Morando na Holanda, a cantora Fantine Thó aceitou a proposta de retornar ao grupo Rouge para uma turnê de despedida em 2013. De acordo com a artista, em entrevista exclusiva à CARAS Online, 'massageia o coração' receber o carinho dos fãs
Embora os pedidos dos fãs pipocassem na internet, a volta do grupo musical Rouge não seria possível se a cantora Fantine Thó (33) não topasse mudar de vida em 2013. Ela, que atualmente mora na Holanda com o marido e a filha, Cristine (5), aceitou aumentar as vindas ao Brasil para gravar músicas com as antigas colegas e emplacar uma turnê de despedida.
De acordo com a artista, rever as amigas cantoras Lissah Martins (28), Karin Hils (32) e Aline Wirley (30) está sendo um imenso prazer e a sensação é de voltar ao tempo. “É uma honra saber que fizemos parte da história do pop brasileiro”, afirmou a cantora, que segue com a carreira na Holanda. “E o melhor de tudo é poder comemorar essa história batalhada, conquistada, em que passamos por seis meses de prova, com muita intensidade e emoção”.
Em entrevista exclusiva à CARAS Online, Fantine fala sobre a carreira, mudanças e a tão comentada velha-nova parceria.
– Morando na Holanda, você foi a grande responsável pela volta do grupo. Como recebeu o convite do Rick Bonadio para um novo trabalho com as antigas colegas?
Foi maravilhoso! Depois de 10 anos, receber essa oportunidade maravilhosa de trabalho é muito bom. O convite veio do Rick quando eu ainda estava na Holanda e, depois de conversarmos sobre as várias vindas ao país, aceitamos. Inicialmente é para um reality show que ele está fazendo sobre o estúdio Midas (onde elas gravaram os quatro discos) para o Multishow, mas também estamos querendo preparar uma turnê de despedida, pois os fãs pedem muito e eles merecem. Quando encerramos o grupo, em 2005, acabamos não fazendo nada para finalizar o ciclo.
- Vocês já gravaram duas novas músicas. Qual é a sensação de cantar ao lado das meninas?
O primeiro single (Tudo é Rouge) é uma música animada, com a energia e a cara do grupo. A segunda foi escrita por mim e pela Karin para as novas integrantes de uma nova girl band (o reality show de Rick Bonadio vai escolher um novo grupo para o próximo ano). Então, todas as lembranças estão de volta e a sensação é de voltar no tempo. Apesar de nossas carreiras estarem correndo, bem, é como se essa volta fosse uma segunda chance. Uma nova experiência para acertar mais, trabalhar melhor, cantar melhor. Estou bem realizada neste aspecto, pois estou mais amadurecida, mais crescida, me tornei uma artista muito melhor. Além disso, o clima é de comemoração pela nossa presença e marca na história do pop brasileiro.
- O Rick disse que não existe nenhuma outra girl band brasileira com o mesmo sucesso de vocês. Tem essa consciência?
- É uma honra fazer parte da história musical, do pop brasileiro, massageia o coração. E o melhor de tudo é que nossa história é batalhada, conquistada, passando por seis meses de provas, com muita intensidade e emoção. E é algo tão grandioso que o público não esqueceu, mesmo depois de 10 anos. Eles fizeram um barulho tão grande nas redes sociais neste último ano que todas nós ficamos comovidas. Estamos atendendo ao pedido do público.
- Quando você escuta a palavra Rouge, o que passa na sua cabeça?
Ah, passam várias coisas, boas e ruins. Às vezes até me incomoda, pois penso: ‘Poxa, o povo só quer saber do Rouge? Estou me dedicando tanto fazendo um trabalho próprio, tenho uma carreira musical há 18 anos, mas as pessoas só querem saber desta fase?’. Ao mesmo tempo, é maravilhoso que eu tenha tido a oportunidade de fazer parte de um projeto que teve tanta projeção e que tanta gente ainda nutre esse carinho maravilhoso. Massageia o coração saber que a gente tocou na vidinha de tantas crianças e adolescentes que hoje são adultos. É por isso que digo que seria tão bom se esse carinho todo fosse compartilhado com o meu próprio trabalho. É lógico que tenho fãs que sempre me acompanham, mas na verdade o grupo tem uma força muito maior que todas nós possamos imaginar. É uma mágica. É uma química que supera qualquer outra coisa.
- Vocês continuaram amigas depois do término?
Sim, a gente acompanha o que cada uma está fazendo, mas nem sempre de forma direta. Com o fato de eu morar na Holanda, de ser mãe de uma garotinha de 5 anos, criou uma certa distância física. Isso faz parte do processo natural da vida e acontece com todos nós. Mas lógico que sempre ficamos uma de olho na outra, como está indo, recebendo as boas notícias, as oportunidades que sugiram. Eu acompanho tudo: sou fã das meninas.
- Fez amizade com os fãs que cresceram?
Existem fãs eternos do Rouge, que se aproximaram de cada uma de nós, aproveitaram a oportunidade para chegar mais pertinho do nosso trabalho individual. Tem fãs que hoje são super amigos, pessoas que cresceram, se profissionalizaram, trabalham em produção, mostram os seus trabalhos... São pessoas que estão arrasando na profissão. Fico feliz de ver esse crescimento deles, dá até certo orgulho fraternal.
- O seu visual também está bem diferente. Tem recebido mais elogios?
O visual mudou muito. Eu tinha 23 anos, hoje eu tenho 33! É lógico que a mulher cresce, desenvolve, amadurece, envelhece. Não sei se estou melhor, mas os elogios que recebo devem ser por causa da minha filha. Ela é uma perua (risos). Fala: ‘vem ver meu sapatos, está sempre antenada em tudo’...
- E as mudanças no grupo? O que o público pode esperar de vocês?
- Como não estamos fazendo essa volta pensando no futuro e no futuro nossa carreira, vamos retomar com a já cara do Rouge. E naquela época éramos espontâneas, alegres, brincalhonas e até um pouco infantis, no sentindo da pureza. Ao lado disso, vamos mostrar a nossa batalha, o lado humano, sofrido e que sabe dar ao valor as coisas. Uma coisa eu digo: Vamos encerrar esse ciclo com chave de ouro!
Assista ao vídeo da gravação das músicas: