VIPs prestigiam homenagem aos eternos heróis da Copa de 1958
Eterna majestade dos gramados, o rei Pelé (71) somou durante as últimas cinco décadas incontáveis títulos, homenagens e condecorações, mas mostrou-se especialmente emocionado ao ser laureado por outra ilustre nobre, a rainha Silvia (68), da Suécia, mulher do monarca Carl XVI Gustaf (66). A convite da Confederação Brasileira de Futebol, CBF, o craque viajou a Estocolmo na semana passada para participar das comemorações dos 54 anos da conquista da Copa do Mundo de 1958 pela seleção canarinho. A histórica vitória em cima dos donos da casa com placar final de 5 a 2 conferiu o primeiro título ao País, hoje pentacampeão. “Tudo o que consegui na minha vida começou aqui. Tinha 17 anos e não podia imaginar que a partir daquela final contra a Suécia eu chegaria tão longe na minha carreira”, comentou ele. “Naquela época, não era só o futebol brasileiro que era desconhecido. O Brasil também. Tenho muito orgulho de ter ajudado a tornar o Brasil conhecido em todo o mundo a partir de 1958”, acrescentou o ex-jogador.
Pelé desembarcou na cidade acompanhado de uma comitiva que incluía o presidente da CBF, José Maria Marin (80), e sua mulher, Neusa Marin (74), o vice-presidente da instituição, Marco Polo Del Nero (71), o vice-presidente da República, Michel Temer (71), os ministros Aldo Rebelo (56), do Esporte, e Moreira Franco (67), da Secretaria de Assuntos Estratégicos, além do presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (46). O grupo foi recebido pela rainha, sua primogênita, a princesa Victoria (35), primeira na linha de sucessão ao trono sueco, e o marido dela, príncipe Daniel (38), na Gala Tributo aos Jogadores de 1958, nos salões do imponente Grand Hotel. Também estavam presentes os ex-jogadores Pepe (77), Mazzola (74) e Zito (80), companheiros de Pelé no emblemático time, e alguns ex-jogadores suecos.
Marin retribuiu a hospitalidade da rainha Silvia — que é filha de mãe brasileira e morou em São Paulo durante a infância —presenteando-a com uma camisa autografada pelos jogadores brasileiros e também suecos que participaram daquela grande final. O almejado item será leiloado em prol da Fundação Childhood, que destina recursos para ações contra o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes. “Naquela época, quando a gente excursionava, tinha uma coisa engraçada não só com a Seleção, mas também com o Santos. A gente não podia dar camisas porque os diretores falavam ‘quem der camisa, vai ter de pagar, porque nós só temos dois jogos!’. Mas hoje tem camisa à vontade por aí”, recordou Pelé, entre risos. O presidente da CBF também laureou os craques brasileiros com uma placa comemorativa. “Queremos com a placa homenagear não só eles, mas também os que não puderam vir a Estocolmo, como Gilmar, Belini, Dino, Zagallo, e ainda os que já se foram, que terão a nossa eterna gratidão”, observou Marin, sempre ladeado pela elegante amada, Neusa, que conquistou a simpatia dos integrantes da realeza.
No dia seguinte, Pelé e companhia participaram de um encontro com os antigos adversários no Estádio Rasunda, palco do histórico confronto em 29 de junho de 1958. “Acabei de falar com meus companheiros. Temos de agradecer muito a Deus por estarmos vivos e por estarmos aqui agora. Muitos dos jogadores do Brasil já se foram, mas tenho certeza de que estãotão felizes quanto a gente”, comentou Pelé. Cercado por jornalistas europeus, o Rei reforçou sua eterna gratidão. “Agradeço de todo coração ao povo sueco, pelo carinho que nos deu naquele Mundial. Eles gostaram tanto da Seleção, das atuações do nosso time, que passaram a torcer para o Brasil”, disse ele.
O ídolo ainda voltou ao gramado do Rasunda — que será demolido após 75 anos de existência — para dar o pontapé inicial, passando a bola para Neymar (20), no amistoso entre os dois países. Mais uma vez o Brasil fez bonito, vencendo por 3 a 0 com gols de Leandro Damião (23) e Alexandre Pato (22), que marcou duas vezes. “Em nome da presidente Dilma, convido a todos para irem ao Brasil em 2014 assistir à nossa Copa”, reforçou Pelé, citando a mandatária do País, Dilma Rousseff (64). “Só não vai dar para ver a Suécia campeã”, brincou ele.