tranquilo e o sexo, maravilhoso. - Você viveu uma transformoção ao lado da Camila? - Até nas questões práticas. Camila administra bem a minha vida. Nunca mais entrei no vermelho. Antes dela, era um excelente cliente de banco, usava sempre o cheque especial. Gastava muito, era impulsivo e ela me colocou o pé no chão. Por exemplo, se vou comprar um vinho, ela fala sobre outro tão bom e que custa três vezes menos. Adquiri até um apartamento, onde moramos desde maio. É na praia do Pepê, de frente para o mar. Para um paulista como eu é excelente, tem uma vista maravilhosa. É um ótimo local até para meu caçula, Bernardo, de dez anos. Ele não mora com a gente, mas está sempre lá.