Daminhas e pajens são encantadores, mas a espontaneidade deles pode surpreender. Conheça as histórias e as dicas dos especialistas para contornar os eventuais imprevistos
Em 2011, o casamento de Kate Middleton e do príncipe William impressionou o mundo pela beleza e suntuosidade. Além do vestido de noiva, da decoração e dos ilustres convidados da realeza britânica, outro detalhe atraiu olhares e acabou virando assunto na imprensa e nas redes sociais: o comportamento de uma das damas de honra do cortejo. A pequena Grace van Cutsem, de apenas 3 anos, estava claramente desconfortável durante a cerimônia e, principalmente, no balcão do Palácio de Buckingham, onde os recém-casados trocaram o primeiro beijo em público após o enlace. Uma das fotos mais difundidas na internet mostra a menina ao lado do casal fazendo caretas e tampando os ouvidos com as mãos. O episódio não tirou o brilho do momento, mas ainda hoje serve de aprendizado para noivos que planejam incluir crianças em sua cerimônia.
A participação de daminhas e pajens confere graciosidade à festa, entretanto, é preciso ter alguns cuidados. Os menores podem chorar e inclusive se recusar a entrar na igreja por pura timidez, como aconteceu no enlace dos bancários Rodrigo Almeida Araújo e Aline Tunin Ferreira Araújo. “Até um dia antes do casamento, a Isabella falava e simulava como seria a entrada. Mas no ‘dia D’, ela travou”, conta Rodrigo. “Quando percebi o impasse, fui até ela e entramos de mãos dadas”, relembra. Nesse caso, a espontaneidade com que a situação foi resolvida encantou os convidados.
O bom humor foi o recurso usado pela estilista Martha Medeiros, em seu próprio casamento, para lidar com um imprevisto. Sua irmã, 18 anos mais jovem, e na época com apenas 2 anos de idade, era a daminha. Durante a cerimônia, a pequena foi tirando toda a roupa, peça por peça, sob os olhares incrédulos dos convidados. “Ela saiu da igreja só de calcinha!”, conta Martha. “Fazia muito calor, ela se sentiu incomodada com o vestido”, explica. Após as risadas da noiva, a cerimônia seguiu normalmente.
Nos dois casos, o jogo de cintura ajudou a minimizar os incidentes, que renderam lembranças divertidas. Mas escolher crianças maiores e manter os pais por perto para que se sintam seguras também são boas ideias. “A idade indicada para daminhas e pajens é a partir dos 5 anos. Crianças entre 6 e 8 anos costumam representar bem o papel, pois já entendem o que está acontecendo”, ensina Joyce Maciel, assessora de casamentos da Mariée Produção de Eventos. “Mas se ela for menorzinha, o ideal é que um primo ou irmão mais velho a acompanhe, assim ela terá o apoio de alguém conhecido”, aconselha. Joyce também lembra de outro detalhe que deve ser levado em conta: a emoção. “Em um casamento que assessorei, os pajens eram filhos do casal. Eles entraram de mãos dadas e avistaram a mãe que, emocionada, começou a chorar. Quando o pequenininho viu a mãe chorando no altar, também começou a chorar”. A cerimônia teve de ser interrompida para que a noiva e a criança se acalmassem. “Não houve problemas porque era o último casamento do dia e o padre era conhecido do casal”, lembra.
Para evitar imprevistos, hoje alguns casais optam por daminhas pré-adolescentes, com 11 ou 12 anos. Nesse caso, é preciso dar atenção especial ao figurino, que deve ser adequado à idade da menina, sem excesso de flores ou penteados rebuscados. “Em uma ocasião, a noiva escolheu para a daminha um vestido princesa, com laço grande. A menina se recusou a usar e só foi convencida porque a mãe concordou que ela trocaria de roupa logo após a cerimônia”, conta Joyce. “Para pré-adolescentes, o indicado é um vestido mais ‘sequinho’ ou com um leve evasê”, recomenda.
Ainda sobre as roupas de daminhas e pajens, a estilista Daniela Tonetti dá dicas importantes. Ela não aconselha, por exemplo, reproduzir fielmente o vestido da noiva, criando ‘mininoivas’. “Roupa feita para criança tem de ter cara de criança, mesmo que seja de festa”, afirma. Quanto aos tecidos, os mais indicados são o shantung de seda, os cetins e as organzas de seda. “Não recomendo tecidos de fibras sintéticas, pois além de prejudicarem o caimento, incomodam as crianças, e o conforto delas é essencial”, diz. Os acessórios, claro, devem combinar com o modelo. “Laços, flores de tecido ou naturais nos cabelos e um pequeno buquê ou a tradicional almofadinha de alianças nas mãos são opções belas e elegantes”. Daniela ainda enfatiza que o local e a hora da cerimônia são fundamentais para definir o estilo das daminhas. E recomenda escolher as roupas dos pequenos com no mínimo dois meses de antecedência, para tirar medidas e fazer ajustes com tranquilidade. De resto, é seguir seus desejos. “Cada noiva tem um sonho e, na minha opinião, se ele for adequado à idade da criança, hora e local da cerimônia, não há modelos e acessórios que estejam ultrapassados”, conclui.
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