A vilã diva de 'Aquele Beijo', Elisa Lucinda, abre a casa, que inspira amor e versos, e anuncia próximos planos
Teatro, poesia e música. A multiartista Elisa Lucinda (54), que nasceu em Vitória, no Espírito Santo, e adotou o Rio de Janeiro há 26 anos, pinçou elementos de cada uma dessas artes para montar um aconchegante lar. “Me formei em Jornalismo e cheguei a trabalhar como repórter, mas desisti. Vim para o Rio porque queria ser artista. Aqui fiz a minha história. Adorei ter tomado essa decisão”, relembra ela, no amplo apartamento, no alto de uma ladeira no bairro da Lagoa. Ali, a animada Elisa recebe os amigos para seus concorridos saraus líricos. Paradoxalmente, também é nesse local que encontra o sossego para escrever seus versos. Quando sai, ela se divide entre a Casa Poema, que fundou, o trabalho de atriz — atualmente, se destaca como a vilã Diva da novela global das 7, Aquele Beijo, que termina nesta sexta-feira, 13 — e a peregrinação por espetáculos teatrais. Tanta dedicação às artes lhe rendeu uma homenagem no carnaval deste ano. A escola de samba Boa Vista, de Vitória, apresentou o enredo Vida em Poesia... a Lira que é Lucinda e sagrou-se campeã.
– Sua casa é grande e exala arte. Você é do tipo caseira?
– Meu problema é grave. Gosto tanto de rua como de ficar em casa. Adoro passear, andar de bicicleta, ir à praia, subir a ladeira onde moro. São 40 minutos de aeróbica, não tem nada melhor. Mas também gosto da noite, de festa.
– Você vive sozinha aqui, mas parece uma casa movimentada...
– Adoro receber e cozinhar para muita gente. Moro só, mas sempre tem gente em casa. Meu filho, Juliano, que tem 30 anos e é cineasta, saiu de casa em 2011. E é claro que tenho a companhia frequente do meu namorado, o historiador e pesquisador Marcos Roza, com quem estou há um ano.
– E como foi o desfile?
– Foi um momento único, emocionante. Marcos fez o enredo, meu pai, Lino Santos Gomes, e Juliano estavam lá. A Regina Duarte também foi a Vitória e saiu no meu carro alegórico.
– Mudando de assunto, o que é o espaço Casa Poema?
– É uma casa linda, bem antiga, que fica em Botafogo, no Rio. Eu tinha o sonho de criar um lugar totalmente dedicado à poesia e consegui. Lá, dou aula para qualquer pessoa que queira aprender a falar poesia, seja médico, professor, policial. Também promovo saraus com músicos e poetas. Há ainda um teatro com 60 lugares.
– Fale um pouco da sua primeira vilã, a Diva.
– Precisei entrar em contato com as minhas lamas para interpretá-la. Considero meu caminhão de lixo, onde jogo tudo de ruim que há em mim. Mas eu amo Aquele Beijo! É um folhetim que tem poesia no horário das 7.
– Você vai lançar dois filmes este ano, não?
– Estou no longa do diretor Marcio Curi chamado A Última Estação e também na nova produção do Murilo Salles, O Fim e os Meios. Além disso, escrevo um livro sobre Fernando Pessoa e uma peça sobre Adélia Prado. Vai ser um ano bem cheio!