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Jacky Petkovic: 'Me deram uma 2ª chance'

Ainda debilitada e muito emocionada por ter reencontrado o filho Enzo, de 1 ano e 11 meses, que também estava no carro mas saiu ileso do acidente, Jackeline Petkovic revela que, depois do susto, tem refletido muito sobre a vida que estava levando

<i>por Thaís Arbex</i><br><br> Publicado em 31/08/2009, às 18h53 - Atualizado em 01/09/2009, às 09h53

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Jackeline Petkovic - Divulgação
Jackeline Petkovic - Divulgação
A apresentadora Jackeline Petkovic recebeu alta no último sábado, 29, depois de ficar internada por cinco dias no Hospital das Clínicas de São Paulo e ter permanecido na UTI após sofrer um acidente de carro no Rodoanel na terça-feira passada, 25. Apesar de já ter saído do hospital, a apresentadora segue sob cuidados médicos e só saberá se terá sequelas daqui a três meses. Ainda debilitada e muito emocionada por ter reencontrado o filho Enzo, de 1 ano e 11 meses, que também estava no carro mas saiu ileso do acidente, Jackeline conversou com o Portal CARAS e revelou que tem refletido muito sobre a vida que estava levando: "Comecei a me dar conta de que eu estava deixando de lado os pequenos detalhes da vida. E agora sinto que me deram uma segunda chance". Confira abaixo os principais trechos da conversa: - Como você está se sentindo? - Estou um pouco melhor. Ainda sinto bastante dor na coluna, no pescoço e na cabeça. Os hematomas ainda estão bem grandes, principalmente no lado esquerdo do corpo. Tenho muitas escoriações nos braços. Tive desvio em duas vértebras, além de uma lesão no lado esquerdo do cérebro. Por conta disso, estou sob acompanhamento de um neurologista, que ficou à disposição para qualquer emergência. - Os médicos falaram de algum sequela? - Por enquanto, eles não dizem nada sobre sequelas. Farei novos exames nos próximos dias, mas eles disseram que só poderemos saber se ficarei com sequela daqui a três meses. Mas estamos todos torcendo para que não seja nada mais sério. - Durante o período em que esteve internada, você pediu muito para ver o seu filho, o Enzo... - Não tem nada melhor do que ver meu filho bem. Ele ficou na casa dos meus sogros por conta do surto de gripe H1N1. Além disso, acho que hospital não é lugar de criança. Apesar de sentir muitas saudades dele, os médicos estavam certos em preservá-lo. Assim que a sedação passou, ainda na UTI, quando percebi que estava em um hospital, perguntei pelo meu pequeno. A enfermeira me tranquilizou dizendo que ele estava bem, que nada tinha acontecido com ele. Mas confesso que ficar longe dele foi muito difícil. - Como foi o reencontro? - Eu não via a hora de ver o meu gostoso. Quando cheguei na casa da minha mãe, aqui em Alphaville, ele estava dormindo. Fiquei fazendo carinho nas costas, bem devargazinho. Ele começou a acordar. Quando me viu, arregalou aqueles olhos azuis, falou "mama, mama" e me agarrou bem forte. Comecei a chorar muito. Ficamos abraçados um tempão. Estava com saudade do cheirinho dele. Não tem coisa melhor na vida. Ver o meu filho bem foi muito bom. - Você lembra de algum detalhe do acidente? - Lembro que o carro que estava na minha frente freou e que, logo em seguida, dei uma freada também. Depois disso, não lembro de mais nada. Conversando com o meu pai (o engenheiro Guilherme Petkovic) ele me contou que, assim que ligaram para ele na hora do acidente, me colocaram no telefone com ele, e eu disse algumas coisas meio enroladas. Mas não tenho nenhuma lembrança desse momento. A única imagem que eu tenho é de acordar no hospital, de os médicos perguntarem o meu nome e onde eu estava. Isso aconteceu dois dias depois do acidente, mas, para mim, tinha sido no mesmo dia. Parecia que eu tinha acordado para levar o Enzo para a escola e que tinha tirado um cochilo. Nesse momento, entrei em desespero porque lembrei do meu pequeno. Tiveram que me sedar de novo porque fiquei muito nervosa. - Você estava correndo? - Não. Nunca corro. Sempre fui muito preocupada com a segurança, tanto que até me considero meio chata com isso. Se estou como passageira no carro de alguém, fico controlando o motorista em relação à velocidade. Nunca tirei a cadeirinha do Enzo do carro. E essa minha preocupação acabou sendo fundamental para que ele saísse ileso do acidente. - O acidente aconteceu há menos de uma semana. Você já teve tempo de refletir sobre a sua vida? Acredita que esse susto mudará o seu jeito de enxergar o mundo? - Tenho refletido muito sobre a minha vida profissional e pessoal. Comecei a me dar conta de que eu estava deixando de lado os pequenos detalhes da vida. A minha frase sempre era "estou atrasada". Estava me dedicando muito ao trabalho e deixando os outros aspectos da minha vida de lado. Percebi que a gente tem que trabalhar, sim. Mas também temos que saber aproveitar a vida. É como se tivessem me dado uma segunda chance. - Como era a sua rotina? - Antes das 8h da manhã, eu já estava na estrada para levar o Enzo na escola. De lá, ia para a rádio Iguatemi AM, onde produzo e apresento um programa de rádio. De lá, sempre tinha alguma reunião agendada. Ainda gravava o programa para a TV Alphaville, além de participar de algumas atrações do Hopi Hari. Estava chegando em casa umas 23h, meia-noite. - Você tem recebido muitas mensagens de apoio do Brasil inteiro. Como tem recebido esse carinho? - No hospital, não tinha muita noção do que estava acontecendo. Não tinha televisão nem telefone. O meu único contato com o mundo externo era por meio dos meus pais, nos horários das visitas. Mas como tínhamos pouco tempo, eles nem conseguiam falar sobre isso. Tive real noção da mobilização quando cheguei em casa, no sábado. Minha mãe (a empresária Frans Martins) contou de todas as mensagens, de todo o carinho e das orações que as pessoas têm feito por mim. Fiquei muito emocionada. Pretendo responder a todos, na medida do possível. Mas já quero registrar que todo esse carinho tem me dado muita força. - Em algum momento, você desanimou? - Um único dia, ainda no hospital, tive uma recaída. Não queria comer nem tomar banho. Chorei muito. Estava bastante desacreditada. Mas toda a equipe do Hospital das Clínicas foi maravilhosa comigo. Nesse dia, uma das enfermeiras conversou comigo para tentar me tirar daquele desânimo. Ela me disse que muitas pessoas me amam, que muitas pessoas estava orando por mim e que eu tinha um filho que precisava muito de mim. Rezamos juntas e eu consegui recuperar as minhas forças. - Qual é o seu maior desejo agora? - Quero ficar boa logo para pegar o Enzo no colo. Ele tem pedido, mas eu não posso forçar a coluna. Ele tem ficado deitado do meu lado, aqui na cama. Ele faz carinho no meu cabelo... - Você recebeu mensagens de colegas das emissoras pelas quais passou? - Muitas. Com certeza, serei até injusta de falar alguns nomes. Esquecerei alguém. Mas, vamos lá: o Celso Portiolli, a Claudia Leitte, o Ratinho, o Gugu, a Silvinha Abravanel, a Luciana Gimenez. Só tenho que agradecer a todos por esse carinho. Fiquei muito feliz com uma ligação da telefonista do SBT. Ela transmitiu a mensagem de todas as pessoas que trabalharam comigo. Todos me mandando forças. - Você quis saber como ficou o carro? - Quando eu cheguei em casa, vi como ficou o carro. Foi muito difícil ver o carro daquele jeito. Os médicos me disseram que poderia ter acontecido algo muito pior. É muito bom saber que o meu filho saiu ileso do acidente.