Além de músico, Erasmo Carlos também recebeu prêmios por sua atuação em filmes e já contracenou com nomes que vão de Roberto Carlos a Larissa Manoela
Nesta terça-feira, 22, Erasmo Carlos faleceu aos 81 anos em um hospital no Rio de Janeiro. Além de ser reconhecido nacionalmente por seu trabalho como cantor e compositor, o “Tremendão” também teve uma extensa carreira como ator.
No ano de 1958, Erasmo fez uma primeira aparição nas telonas junto a seu amigo Roberto Carlos ao participar do filme “Minha Sogra É da Polícia”. Alguns anos depois, em 1969, o cantor fez uma ponta no filme “Agnaldo, perigo à vista” estrelado por Agnaldo Rayol e artistas como Wanderléa e Jô Soares.
Na década de 70, o “Tremendão” se juntaria Roberto Carlos e Wanderléa, o trio no longa “Roberto Carlos e o Diamante Cor-de-Rosa”. O filme estralando o trio da Jovem Guarda fez história conquistando o marco de, segundo a Agência Nacional do Cinema, ser tornar o filme mais assistido de 1970 levando 2 milhões de brasileiros aos cinemas.
No ano seguinte, em 1971, Erasmo voltaria a atuar em um dos filmes estrelados por Roberto em “Roberto Carlos a 300 quilômetros por hora”, onde interpretou o personagem Pedro Navalha.
Em 1972, Erasmo não só atuou em seu primeiro filme sem ter o amigo Roberto ao seu lado, mas também foi premiado por seu trabalho. O filme em questão é “Os Machões”, em que um grupo de amigos decidem fingir serem cabeleireiros gays para conquistarem mulheres.
Mesmo com um roteiro que atualmente seria questionado, “Os Machões” rendeu a Erasmo o Coruja de Ouro, um prêmio de melhor ator coadjuvante pela Associação Paulista de Críticos de Arte.
Alguns anos depois, o dono de sucessos como “Festa de Arromba” e “Minha Fama de Mau” ainda participou do filme infantil “O Cavalinho Azul”, lançado em 1984 e baseado no livro homônimo de Maria Clara Machado. O papel de cowboy no longa seria o seu último por um bom tempo.
Foi apenas em 2018 que Erasmo voltou a aparecer nos cinemas. Em “Paraíso Perdido”, o artista interpretou José, que gerencia um clube noturno onde um policial irá se aproximar de família do gerente para proteger Ímã, neto de José, que é alvo frequente de ataques homofóbicos.
O filme, disponível no streaming Netflix, contou com um elenco estrelado, tendo nomes como Marjorie Estiano, Humberto Carrão e Seu Jorge.
Antes do lançamento de Paraíso Perdido, Erasmo comentou sobre seu retorno como ator: “Eu não fazia cinema desde 1980, aí fiz esse filme e fiquei feliz”. O artista ainda complementou ao G1: “O troféu Coruja de Ouro é o que eu mais me orgulho, porque é o único troféu que tenho que não é de música, é de ator”.
Em 2019, foi lançada a biografia cinematográfica de Erasmo, intitulada “Minha Fama de Mau”. O ator escolhido para interpretar Erasmo Carlos foi Chay Suede, que atualmente está na novela “Travessia” como o personagem Ari.
No ano seguinte, Erasmo Carlos faria sua última aparição no cinema com o filme “Modo Avião”, da Netflix. O cantor atuou ao lado de Larissa Manoela, dando vida ao personagem Germano, avô da personagem interpretada pela atriz de 21 anos.
Larissa foi às suas redes sociais lamentar a morte de Erasmo e compartilhou algumas imagens nos bastidores das gravações de “Modo Avião”. “Você, Erasmo, me acolheu sem nem me conhecer! Nossa troca foi preciosa. Ter sido sua neta fictícia foi um privilégio", escreveu a atriz na legenda de sua homenagem.