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Estabilizado no meio musical, Pedro Bernardo mergulha na carreira de ator em 'Malhação'

Nascido no Rio de Janeiro e de origem humilde, Pedro Bernardo conta à CARAS Online como a música norteou sua vida, fala das semelhanças com Dieguinho, seu personagem em 'Malhação', e faz planos para atuar no cinema

Paola Donner Publicado em 16/07/2012, às 02h31 - Atualizado às 12h05

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Pedro Bernardo - Priscila Rabello
Pedro Bernardo - Priscila Rabello

Apesar de ter se tornado conhecido do grande público apenas após integrar o elenco da 19ª temporada de Malhação, na qual interpreta o músico Dieguinho, Pedro Bernardo (21) já é um artista consagrado no meio musical. O rapaz, que iniciou sua carreira com apenas cinco anos de idade tocando cavaquinho em um projeto social no Rio de Janeiro, é carioca da gema, tem origem humilde e já dividiu o palco com grandes cantores, como Alexandre Pires (36), Alcione (64) e Milton Nascimento (69), que veio a se tornar seu padrinho musical.

Sempre focado na música, Pedro abriu seus horizontes ao ser chamado para fazer testes para a novela teen e, mesmo sem estudar interpretação, conquistou a vaga graças ao seu talento nato e ao dom musical. Agora, apaixonado pela nova profissão, ele pretende seguir também na carreira de ator e já estuda propostas para quando sua participação Malhação chegar ao fim, o que está previsto para agosto, quando acaba a 19ª temporada.

Em entrevista exclusiva à CARAS Online, Pedro Bernardo, que é contratado por obra da Rede Globo, fala de sua trajetória musical, das semelhanças com Dieguinho e do sonho de, assim como seu personagem, presentear a mãe com uma casa.

- Antes de ser ator, você é músico e já tocou com Alexandre Pires. Como surgiu a oportunidade de dividir o palco com esse artista?
- Comecei tocando cavaquinho, aos cinco anos de idade, e hoje toco 19 instrumentos. O primeiro a me ajudar na música foi o Alexandre Pires. Participei do projeto social Mangueira do Amanhã e, quando eu tinha oito anos, ele foi visitar a quadra, me viu tocando e me chamou para integrar o Só Pra Contrariar. Toquei no grupo por três ou quatro anos e, por ser menor de idade, tinha alvará do juizado de menores. Além disso, meu pai ia comigo aos shows. Eu também participava de apresentações no Rio de Janeiro, São Paulo e Uberlândia, não seguia em turnê internacional ou cidades brasileiras muito distantes.

- Além do Alexandre Pires, tocou com mais alguém?
- Com a Alcione, também na quadra da Mangueira, e foi do mesmo modo: ela viu tocando e me chamou para participar de um show. Eu tinha oito anos de idade na época.
O Milton Nascimento surgiu cinco anos mais tarde. Após um show que fiz na Mangueira, ele me chamou e pediu para tirar uma foto comigo. Depois daquele dia, ele me convidava para ir à casa dele, onde a gente trocava muita ideia, até que ele quis me batizar. Eu já tinha um padrinho de batismo, mas ele quis me batizar mesmo assim. Desde então, temos uma relação de pai e filho. Ele é meu padrinho musical.

- Além de músico, você sempre quis ser ator?
- Sempre tive vontade de atuar, mas como sempre fui focado na música, deixava para mais tarde. Então, fui convidado para os testes da Malhação. Como foi em cima da hora, não deu tempo de fazer curso, mas fiz três testes e passei. Acho que era pra ser mesmo!

- O que pesou na hora de te escolherem para interpretar o Dieguinho em Malhação?
- Foi o talento musical. Esse é o primeiro ano que a Malhação tem samba como tema musical e eles acharam difícil falsear alguém tocar cavaquinho, então, queriam um músico ator.

- Imaginava integrar o elenco de Malhação?
- Isso não passava pela minha cabeça, não imaginava fazer Malhação. Meus amigos me diziam para participar, porque sou muito comunicativo, mas para mim era algo impossível. Então, fui surpreendido ao passar no teste.

- Se considera parecido com o Dieguinho?
- Tenho bastantes semelhanças com o personagem, porque muita coisa que ele passou eu passei, como essa coisa de correr atrás da música, de ter portas fechadas. Teve até uma cena da Malhação em que eu fiz um desabafo sobre isso e parecia eu mesmo, a minha história. Também sou suburbano, de tocar no bar de chinelo e sou comunicativo.

- Mesmo com a carreira de ator, continua na música? Consegue conciliar as duas carreiras?
- Até hoje sigo na música e tento conciliar as duas coisas. Óbvio que é muito trabalho, mas sempre gostei de estar na ativa. Faço as duas coisas que eu amo.

- Pensa em montar um grupo de samba ou seguir na carreira solo?
- Sempre fui artista solo. Já tenho um CD lançado faz dois anos, intitulado Pedrinho do Cavaco, e pretendo fazer um disco novo em breve.

- A Malhação está ajudando a projetar sua carreira musical?
- Muito! A Globo e a Malhação são grandes vitrines e com isso também estou atingindo um público mais novo. A resposta dos jovens tem sido positiva.

- Você compôs uma música para especialmente para Malhação, intitulada Revanche. Como foi esse processo?
- Fiz essa música especialmente para a novela e, em apenas um mês, ela já tinha 300 mil acessos na internet. Gostei pra caramba da canção, mas não imaginei que teria uma repercussão tão grande. Componho desde os 13 anos e, ao todo, inclusive com os sambas-enredo, já compus cerca de 80 músicas.

- Já sofreu algum tipo de preconceito?
- Sofri por ser do samba, por ser branco de olhos verdes. Quando ia às rodas de samba ainda pequeno, os próprios sambistas falavam que eu era branco e que samba era coisa de negro. Mas eu amo o que faço e jamais iria desistir disso.

- Quais são seus sonhos como ator e músico?
- Após fazer Malhação, fiquei com muita vontade de fazer cinema, além de continuar em novelas. Os dois ao mesmo tempo eu acho que não rola, mas pretendo fazer. Também quero agitar minha carreira musical, quem sabe um novo CD ano que vem. Quero começar a produzi-lo no segundo semestre.

- Se tivesse que escolher entre a música e a novela, por qual optaria?
- De repente, num certo momento terei que escolher o que fazer primeiro, vai depender do que eu achar melhor para mim, mas é impossível optar por apenas uma das carreiras. Amo tocar e amo atuar, quero fazer as duas coisas.

- Tem algum trabalho em vista na Globo após Malhação?
- Tenho bastante coisa na mira, mas ainda não posso falar nada a respeito.

- O que você pretende fazer com o dinheiro que ganha?
- É o mesmo sonho que o meu personagem tem: tenho muita vontade de dar uma casa para a minha mãe. É um sonho e em breve vou conseguir, tenho certeza, mas meu personagem vai conseguir antes mim [risos].