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Vitoriosa trajetória da musa Adriane Galisteu

Na Ilha, estrela da Band avalia sua parceria com Caras e recebe 2013 cheia de entusiasmo

Redação Publicado em 02/01/2013, às 19h00 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Com carisma, talento e beleza inconfundíveis, a apresentadora paulistana fala abertamente sobre as suas conquistas, medos e os anseios pessoais. - Edu Lopes
Com carisma, talento e beleza inconfundíveis, a apresentadora paulistana fala abertamente sobre as suas conquistas, medos e os anseios pessoais. - Edu Lopes

Exemplo de mulher vencedora, Adriane Galisteu (39) orgulha- se por sua trajetória fazer parte da história de CARAS. Em 25 de março de 1994, chegava às bancas de todo o Brasil a edição número 20, com a beldade paulistana na capa — a primeira das suas 45 até hoje —, abrindo seu coração pela primeira vez sobre o então namorado, o saudoso ídolo da F1 Ayrton Senna (1960-1994). A edição foi um marco na publicação, vendeu mais de 1 milhão de exemplares, mas cerca de um mês depois, um trágico acidente em Ímola, na Itália, matou o campeão. Dri nunca mais deixou as páginas da revista, seja para desabafar a dor ou celebrar as conquistas pessoais. “É uma relação de muitos anos. Acompanhei CARAS nascer no Brasil, fui à festa de aniversário da revista na Argentina, à festa de 10 anos da revista no Brasil... É uma relação muito maior, conheço as pessoas, me sinto íntima da equipe da redação. Tenho o maior orgulho, é uma revista sensacional, que mudou a história do nosso País”, diz Dri.

Hoje, casada com o empresário de moda Alexandre Iódice (40), mãe do serelepe Vittorio (2) e com incontáveis vitórias na carreira, Adriane é o retrato da realização. Seu discurso é maduro, seus atos têm candura e as atitudes seguem arrebatando os fãs. “Realmente tenho um pacto com a felicidade. O que não significa que eu seja uma mulher que dá risada de tudo. Tenho minhas angústias, dores e saudades, mas toco a minha vida com coragem e alto-astral”, comenta Adriane.

Com planos de engravidar novamente, dois novos programas de TV com estreias previstas para abril e maio, o nono espetáculo sendo produzido e uma ampla cartela de negócios, ela saúda 2013 com entusiasmo. Sem demagogia, a musa da Band mostra em entrevista na Ilha de CARAS por que se consagrou como uma das grandes estrelas da televisão brasileira.

– Você guarda as ‘suas’ CARAS?

– Todas! Minha mãe, Emma, guarda tudo e, em 1995, contratei uma empresa que separa semanalmente tudo o que sai na imprensa. Na casa onde nasci, na Lapa, há um quarto onde estão os presentes dos fãs, tudo o que foi publicado. É muito bem organizado, uma baita biblioteca. CARAS é uma revista da qual tenho orgulho de fazer parte. 

– Como é recordar fases da vida nas páginas da revista?

– Há momentos felizes, tristes,  erros, acertos... Está tudo registrado. Minha relação com os fãs sempre foi e sempre será a mais honesta possível. Se eu errar, vai ser em público, e também vou me desculpar em público, como fiz algumas vezes. Nunca tive aquele momento de me esconder. Demorei anos para conquistar minha história, traçar minha carreira, e fiz isso junto com a imprensa brasileira.

– Tem orgulho de sua vida?

– Muito, mesmo com todos os erros e acertos. Nunca planejei a carreira, as coisas foram acontecendo ao longo dos anos, meses, dias. Oportunidades surgiam e nunca tive medo, as encarei como desafios. Quando falavam: ‘Adriane é uma oportunista’, eu dizia: ‘Não, Adriane é uma pessoa que sabe usar a oportunidade!’

– Oportunista é pesado...

– Oportunista é falta de caráter. Sou uma pessoa que sei usar as oportunidades e não as temo. A oportunidade bate à porta de todo mundo, não acontece com exclusividade para um ou outro. Só que tem gente que tem medo de encarar o novo e fica parado no mesmo lugar. Não significa que está certo ou errado, é só uma opção. Até hoje não tive medo de nada.

– Quais foram os seus desafios mais recentes?

– Encerrei 2012 com dois presentes profissionais. O primeiro é o reality show que estreia dia 2 de abril na Band, Quem Quer Casar com Meu Filho? Nunca tinha feito um reality, não tem nada a ver com o meu jeito de apresentar, tenho de seguir um texto, um roteiro, não posso improvisar. Foi muito bacana. O segundo é um contrato com o canal a cabo Discovery para apresentar o Paixões Perigosas, um programa investigativo criminal, com crimes reais que parecem cenas de novela. No Discovery, estreio no dia 17 de maio.

– Foi bom inovar?

– Todo o trabalho que faço, seja TV, teatro, cinema ou mesmo como mestre de cerimônias de um evento, para mim é ‘conteúdo na minha mochila.’ Tudo é aprendizado. Só vou saber se gosto ou não no dia em que fizer. Não consigo falar não para um trabalho que soa como desafio só porque eu nunca o fiz. É o meu temperamento, sou ariana, não consigo ficar longe do que faço com amor. Sou privilegiada, meu sustento vem do meu trabalho. Sou feliz: escolhi fazer algo que me dá prazer, mesmo com todo o ônus que carrego. Nem tudo dá certo, nem tudo são flores.

– Quando começou, você esperava chegar tão longe?

– Não, nem tão longe nem por tanto tempo. São muitos anos no ar, são 17 anos de TV, fiz três anos de rádio, dois filmes, uma novela, oito peças. Em 2013 estreio a nona. Já fiz coisas muito diferentes do que imaginava, mas meu objetivo é não parar. Falo sempre que sou feliz enquanto tiver saúde e trabalho. Não vejo a hora de tirar férias, mas passam 20 dias e fico desesperada para voltar ao batente.

– Mesmo depois do Vittorio?

– Após o nascimento dele, passei a valorizar mais as férias. Antes dele, eu não era capaz de desligar. Hoje, realmente valorizo, faço questão do primeiro ao último dia, mas passo as minhas férias com ele, para ele. Me divirto, viro criança, brinco no chão. Não exerço só o papel da mãe que leva e busca da escola, dá banho e comida. Qualquer tempo livre vale ouro.

– Você se considera feliz?

– Sou plenamente feliz, mas, claro, quero mais! Sou feliz com a minha vida do jeito que ela é, com saúde, filho, família... A gente quer avião, helicóptero, sonhos de consumo, mas não sei mais se esse é o objetivo. Uma criança faz você enxergar tudo de forma mais simples. Aviso que vou sair para trabalhar e ele retruca: ‘Por que?’ Digo: ‘Ah, para ganhar dinheiro e comprar suas coisas.’ Ele diz: ‘Não quero nada, quero você aqui.’

– Mas como fica a questão do dinheiro, do sonho de consumo?

– Conquistei tudo o que tenho com o dinheiro que ganhei, tenho o maior orgulho. Não dá para falar que não é bom, dinheiro para quem não teve, como era o meu caso, é maravilhoso. Mas eu podia ter muito dinheiro e não ser uma pessoa feliz. A felicidade está dentro da gente. Conheço gente que tem muita grana, mas que vive mal, não dá valor às coisas...

– Quem são os seus heróis?

– Não é demagogia, mas o maior super-herói é o povo, aquele cara que sobrevive com até menos que um salário mínimo e também é feliz. Posso falar pois foram 16 anos de Sapucaí, subi morro quando era rainha da Rocinha, fui ao subúrbio conviver com a comunidade. Você precisa ver a alegria daquelas pessoas, fazendo churrascão na lage e rindo com as crianças. Todo mundo merece igualdade e conforto, mas esse cara é o herói. 

– Você tem ídolos?

– Não cultivo muitos ídolos, mas há pessoas que admiro, como os saudosos Hebe e Paulo Autran e Ana Maria Braga, Faustão, Jô Soares e Bibi Ferreira. São figuras que fizeram e fazem o que faço há anos e são brilhantes, gente com história para contar e com quem tive a sorte de conviver. Não gosto de enumerar, admiro muita gente.

– Está sempre de alto-astral?

– Não me dou bem com quem está sempre reclamando, de cara feia, com humor inconstante. Todo mundo tem o direito de chorar, de ficar deprimido, mas a vida é um presente, a gente só tem uma e passa voando. Você faz suas escolhas: ou encara e administra os problemas, coisa que todo mundo tem, ou opta pelo baixo-astral.

– Você sempre se reinventa. Se considera como uma fênix?

– A vida me puxou o tapete inúmeras vezes, tenho cuidado com ela. Nem todas as escolhas são perfeitas, nem todas as chances que batem à porta são boas. Mas a vida vale a pena! Nossa obrigação, tendo saúde, é dar um jeito. Não dá para se deixar levar com um tombo. Você vai tomar vários tombos, não importa quanto tem no banco ou quão famoso é. Brinco que no fundo do poço há uma mola. E tem mesmo! Cada vez que cai, levanta mais forte.

– Você é uma perfeccionista?

– Sou meio chata, mas tenho a mesma equipe há anos. Figurinista, maquiador, advogado estão comigo desde o início, sabem que pego no pé. Se tiver de repetir algo dez vezes, vou repetir. (risos)

– Em abril você completa 40 anos. Teme algum tipo de crise? 

– É engraçado, pois 40 anos era algo tão distante, tão longe... Mas está aí, colou em mim! (risos) Uma coisa da qual a gente não pode fugir é a idade, pode até bater o desespero, pode lamentar, mas não há o que fazer. Ou administra ou enlouquece, pois daqui para frente é ladeira abaixo. Não dá para pirar, seja com 40, 50 ou 60. Quero chegar aos 60 com 60 mesmo, sem querer ter 20. Essa conta não fecha e as pessoas acabam não se aceitando, fica esquisito. Quero entender as rugas, a flacidez da melhor forma possível. Claro que vou fazer o melhor para me sentir bonita, mas não vou ‘tirar’ meu nariz, ‘por’ uma boca que não tenho. Se não fiz até hoje, não vou fazer mais.

– É feliz com o seu corpo?

– Tenho 1,74m e 58kg. Ganhei 16kg na gravidez, fiquei de repouso do 5º ao 9º mês. Três meses após o parto, já tinha perdido 10kg. O resto perdi aos poucos. Não tenho mais 20 anos, emagrecer não é mais tão simples. Digo que enquanto me olhar no espelho e gostar, está tudo valendo. Enquanto não tiver de apagar a luz para namorar, está valendo. (risos)