NO JOCKEY CLUB DE SP, ATOR DA NOVELA GLOBAL BELÍSSIMA FALA SOBRE O HOBBY
Redação Publicado em 19/04/2006, às 17h01
por Márcia Gimenez
Na novela global Belíssima, o turco Murat vai à bancarrota por apostar nos páreos do Jockey Club de SãoPaulo. Já seu intérprete, o talentoso Lima Duarte (76), garante que jamais passaria pelo mesmo problema. "Gosto de cavalos de corrida, não de corridas de cavalos", diz. Movido pela paixão, Lima tem seus próprios animais, hobby que cultiva há 30 anos. Eventuais apostas em páreos, só "mixaria", como ele mesmo garante, e apenas para prestigiar seus competidores. Atualmente, Lima tem cinco cavalos, cuidados nas cocheiras de Ivan Quintana (47), na Vila Hípica do jockey paulistano. Quando está na cidade, faz questão de passar por ali, acompanhando de perto a trajetória de cada um deles. À vontade, conta detalhes da genealogia de todos, suas histórias, vitórias nas pistas. E discorre, com prazer, sobre um assunto que domina. Cita com naturalidade poemas sobre cavalos e acaba entoando Por una Cabeza, o clássico tango de Carlos Gardel (1890-1935) que conta a história de homem que perde todo seu dinheiro nas corridas.
- O que o atrai nos cavalos de corrida? O que têm de diferente?
- Sua beleza estonteante, a incrível sensação de força que eles passam e sua imensa fragilidade. Essa combinação de força, beleza e fragilidade é o que me encanta.
- Seus cavalos ficam todos em São Paulo?
- Sim, aqui na Vila Hípica. Eventualmente, quando algum deles se machuca, precisa retornar ao pasto de um haras. Nesses casos, é sempre possível enviá-los a um haras de aluguel. Ali eles podem voltar às origens e esquecer um pouco o stress das competições. Os cavalos de corrida são animais muito delicados. Observe como suas pernas são finas... Em um páreo, eles chegam a correr 100 quilômetros por hora. Nas curvas, são cerca de 500 quilos que acabam ficando em cima de uma pata. É por isso que eles vivem se machucando.
- Em Belíssima, Murat perde tudo nas corridas de cavalos, e vai passar por um natural processo de arrependimento. Lima Duarte se arrepende de algo em sua vida?
- Ah, eu me arrependo o tempo todo de uma porção de coisas, mas tem um dito antigo que gosto de repetir: me arrependo mais das coisas que deixei de fazer. As que eu fiz, sou o resultado delas, e não posso me arrepender de mim.
- Várias vezes você já declarou que gosta de ficar sozinho, curtindo a tranqüilidade de seu sítio no interior paulista. Não sente falta de uma vida mais glamourosa, mais agitada?
- Nem um pouco. Costumo dizer para os amigos que cheguei a São Paulo em um caminhão de manga, e que para mim esse caminhão ainda está por aí, esperando para me levar de volta para Desemboque, em Minas Gerais, onde nasci. Um dia alguém vai perguntar: "Cadê aquele cara que fazia uns caipiras muito bem feitinhos?". Aí você vai dizer: "Sei lá, sumiu!!"
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