Entrevista

A força da brasileira Renata Bueno na política italiana

Na Itália, a brasileira Renata Bueno se dedica à vida pública e à família e dá exemplo de liderança feminina

Por Tamara Gaspar Publicado em 09/08/2023, às 22h06

Renata Bueno com sua família na Revista CARAS - FOTOS: VICTOR SOKOLOWICZ

A palavra limite, definitivamente, não faz parte do vocabulário de Renata Bueno (43). Com a política correndo em suas veias, a brasileira ingressou na vida pública aos 16 anos, como militante partidária, e foi longe! Rompeu com as barreiras do machismo, cruzou o Atlântico e construiu uma respeitada trajetória política na Itália, terra de seus antepassados. “Apesar de a Itália ter um percentual maior de mulheres na política — o Brasil não passa dos 10% há anos, infelizmente —, até de forma inconsciente, as mulheres são desvalorizadas e eles tentam sempre desmembrar qualquer construção que uma mulher faça na política. Temos que enfrentar um mundo mais pesado e obstáculos maiores para ter sucesso nessa área. Sem dúvida, deixo muitos homens irritados e nervosos por ser mulher, não porque sei fazer, porque tive sucesso ou uma história interessante”, aponta ela, primeira brasileira a ocupar o posto de deputada no Parlamento italiano, em 2013. “É preciso ter determinação, estudo e preparação para enfrentar esse mundo do trabalho”, emenda Renata, radicada na Puglia, no sul do país, com seu Angelo Martiriggiano (44), e o filho, Vittorio (1).

Incansável, no ano passado, Renata concorreu novamente às eleições italianas e, apesar de não ter sido eleita, recebeu número recorde de votos. “Política não depende só de mandato!”, destaca ela, que segue envolvida em causas públicas. “Na Itália, nós temos um grave problema de fraude nas eleições no exterior, porque é feita pelo correio. Hoje, minha batalha é esta: fazer uma mudança no sistema de votos dos italianos que vivem no exterior”, fala ela, que, frequentemente, viaja à capital, Roma, para compromissos políticos. No Brasil, Renata já ocupou o posto de vereadora da capital paranaense, Curitiba, e sua experiência lhe permite fazer comparativos entre os sistemas dos dois países. “Aqui, na Itália, temos o parlamentarismo, ou seja, o parlamento representa o povo e tem força até para nomear o presidente. Já no Brasil acaba ficando tudo concentrado na mão do presidente e, de certa forma, o Congresso acaba sendo esvaziado. O ambiente, no entanto, é bem parecido. Tem os grandes figurões com todas as suas formas de articularem interesses”, compara a brasiliense.

Com o coração dividido entre Brasil e Itália, Renata faz questão de manter hábitos brasileiros em seu dia a dia. Para começar, no café da manhã. “É um café bem brasileiro, com muitas frutas”, fala ela, sem planos de voltar a morar em solo verde e amarelo. “Sempre que conseguimos vamos ao Brasil para ver minha família. Digo que o casamento entre Itália e Brasil é muito bom, são culturas que se fundem bem”, fala. Ao lado do marido, Renata ainda pilota o Mozzarellart, empresa especializada em burrata caseira, com unidades em Curitiba e Balneário Camboriú.

Entre tantos papéis — política, empresária e advogada —, a maternidade, sem dúvida, tem lugar de destaque na vida de Renata. “Eu me tornei mãe mais tarde, sempre me dediquei muito ao trabalho, mas chega uma hora que a gente precisa se decidir. Foi uma escolha acertada, apesar de toda a dedicação que exige. A maternidade traz uma alegria diferente, ela motiva para tudo na vida!”, resumiu ela.

FOTOS: VICTOR SOKOLOWICZ

 

entrevista Revista CARAS renata bueno

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