Em cartaz com uma peça de teatro, o ator Reynaldo Gianecchini desabafou sobre as críticas negativas que tem recebido por interpretar uma drag queen
O ator Reynaldo Gianecchini desabafou sobre as críticas que tem recebido recentemente por causa da interpretação dele como uma drag queen e, Priscilla, A Rainha do Deserto, um musical que está em cartaz desde o início de junho deste ano. O ator comparou a recepção do público à interpretação dele como um líder religioso insano e como a personagem da peça, pontuando que o tratamento foi mais hostíl à atuação recente.
Em Bom Dia, Verônica, série da Netflix, o artista interpretou Matias, um líder religioso que usava da influência e poder para abusar sexualmente de mulheres e agredir, psicologicamente e fisicamente, a esposa e a filha. O ator apontou que na época em que viveu o personagem foi aclamado pela maioria das pessoas, que teriam se impressionado com a atuação dele: "Fiz um abusador, um cara terrível, quase um psicopata. Eu recebi muitos comentários positivos sobre meu trabalho e sobre a série", disse ele.
"No meu trabalho recente, eu faço uma Drag Queen. Sim, tem gente que adora, que vai à peça e fica maravilhado, mas estou recebendo um monte de comentários negativos de pessoas que misturam o meu personagem a minha vida pessoal. Destilam toda raiva e preconceitos, fala coisas inacreditáveis", expôs Reynaldo.
Gianecchini se mostrou impressionado com o incômodo direcionado a cada um dos personagens. Questionando o público sobre o motivo de uma drag queen incomodar mais do que um abusador: "Vocês não confundiram a minha vida pessoal a de um abusador. Mas, a drag queen, sim. Não querem me ver nesse papel, querem me cancelar. Curioso, não é? Um psicopata é legal, mas a drag não é", refletiu.
Em seguida, o ator reforçou a importância de trazer personagens que sofrem preconceito na vida real à vida através das artes: "Temos muito para falar ainda , porque é esse o Brasil em que a gente vive", disparou. O ator já havia conversado com a CARAS sobre a importância do papel em Priscilla, destacando também que ele foi importante para destravar seu medo do teatro.
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