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Christiane Torloni revê seus 40 anos de carreira

Estrela analisa passagem do tempo e angústias na Ilha de CARAS

CARAS Digital Publicado em 26/03/2015, às 09h55 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

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Christiane Torloni - Martin Gurfein
Christiane Torloni - Martin Gurfein

A atriz Christiane Torloni (58) acaba de completar 40 anos de carreira e quer festejar a data com mais trabalho. Após o fim da novela das 7 Alto Astral, em maio, ela encenará no teatro peça que conta a vida da cantora lírica norte-americana Maria Callas (1923–1977), de quem é fã e tem uma coleção de discos de vinil, e pretende lançar seu documentário sobre a Amazônia. “Estou em comemorações”,  empolgou-se a estrela, na Ilha de CARAS. Apesar do seu reconhecido sucesso em mais de 40 trabalhos na TV, 15 filmes e 14 espetáculos, Christiane continua com o mesmo entusiasmo pela profissão e pela vida como a jovem que apareceu pela primeira vez na extinta TV Tupi interpretando uma princesa adormecida nos anos 1970. “Quando você começa a acreditar demais na persona e a se esquecer da pessoa, é bom voltar para a terapia. Faço análise desde os meus 19 anos”, contou. E, é assim, com simplicidade, pés descalços e uma certa doçura, que Torloni divaga sobre sua trajetória. Filha dos atores Monah Delacy (84) e Geraldo Matheus (82), fundadores do Teatro de Arena, em 1953, a atriz lembrou que, apesar de ter começado cedo a trabalhar, conseguiu curtir intensamente a juventude. “Passei tantas coisas que vocês não sabem... Tudo o que os seres humanos normais fazem, eu fiz”, desconversou. Hoje em dia, porém, ela prefere ser mais restritiva com tudo publicamente. “Não é algo que só acontece com quem é artista. Com a internet, todo mundo fica  mais exposto. Eu, por exemplo, não saio mais para dançar... É chato isso”, desabafou ela, que já foi casada com os diretores Dennis Carvalho (68), pai do filho Leonardo Carvalho (35), e Ignácio Coqueiro (57). 


– Então não usa as ferramentas modernas de comunicação?
– Sou uma pessoa do meu tempo, ou seja, aderi, mas de uma maneira coerente, sem tanta exposição. Às vezes, me perguntam por que estou tão bem, respondo que não tomo conta da vida dos outros, só da minha.


– Você encara bem a passagem dos anos?
– Respeito a passagem do tempo na minha pele, por exemplo. As coisas estão acontecendo... Vejo, me acostumo, aceito e vamos tocando a vida.


– É crítica consigo mesma?

– Na minha profissão, por exemplo, às vezes, assisto às novelas do passado... Tanta gente não continuou a carreira... Fora os que infelizmente faleceram. Me sinto muito orgulhosa de nesses 40 anos continuar me burilando como a pedra rara que cada artista é, único e insubstituível. Há  coisas que não se deve perder jamais, como a sensibilidade e o entusiasmo de jovens atores.


– Mas se arrepende de algo?
– Acho que as frustrações são importantes. Um trabalho malsucedido, seja no cinema, teatro ou na televisão, não é motivo para desanimar. Você se empenha da mesma forma.


– Com essa entrega tão intensa, como lida com o fracasso?
– As coisas são muito maiores do que nós. Vou aprendendo com o tempo que não se controla tudo. Na verdade, nada. Só tenho de fazer muito bem o meu. Não dá para abandonar o barco.

– Mas foi fácil entender que não se pode controlar nada?
– Sou filha dos meus pais, da disciplina. E, mesmo assim, não tiro nada de letra do que faço, não existe isso. Eu, mais que todos, miseravelmente, tenho de me superar a cada trabalho. A angústia está em mim.


– Sendo tão reflexiva, já chegou a pensar por que fez tantos trabalhos espíritas como, por exemplo, A Viagem, Chico Xavier, Alto Astral...
– Acho que o destino me deu esses presentes. Na época da novela A Viagem, em 1994, eu estava morando em Portugal e o diretor Wolf Maya me convidou para voltar. Ele me disse que eu iria fazer uma comédia. (risos) Os primeiros capítulos até foram, sim, mas depois...


– É espiritualizada?
– Sou uma pessoa com fé. E não sou só eu, o povo brasileiro é muito ligado na espiritualidade.