Após Covid-19, ela saúda a vida
Neurótica. Esta foi uma das palavras que a top e apresentadora Mariana Weickert (38) mais ouviu durante a reta final de sua segunda gravidez, entre maio e junho. Quando os primeiros casos de Covid-19 apareceram pelo mundo, ela parou de trabalhar como repórter especial no programa Domingo Espetacular, da RecordTV, e foi com a filha Theresa (2) e o marido, o empresário Arthur Ferraz Falk (35), para uma casa alugada em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro, onde se refugiou. “Um medo muito grande surgiu em mim. Foi assustador perder o controle da vida que, aliás, a gente pensa que tem. As pessoas e até minha família acharam que os cuidados eram exagerados, que não precisava ser tão restritiva assim”, explica ela.
No entanto, mesmo com toda a cautela, como as compras de delivery higienizadas no quintal, máscaras e muitos “banhos” de álcool em gel, alguns sintomas brandos seus, da primogênita e do companheiro levaram a família a fazer o teste via drive-thru, com o surpreendente resultado positivo para todos. “Eu estava com 38 semanas e levei um choque quando vi que estava com o coronavírus. Naquele momento, uma onda de ansiedade me deixou mole. O que poderia acontecer comigo e com o meu filho que nem tinha nascido? Ele seria infectado? Como seria o parto? Achei que iria me martirizar, mas, no fundo, apesar do pânico, eu tinha uma intuição de esperança de que tudo daria certo. E deu.”
De volta a São Paulo, ela foi ao hospital para refazer o exame, certa de que poderia estar livre do vírus, mas não: por lá ficou já para o parto de Felipe (1 mês), que veio ao mundo “quando e como achou melhor”, como brinca a apresentadora. Pela falta de informações comprovadas sobre a transmissão do novo coronavírus de maneira vertical, os dois foram para uma área de isolamento, repleta de funcionários protegidos por equipamentos de proteção, mantendo mãe e filho no quarto do hospital por três dias.“Tinha de amamentar com máscara, olhando para o outro lado, sem ver nada. Não existia aquela coisa de pegar no colo com tranquilidade, que eu vivenciei com a Theresa.” O alívio só veio após este período inicial. “Quando ouvi do médico que eu havia vencido o vírus e que meu caçula estava bem, a emoção foi inexplicável, só lembro de chorar em agradecimento”, conta Mari. “Quando tive alta, eu e o Arthur não aguentamos uma semana mantendo os protocolos. Depois de quatro dias em casa, teve o primeiro contato ‘real’. Essa união sensorial não tem descrição, especialmente sabendo que nós quatro estávamos bem”, relembra ela, ao ser fotografada pelo próprio marido, em casa, onde ninguém mais entra.
Até hoje, por conta da pandemia e pela pouca idade do menino, algumas regras ainda são seguidas. Para que os avós maternos, Ana (64) e Rudolfo Weickert (73), conhecessem o neto, eles ficaram hospedados no antigo apartamento dela, por duas semanas, e fizeram o teste, que negativou para a Covid-19. “Agora, estamos tomando os cuidados ‘normais’, saindo somente para o essencial e tal. Estou me conectando e conhecendo meu filho aos poucos, estamos numa fase de paixão, mas não nego que ainda tenho algumas preocupações extras”, revela Mari, que conta com a ajuda da primogênita no dia a dia. “Ela dá beijo com muito carinho, tem um amor tão grande por ele e zero ciúme. Eu é que fico com o sentimento de culpa, de não estar dando a atenção que deveria. E olha que achei que não teria essa visão.” Em meados de novembro acaba sua licença-maternidade. Ansiosa para o retorno, ela se mantém receosa pelo futuro. “Conectar mundos pelas reportagens que eu faço me traz muito conhecimento e vivência e é esse mundo diverso que eu quero mostrar para os meus filhos.”
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