Antropoceno: do Grego antropos, homem, e kainós, recente, nova palavra para designar a era atual do planeta, quando as ameaças globais são provocadas mais pelo homem do que pela natureza. Quem a inventou foi Martin John Rees (71), professor norteamericano de Cosmologia e de Astrofísica na Universidade de Cambridge. Ele a construiu por comparação com outras eras de nomes semelhantes, como o Pleitosceno, o Plioceno e o Holoceno, quando o clima e as condições da Terra foram alterados por outros fatores, sem que houvesse intervenção humana. Ele dá nome ao asteroide 4587. Tem dois livros publicados no Brasil.
Coisa: variação de cousa, do Latim causa, motivo, assunto, matéria, constituindo-se em palavra de muitos significados, como se comprova em expressões bastante conhecidas e largamente usadas. “Coisa de alguns minutos”, indicando tempo; “coisa do arcoda-velha”, designando admiração; “coisa julgada”, litígio ou demanda sobre os quais não cabem mais recursos; “coisa pública”, os bens, negócios e interesses do Estado; “coisa e loisa”, mistura de assuntos diferentes, indeterminados; “coisa fina”, elogio de objeto ou pessoa; “não diz coisa com coisa”, não tem coerência; “não é essa coisa toda”, desmerecendo, ou fixando com critérios mais apurados, pessoa ou situação; “grande coisa!”, às vezes no plural “grandes coisas!”, expressando ironia, deboche; “senti uma coisa por dentro”, exprimindo sentimento; “Olha que coisa mais linda,/ Mais cheia de graça”, dizem os versos de Garota de Ipanema, música de Antônio Carlos Brasileiro de Almeida Jobim (1927-1994), o Tom Jobim, e letra de Marcus Vinicius da Cruz de Mello Moraes (1913-1980). E o baiano Caetano Veloso (70) declarou em famosa canção que algo tomava conta dele no cruzamento das famosas avenidas de São Paulo Ipiranga e São João: “Alguma coisa acontece no meu coração”. O primeiro mandamento prescreve “amar a Deus sobre todas as coisas”; quando desconfiamos de aguma trapaça ou engano, dizemos “aí tem coisa”. E, por fim, quando achamos que, após várias tentativas fracassadas, vai dar certo, dizemos “agora a coisa vai”.
Estudante: de estudar, do Latim vulgar studiare, variante do Latim culto studere, aplicar-se a ofícios, trabalhos e tarefas no studium, sala de estudo, origem de estúdio, tornando-se studiosus, estudioso de algum tema ou matéria. Mais tarde se tornou sinônimo de aluno. Os estudantes já foram força política de contestação em vários países e épocas, de que é exemplo o Maio de 68, movimento deflagrado por estudantes franceses no dia 2 de maio de 1968, que sacudiu a França, espalhando bandeiras e palavras de ordem mundo afora.
Garota: de garoto, provavelmente do Francês antigo gars, do mesmo étimo de garçon, rapaz. Designa menina, adolescente, namorada e também ônibus semelhante à jardineira. A mais famosa garota do Brasil foi Heloísa Eneida Meneses Pais Ponto Pinheiro (68), a Helô Pinheiro, celebrada na música de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, em 1962, quando ela, então mocinha, indo à praia de Ipanema, no Rio de Janeiro, passava em frente ao bar em que ambos bebiam. Garota de Ipanema tornou-se a segunda música mais tocada no mundo. A primeira é Yesterday, dos Beatles.
Majestade: do Latim majestate, declinação de majestas, grandeza, superioridade, magnificência. É pronome de tratamento privativo de altas autoridades, como Sua Majestade Católica (soberanos espanhóis), Sua Majestade Imperial (imperadores), Sua Majestade Fidelíssima (reis portugueses). “Quem foi rei, nunca perde a majestade”, reza o provérbio.
Pai: do Latim pater, depois padre, pade, pae e por fim pai, sinônimo de genitor. “Ô coisinha tão bonitinha do pai” é um verso da música Coisinha do Pai, do compositor e cantor carioca Jorge Aragão (64), insistentemente repetido na voz da cantora carioca Beth Carvalho (67), escolhida pela engenheira carioca Jacqueline Lyra (50), funcionária da Nasa, a agência espacial norte-americana, para despertar um robô em Marte. O mecanismo ali estava para explorar o planeta vermelho.