No comando do programa 'É De Casa', da Globo, Rita Batista ajuda o país a se ver na TV
Uma das tradições da apresentadora Rita Batista (43) no final do ano é tomar seu banho de folhas cheirosas. “Ali você vai jogando todas as suas intenções, vai agradecendo, pedindo”, explica a baiana, que também costuma fazer uma oferenda de agradecimento para Oxalá, com canjica. E nesta virada ela tem muito a agradecer e comemorar. Em dois anos na TV Globo, passou de repórter dos programas matinais para uma das apresentadoras do É de Casa. Momento com o qual sempre sonhou e sabia que ia chegar.
–Virar apresentadora do É de Casa foi uma realização?
– Claro! Para quem faz telejornalismo é a cereja do bolo da vida profissional. Em 18 anos de carreira, já tinha feito todo movimento para entrar na Globo e não tinha rolado. E aí, um belo dia, recebo uma mensagem me convidando para uma temporada de três meses na SuperManhã como repórter. Quando isso funciona dessa forma, com naturalidade, acho que verdadeiramente está escrito e é resultado do meu trabalho.
– Você achou que esse dia nunca iria chegar?
– Eu tinha certeza de que iria chegar! Sou essa pessoa de fé. A mulher reza tanto, intui tanto, pensa tanto, mantra tanto, não é possível que não acredite nas coisas que projeta para a própria vida.
– Sente que virou referência para outras mulheres?
– Acho que essa coisa da representatividade, com a qual a TV Globo e outras empresas estão superalinhadas, faz parte de valores universais importantes, porque não tem nenhum sentido um País como o Brasil, com porcentagem de pessoas que se declaram pretas e pardas, não ter representação em todos os ambientes e na comunicação também. Quando temos no programa uma mulher preta e um homem preto, a gente reflete e conversa verdadeiramente com este País.
– Com isso as pessoas passam a se ver na tela...
– É importante para você ver que é possível, isso dá uma injeção de ânimo, é um estímulo. Hoje, quando vejo que eu estou na TV, de cabelo crespo, sem alisamento, com a minha cara natural, com meus cabelos brancos, de uma forma que muitas mulheres são, eu fico bem feliz.
– De onde vem esse empoderamento de deixar os fios brancos?
– Quando começou, decidi não pintar o cabelo, porque a gente precisa discutir neste País como as mulheres são tratadas na sociedade. Mulher que tem cabelo branco é desleixada. Ela nunca vai ser supervalorizada porque tem cabelo grisalho. Os caras podem engordar, emagrecer, ficar carecas, grisalhos, que são sempre charmosos e mais valorizados. O passe deles valoriza, enquanto a gente vai perdendo território. E aí fica essa coisa de que mulher tem prazo de validade. Isso me irrita profundamente! Então, o meu cabelo, que é crespo e grisalho, é um ato político mesmo, de dizer que vai ter mulher preta de cabelo grisalho e se achando o máximo. Porque tenho também esse probleminha, né? Eu me acho ótima! (risos)
– As mulheres também são muito cobradas com a maternidade. Você mudou muito desde que se tornou mãe?
– É outra coisa que também tento combater. O senso comum nos ensina que você, depois de ter filhos, precisa mudar, mas você não quer mudar. Você quer ter seu filho e quer continuar fazendo suas coisas, continuar tendo um olhar diante do mundo de uma mulher que não é só mãe, que a maternidade não vai lhe roubar a feminilidade. Tem essa coisa sacrificial do amor de mãe.
– Você já sofreu com isso?
– Eu recebo cacete de todo lado porque, para aceitar o convite da TV Globo, precisei me mudar para São Paulo. Na época, estava casada e Martim (5), meu filho, ficou com o pai. A gente se separou no ano passado e ele continuou com o pai. Agora, ficam dizendo: ‘Como assim deixa um menino com o pai?’. E tem pessoa melhor para ficar? Se fosse um cara atrás da carreira dele e a mulher segurando a onda, estaria tudo certo, né? Não queria mexer na vida do Martim, que tem os avós, os irmãos mais velhos, a escola. Seria capricho meu e seria também cair nessa pressão de que o filho tem que ficar com a mãe. Mas em quais circunstâncias? Na escola integral ou com a babá?
– Você é ligada ao lado espiritual. O que espera de 2023?
– Isso eu sou mesmo. Se tem um negócio que eu tenho muita convicção é da minha fé, de que tem algo muito maior que nos rege, toma conta da gente. E eu acho que 2023 vai ser massa! Eu tenho as melhores intenções e perspectivas. Para mim, a vida é um boomerang: o que eu desejo para mim, desejo para o resto do universo. Não quero só que eu, meus amigos, meus núcleos mais próximos se deem bem. Eu quero que todo mundo se de bem neste ano que vai começar!
FOTOS: AMANDA TROPICANA; BELEZA: NAOMI NINCK PRODUÇÃO: PITI CANELLA; STYLIST: THIAGO MESCKLA
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