Copiar: do Latim medieval copiare, radicado nos étimos cum e opis, com meios, designando ato de multiplicar em abundância. Copiosus em Latim quer dizer abundante, em grande quantidade, cujo étimo está presente também na expressão do Português “chovia copiosamente”, isto é, chovia muito. Copiar pode ser atividade legal, quanto autorizada e amparada em lei, com a identificação do original. E pode ser ilegal, sendo caracterizada como plágio ou roubo. O principal documento que estipula como crime o plágio intelectual, científico ou artístico é a Lei 9610.
Denunciar: do Latim denuntiare, do mesmo étimo de anunciar, designando em geral o ato de atribuir responsabilidade criminal a alguém. Às vezes, o crime é intelectual, como o plágio perpetrado pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin (60), que inseriu em sua dissertação de mestrado trechos do livro Strategic Planning and Policy, de William R. King e David I. Cleland, professores da Universidade de Pittsburgh, Estados Unidos. Nos últimos anos, vários professores europeus, denunciados como criminosos por terem praticado plágio, tiveram seus títulos de doutor cassados.
Furto: do Latim furtum, furto, roubo, coisa oculta, escondida, emboscada. Furto é palavra latina ligada a duas outras, fur e latro, ambas para designar quem rouba. Latro deu ladrão em Português, pela declinação latrone. Furto e roubo têm vários significados, designando também o plágio: o plagiário não é o autor nem o editor do texto que ele rouba. As principais vítimas de plágio são compositores, inventores, escritores, músicos, pintores e fotógrafos. Existem serviços para detectar plágio de textos na internet, como o www.plagium.com.
Lesão: do Latim laesione, declinação de laesio, ferimento, cicatriz, marca, não apenas física, mas também moral. Os primeiros plágios resultaram em lesões econômicas e financeiras às vítimas, e lesões físicas e morais a quem os praticara. A marca do castigo no corpo terá contribuído para o significado de plágio e plagiário. Quem primeiro comparou aquele que rouba direitos autorais ao ladrão de mercadorias foi o escritor romano Marcus Valerius Martialis, em português Marco Valério Marcial (38-40-102), autor de 15 livros de epigramas, entre os quais Liber Spectaculorum (O Livro dos Espetáculos), publicado para celebrar o Coliseu, do Latim Colosseum, depois Coliseus no Latim tardio, radicado no Grego kolossós, estátua muito grande, com forma humana, assim chamado porque havia uma gigantesca estátua de Nero Claudius Caesar Augustus Germanicus (37-68) em frente ao famoso anfiteatro, cujo nome correto oficial era Amphitheatrum Flavium.
Plágio: do Grego plágos, oblíquo, atravessado, pelo Latim plagium, roubo. Está na origem do vocábulo o significado de desvio, donde o sentido de atravessador para aquele que, não produzindo, nem comprando a mercadoria, apenas intermedia o negócio. Ainda na Roma antiga, porém, cometia plágio quem roubava escravos dos outros ou vendia homens livres como escravos. O étimo de plágio e plagiário remete ao Latim plaga, chaga, ferida, mesma origem da palavra praga, porque houve troca do encontro “pl” por “pr”.
Susto: de origem desconhecida, talvez da formação expressiva emitida por quem sente medo repentino e balbucia algum som que lembra a palavra, como “isst!”, segundo o etimólogo espanhol Joan Corominas (1905-1997). O filólogo e humanista francês Marc-Antoine Miret (1526-1585) viajava pela Itália, passou mal e foi levado a um hospital do Piemonte. Estava tão mal vestido que os médicos o tomaram por mendigo e comentaram entre si, em Latim: “Faciamus experimentum in anima ou in corpore vili”. Entendendo que iam usar seu corpo como experiência e, sabendo Latim, replicou ao médico que fizera a proposta aos outros: “Vilemne animam appellas pro qua Christus non dedignatus est mori?” (“Chamas vil a uma alma pela qual Cristo não se recusou a morrer?”). Quando os médicos saíram, o sábio fugiu do hospital, achando-se curado apenas com o susto.