Viúva do ator Roberto Gómez Bolaños, a atriz Florinda Meza escreveu uma carta aberta para falar sobre as polêmicas envolvendo a herança dele
A atriz Florinda Meza surpreendeu ao compartilhar uma carta aberta aos fãs para falar sobre as polêmicas envolvendo a herança do marido, o ator Roberto Gómez Bolaños, que foi o intérprete e criador dos personagens Chaves e Chapolin. Nos últimos tempos surgiram boatos de que ela teria processados os filhos dele e outras pessoas sobre a obra deixada pelo marido, mas ela negou tudo em seu texto.
Ela contou que foi nomeada como representante dele e lamentou que a exibição dos programas dele tenham saído do ar em alguns lugares. Então, ela citou os projetos de criarem biografias de Bolaños e disse que apenas quer ver projetos sobre a vida do marido que se atenham à verdade e não inventem histórias.
"Todos sabem que Roberto Gómez Bolaños é o amor da minha vida. Quando ele fez seu testamento,fiquei tranquilo, pois ele decidiu aquilo que o deixou em paz. Em 2014, Roberto morreu nos meus braços. Meu luto por sua ausência tem sido longo e doloroso, passei anos isolada, me recuperando. Em 2020, no auge da pandemia, o contrato com a Televisa pelos direitos literários para as transmissões da série Chespirito terminou. Eu, como escritora, deveria ter sido convocada para essa negociação, mas não fui. Fiquei sabendo pela mídia que finalmente não tinham chegado a um acordo e suspenderam a transmissão dos programas. Algo explodiu dentro de mim, foi como se meu Rober se levantasse da tumba e gritasse: 'Acorda! Você tem que defender meu legado'".
"Em seu testamento, ele me nomeou como sua representante para proteger seus personagens de um mau uso. E que pior uso pode ser feito do legado de um gênio do que enterrá-lo, congelá-lo por quase quatro anos? Roberto nunca se interessou pelo dinheiro, ele o via como uma consequência do seu trabalho. Ele não teria permitido que a série saísse do ar durante a pandemia. Retirar essa alegria dos seguidores justo quando mais precisavam foi terrível. Agora eles aguardam ansiosos pelo retorno do programa número um da televisão humorística para compartilhar com seus filhos a comédia saudável, as emoções positivas e os valores universais".
"Roberto e eu conhecíamos muito bem nossa responsabilidade social. A série Chespirito deixou de ser apenas um produto televisivo e se tornou uma parte essencial da vida de milhões de pessoas, marcando a história coletiva de muitos países, por mais de 4 gerações. Nesse tempo, o ambiente mudou, a mídia social e o entretenimento se transformaram. A tecnologia evoluiu, o que permaneceu imutável foi o sucesso mundial das transmissões de Chespirito. Sabem por quê? Porque esses programas têm magia, são um tesouro para promover e cuidar com muita delicadeza, pois alcançam diretamente a alma da audiência".
"Preservar esses bons sentimentos é uma missão para mim, como deveria ser para o resto do elenco, por isso, na medida do possível, evito responder polêmicas e ataques, pois escolho evocar o bem que vivemos juntos. Tive a sorte de fazer parte desse maravilhoso grupo que trabalhou durante 25 anos sob a direção de um grande líder: Roberto. O programa parou de ser gravado quando ele, como seu criador, decidiu assim. Mas as transmissões continuaram por anos em toda a América Latina e nos Estados Unidos, enchendo as telas de televisão. Roberto Gómez Bolanõs, o Chespirito, foi um homem bom, um marido amoroso, um excelente pai, um ex-marido responsável, um amigo leal, um grande chefe, um profissional impecável e um gênio único e irrepetível. Merece ser lembrado com respeito e carinho, por tudo o que sua obra significa para tantos espectadores".
"Quero esclarecer que, até hoje, não processei ninguém, não é meu desejo e espero não me ver na necessidade de fazê-lo, por nenhum motivo. Nunca busquei conflito com os filhos do amor da minha vida. A última vontade de Roberto exige que eu intervenha para proteger seu legado, porque ele confiava em mim e assim dispôs em seu testamento. Se eles quiserem, podemos resolver isso imediatamente, é urgente que o riso retorne aos lares. Minha dignidade como ser humano também me move a defender meu trabalho, meus direitos literários, minha imagem e minha vida privada com meu Rober, porque nosso amor não durou apenas 40 anos, continua vivo. Como pessoas do espetáculo, o mais precioso para nós é o público, que tem o direito de preservar a boa imagem de Roberto Gómez Bolaños, que qualquer produção que fale sobre ele se atenha à verdade e reflita o que Roberto pensava e sentia".
"Qualquer visão diferente disso não será sua biografia, será outra história, a imaginação de outra pessoa, cheia de fantasias para vender. Mas o personagem que leva o nome de Roberto não será realmente ele. Honremos Roberto Gómez Bolaños, o Chespirito, e cuidemos da magia, nossa magia, porque seu legado de alegria é de todos os bons que o seguem… e seu escudo é um coração. Florinda Meza", finalizou.
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