PIONEIRO

Reynaldo Boury revolucionou TV com polêmico beijo gay em novela do SBT

Diretor Reynaldo Boury morreu neste domingo, aos 90 anos; seu último trabalho foi no folhetim Poliana Moça

CARAS Digital Publicado em 25/12/2022, às 13h28

O diretor Reynaldo Boury, morto neste domingo, 25, aos 90 anos - Foto: Divulgação/SBT

Reynaldo Boury foi um dos pioneiros na televisão e teledramaturgia brasileira. O diretor, que morreu neste domingo, 25, aos 90 anos, dirigiu no SBT a primeira novela com um beijo gay a ser televisionada, Amor e Revolução, do ano de 2011.

Com texto de Tiago Santiago, a trama enfrentou um abaixo-assinado de militares pedindo pelo cancelamento da novela e marcou a história da TV ao exibir o beijo entre as atrizes Giselle Tigre e Luciana Vendramini

Na trama, Giselle interpretava Marina e Luciana era Marcela. O beijo foi ao ar em 12 de março de 2011, e rendeu apenas 6 pontos de audiência à emissora, que afirmou que o público da novela não aceitou tão bem a cena de romance entre duas mulheres. Um beijo entre dois homens também teria sido vetado da produção. 

Na época, Vendramini chegou a comentar a decisão de vetar a cena envolvendo dois homens, em entrevista ao jornal Folha de São Paulo. "Foi uma decisão soberana da direção e acatei. Resta esperar fazer alguma novela que eu tenha mais oportunidade."

A história se passava na época da Ditadura Militar, e segundo o site Notícias da TV, estima-se que o SBT tenha gastado cerca de R$ 40 milhões para produzir toda a ambientação do folhetim. Apesar disso, a novela de 204 capítulos não se tornou um grande sucesso.

O folhetim era exibido na faixa das 22h e marcou uma média de 4,8 pontos de audiência, ao final de sua exibição. O elenco tinha ainda grandes nomes da época como Cláudio Lins, Graziella Schmitt, Thaís Pacholek, Nico Puig, Patrícia de Sabrit e Jayme Periard

Amor e Revolução teve cerca de oito meses de gravações, iniciando em janeiro e terminando em agosto. Ela exibiu seu capítulo final em janeiro de 2012, e não teve substituta direta, deixando a faixa das 22h sem novelas. O próximo folhetim da emissora, Corações Feridos foi ao ar às 20h30, no ano de 2012.

Mais recentemente Boury era conselheiro de departamento da novela infanto-juvenil Poliana Moça. Desde Amor e Revolução, o diretor vinha se dedicando a trabalhar com as novelas para o público jovem, ao lado de Iris Abravanel. Ele esteve em projetos como Carrossel, Chiquititas, Cúmplices de Um Resgate, Carinha de Anjo (na supervisão-geral) e As Aventuras de Poliana.

Ele iniciou sua carreira na televisão atuando nos bastidores, até que ele passa a trabalhar como diretor de imagens na TV Tupi. Sua trajetória conta com emissoras como TV Excelsior, onde fez as novelas Redenção e a primeira versão de Sangue do Meu Sangue; TV Globo, onde trabalhou nas tramas de Irmãos Coragem, Selva de Pedra, Sinhá Moça, Tieta e Meu Bem Meu Mal.

A cerimônia de despedida do artista acontecerá no Cemitério e Crematório Parque dos Ipês, no interior de São Paulo. Na manhã deste domingo, o SBT encaminhou à imprensa uma nota de pesar, lamentando a morte do artista, que sofreu um choque séptico, enquanto estava internado no Hospital Albert Einstein.

"Reynaldo Boury formou uma família dentro e fora da TV, tendo seus filhos Alexandre Boury também na direção de novelas, e Margareth Boury na autoria. O neto Guilherme Boury destaca-se como ator, tendo feito inúmeros trabalhos em várias emissoras", inicia o texto.

"O SBT se entristece com a perda do grande diretor e querido colega de trabalho e amigo, deseja que Deus conforte sua família neste momento, e tem certeza que seus trabalhos serão sempre lembrados com grande afetividade por todo o público brasileiro que acompanha desde sempre as novelas dirigidas por ele."

SOPHIA VALVERDE SE DESPEDE DO DIRETOR

Protagonista da novela As Aventuras de Poliana, a atriz Sophia Valverde se emocionou ao se despedir do diretor Reynaldo Boury. Ao receber a notícia triste, ela relembrou fotos dos dois juntos e prestou uma homenagem em seu Instagram.

"Acabei de ver aqui que o Reynaldo Boury faleceu. Ainda não tô acreditando e tô chorando muito. Eu amava ele porque ele era um diretor incrível, uma pessoa maravilhosa, estava sempre pronto a me escutar quando eu precisasse e me ensinou muitoooooo! No nosso último encontro, que foi na pizzaria, ele me fez chorar com as palavras que disse pra mim, sempre com muito carinho, ele me orientava para tentar sempre ser uma atriz melhor", disse ela. 

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