Integrado à floresta junto com a CARAS Amazônia, Mateus Solano divide vivência sustentável com a mãe
A Amazônia não é um destino inédito para Mateus Solano (42). A primeira vez do ator por lá foi a trabalho, na apresentação da peça Selfie, em 2018, em Manaus. Tocado pela vivência no local, voltou com a esposa, a atriz Paula Braun (44), e os filhos Flora (12) e Benjamin (8), para uma experiência imersiva na floresta. Agora, a convite de CARAS, o ator, que filmou Madame Durocher recentemente, retornou ao bioma para um mergulho sustentável ao lado da mãe, Miriam Shenker (72).
– Na primeira vez em que esteve na Amazônia, o que mais chamou sua atenção?
– Descobri um senso de pertencimento. Estar na Amazônia é uma visita a si próprio. Ela te transforma como poucos outros lugares no mundo. E sempre por causa da natureza, do lugar do qual a gente é feito.
– Quando voltou com seus filhos, como foi?
– Vivemos experiências imersivas na floresta que para mim, meus filhos e a Paula foi especial, pois nos sentimos parte disso tudo. Passeamos de canoa, fizemos trilhas, ouvimos os bichos, sentimos os cheiros... tudo muito intenso. Foi mágico!
– Agora, veio com sua mãe…
– Só sou o defensor da natureza e ecologista que sou graças a ela, que me criou não como dono da natureza, mas como filho da natureza. Isso já me separa de boa parte da humanidade, que considera a natureza uma fonte de recursos para explorarmos.
– Como foi a viagem com ela?
– Muito especial. Minha mãe tem um olhar intenso, delicado e sempre me deixou apaixonado pelo micro, como as formigas, e o macro, como o céu e as estrelas. Herdei dela essa intensidade, o amor pela natureza, pela fauna, pela flora, a emoção...
– Que impressões trocaram sobre a Amazônia?
– Chororô, abraços e suspiros, porque chega uma hora em que não tem mais o que dizer, pois a Amazônia não é muito descritiva, você pode tentar descrever, mas quando descreve, já limita.
– Quando surgiu a sua consciência sobre sustentável?
–A consciência me foi ensinada, mas com a novela Pega Pega, em 2017, ganhei mais seguidores nas redes sociais. E como podemos lutar por várias causas na internet, eu foquei na questão ambiental, que é a questão das questões.
– Por quê?
– Sem água limpa e ar para respirar, não tem dinheiro, não tem religião, não tem separação nenhuma entre a gente. O que fazemos há anos é acabar, não com a natureza, pois ela se transforma, mas com o equilíbrio que levou milhões de anos para permitir a nossa existência no planeta. É mico a gente se extinguir em um período menor do que os dinossauros, por exemplo. Como a gente, um ser com consciência, destrói? Que consciência é essa?
– Crê em uma mudança?
– Penso que a humanidade está na pré-adolescência e torço para que cheguemos à vida madura para tratar com mais consciência e responsabilidade o nosso meio. Dizem, temos que salvar o planeta... Mas o planeta continuará aqui. No período carbonífero havia muito gás carbônico na Terra e o ser humano não podia viver aqui, mas a natureza vivia de outra forma, tinha outros bichos. Se a gente causar desequilíbrio, nós é que não sobreviveremos.
– O que viveu nessa viagem?
– Comi a larva do babaçu. É superproteica, tem gosto de coco. Aprendi a fazer pólvora com o breu branco, coloquei a mão no formigueiro, pois as formigas tapiba são um repelente natural. Vi a Samaúma, uma árvore que, quando cheguei perto, senti tremedeira, vontade de chorar.
– Você criou uma lenda para o guia Ralf…
– Ralf e todo o contexto da viagem foi muito especial e inspirador. Ele tem muito orgulho de ser daqui e tem a natureza na cabeça, no coração, no corpo. Ralf disse que tem medo da cidade... É de dar medo mesmo. Estamos contaminados por uma forma que inventaram para a gente viver e replicamos isso, falamos amém. As redes sociais, na verdade, são redes antissociais, pois a pretensa liberdade que a intenet vende para nós, na verdade, é um isca para ficarmos naquele lugar. Me sinto empapuçado de tecnologia. Ficar sem wi-fi também ajudou a tornar essa viagem especial, ainda mais com a minha Samaúma, que é a minha mãe.
– Como nasceu sua loja de itens à base de materiais desperdiçados e jogados fora, a Muda?
– A partir da parceria com meu padrasto, Jorge, e da minha vontade de transformar a indústria de uma forma mais sustentável. Fizemos parcerias com artesãs e artesãos que transformam refugos de indústrias ou materiais não reciclados em produtos melhores do que eram. Um pneu vira bolsa, restos de azulejos viram brincos. A pandemia foi nefasta para a Muda assim como para muitas microempresas, mas mantivemos a marca e meu padrasto continua com a venda de camisetas, que logo estarão disponíveis.
FOTOS: GUSTAVO BETTINI
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