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Reflexões e ideias musicais de Karinah

Ao lado da família, musa do samba revela próximos lançamentos

Tainá Goulart Publicado em 26/06/2020, às 10h00

A sambista Karinah mergulha em suas referências artísticas e fica perto da natureza no Balneário Barra do Sul, em Santa Catarina - Fernando Willadino

Da poluição sonora ao barulho dos pássaros ao acordar. Da correria de Balneário Camboriú, cidade turística famosa de Santa Catarina, para a calma do interior, no Balneário Barra do Sul, na região norte do estado. Essa foi a escolha da cantora Karinah (39) no começo da quarentena, ao se mudar com o marido, o empresário Diether Werninghaus (63), os gêmeos do casal, Gerd e Lilian (2), e com os filhos Carlos Eduardo (23) e Sarah (17), de relacionamentos anteriores, para se isolar com qualidade de vida. “Estamos à beira de uma lagoa, com uma tranquilidade indescritível, os bichos ao nosso redor e uma rotina diária que traz um bem emocional para todos nós”, conta ela, atual expoente do universo do samba e do pagode. “Foi uma das mais importantes decisões para a nossa saúde”.

Mesmo antes do isolamento, Karinah revela que sempre dava um ‘jeitinho’ de manter a família por perto, afinal, para ela, é sua maior força. “No entanto, com essa proximidade intensa, eu vejo que estamos nos entendendo e conhecendo mais. Estou vendo os desafios do meu mais velho na faculdade, conversando com a Sarah e, claro, me divertindo com os pequenos”, diz. Em casa, as atividades não faltam, mas, para ela, há um momento “solo”, em que o foco é em sua saúde corporal. “Cada um tem suas coisas para fazer. Eu mantenho meu treinamento com um personal trainer e até atendimento com a minha dermatologista, que está no Rio de Janeiro, para tratar da pele, e com o meu cabeleireiro, mas tudo virtualmente. Nunca imaginei que teríamos essa facilidade”, diz ela, que tem uma horta em casa. “Temos de tudo e estamos cozinhando bastante, então a alimentação também está natural.

Além das reflexões sobre a vida, a cantora está revendo alguns pontos da carreira de quase dez anos dentro do samba e do pagode. “Se for analisar, estou trabalhando mais em casa do que se estivesse na estrada”, brinca. “Para planejarmos o ano, pensamos em tudo, e aí chega uma pandemia. Você é obrigada a ser flexível, para entender o momento, a gravidade dele e ir se adequando. Nas duas primeiras semanas de quarentena, eu e minha equipe ficamos meio embolados, mas depois tudo se acertou”, conta. Por causa da pandemia da Covid-19, Karinah está adiantando alguns lançamentos musicais, algumas parcerias e investindo muito em lives. “O nosso foco virou totalmente para o on-line, nas lives, que dão a oportunidade para que outras pessoas assistam ao nosso trabalho. Se pensar, até contratantes também podem estar vendo e quem sabe algumas oportunidades não surjam?”, conta ela, que tem como grandes inspirações nomes como Clara Nunes (1942–1983), Alcione (72) e Ivete Sangalo (48). “Se hoje o mundo do pagode e do samba ainda é muito machista, imagina na época da Clara Nunes, da Beth Carvalho, da Alcione? Elas são exemplo de coragem e de que continuar, persistir, vale o esforço. Hoje, ainda existem ambientes que não dão valor ao trabalho da mulher dentro da música, mas isso não me intimida. A Ivete é uma inspiração, pois ela sabe exatamente o que quer e faz muito bem todos os papéis dentro da carreira dela.

Sobre o futuro, além de continuar cantando e dividindo o palco com nomes como Martinho da Vila (82), Péricles (51) e Mumuzinho (36), Karinah espera lançar seu disco no fim do ano. “Manter uma carreira, seja ela qual for, é uma luta todos os dias. Precisamos estar presentes para ver o caminho certo a seguir. Estou com saudade de uma boa roda de samba Vai ser uma das primeiras coisas que farei quando puder sair!”, decreta.

Revista Karinah

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