ENTREVISTA

Cridemar Aquino conquista segunda novela após 27 anos de carreira: 'Mais difícil para atores como eu'

Em entrevista à CARAS Brasil, Cridemar Aquino comenta sobre Garota do Momento, seu novo trabalho na Globo, e reflete sobre oportunidades

Bárbara Aguiar, sob a supervisão de Arthur Pazin
Cridemar Aquino como Sebastião em Garota do Momento - Globo/Fábio Rocha

Prestes a estrear em Garota do Momento, próxima novela das seis da Globo, o ator Cridemar Aquino (45) vem de uma longa carreira no teatro e esteve em Meu Pedacinho de Chão (2014). Premiado com o Prêmio Shell de Teatro em 2023, Cridemar trilha o caminho das artes há 27 anos e conquista a sua segunda novela com Garota do Momento. Em entrevista à CARAS Brasil, ele comenta sobre as oportunidades para atores negros e reflete sobre o cenário: "Mais difícil para atores como eu", desabafa.

Ao lado de Tatiana Tibúrcio (47) e Ícaro Silva (37), o intérprete marcará presença na nova trama das seis como Sebastião, pai de Ulisses, personagem de Ícaro, e marido de Vera, interpretada por Tatiana. Com uma história antiga com o teatro, Cridemar afirma que só conseguiu o papel pela vasta experiência e prêmio conquistados ao longo da carreira.

"Depois de 27 anos de carreira e alguns prêmios importantes no teatro brasileiro, ganhei certa visibilidade e o audiovisual acabou me notando com um pouco mais de frequência", reflete. 

Espaço conquistado com garra

Apesar de expressar felicidade com o atual momento de sua trajetória como ator, Cridemar não finge que as conquistas chegaram com facilidade. Foi necessário um esforço em conjunto para que artistas negros recebessem o reconhecimento digno pelo trabalho realizado nos palcos e nas telas.

"Sem dúvidas nenhuma, estou muito feliz com tudo que tem acontecido na minha carreira artística, mas também não podemos esquecer o quanto é mais difícil para atrizes e atores como eu acessarem determinados espaços", reforça.

O ator destaca que precisou acumular 27 anos de experiência para ter um trabalho premiado no Prêmio Shell e acrescenta: "Na TV também. Esse é só o meu segundo trabalho no elenco principal de uma novela", aponta ele, que também fez participação em outras tramas da Globo, como Quanto Mais Vida Melhor.

 

Para Cridemar, mesmo com as recentes conquistas para os artistas negros, o caminho da equidade ainda é longo: "Sabemos que temos alcançado espaços importantes no mercado de trabalho, mas, ao mesmo tempo, entendemos que ainda estamos longe de uma verdadeira representatividade".

"Não só no universo das artes, mas no âmbito geral de nossa sociedade", acrescenta o intérprete, que vê a televisão como um meio importante para auxiliar nesse processo de reconhecimento. "É um instrumento na desconstrução de determinados estereótipos, e isso é muito bom para toda a sociedade", conclui.

Trajetória premiada

Em 2023, o ator foi vencedor da categoria Melhor Ator do Prêmio Shell de Teatro — um dos mais importantes para o reconhecimento dos artistas brasileiros — por sua interpretação na peça Joãosinho e Laíla: Ratos e urubus larguem minha fantasia, onde deu vida à Laíla.

Antes disso, além de dedicar a carreira ao teatro com a participação em diversos espetáculos, Cridemar já havia integrado o elenco da série Suburbia (2012), com Erika Januza (39), e da readaptação de Meu Pedacinho de Chão (2014) — em ambos trabalhou ao lado de Tatiana Tibúrcio, uma velha amiga.

 

Os anos no tablado, segundo o intérprete, aprimoraram sua capacidade de se aprofundar nos personagens: "Acho que tantos anos de carreira no teatro me ajudaram muito a entender a profundidade e as camadas que um personagem pode atingir quando ele é bem construído", diz.

Se adaptar ao modelo exigido pela televisão não é um desafio, principalmente pela experiência do artista. "No audiovisual, usamos técnicas diferentes para atingir os melhores resultados, mas a base de construção dos personagens é a mesma que usamos no teatro. Acredito que a prática constante das artes cênicas ajuda muito o ator na construção e na condução do seu trabalho para um melhor resultado", explica.

Garota do Momento

As expectativas para Garota do Momento são as melhores: além da oportunidade de recontar a história do Brasil sob a perspectiva de quem teve sua história apagada, Cridemar espera contribuir com a quebra de paradigmas sobre a comunidade e homens negros.

"Humanizar personagens assim através da dramaturgia ajuda a desmistificar uma imagem carregada de preconceitos e estereótipos ligados ao homem negro, me sinto muito feliz em ter a oportunidade de ajudar a desconstruir essa imagem perversa", conclui.

Bárbara Aguiar, sob a supervisão de Arthur Pazin

Bárbara Aguiar é jornalista em formação pela Escola de Comunicações e Artes da USP. Amante de atividades culturais e entretenimento, ela escreve para a Caras, Contigo! e atua como diretora de Comunicação Visual na Jornalismo Júnior da ECA/USP.

Teatro globo Garota do Momento Cridemar Aquino

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