Luto

Olimpíadas 2024: Como Lorrane Oliveira se ergueu após morte da irmã para conquistar o bronze

Ginasta olímpica, Lorrane Oliveira viveu momentos difíceis meses antes de trazer o bronze para o Brasil; veja como a atleta se reergueu em meio ao luto

Daniela Damasceno, sob supervisão de Priscilla Comoti
Lorrane Oliveira e a irmã, Maria Luiza - Foto: Reprodução / Instagram; Foto: Getty Images

Conquistando um feito inédito para o Brasil, uma das responsáveis por trazer o bronze para a equipe de ginástica teve o sentimento de realização contrastado com o luto. Três meses antes das Olimpíadas de Paris 2024, Lorrane Oliveira perdeu a irmã caçula, Maria Luiza, com apenas 21 anos. Com suporte psicológico e o apoio das companheiras de seleção e de pódio Rebeca Andrade, Jade Barbosa, Flávia Saraiva e Júlia Soares, a ginásta uniu forças para seguir em seu objetivo.

"Não esperava passar por isso, nem estar nos meus segundos Jogos Olímpicos de luto. Confesso que pensei em desistir e não vir. Abrir mão. Mas essa equipe maravilhosa me ajudou diariamente. Elas deram o tempo de que eu precisava, meu treinador me apoiou. Foi difícil, eu chorava todos os dias. Tinha dias que não treinava, mas elas sempre me apoiaram. Às vezes só precisava de um abraço, e elas estavam ali. Toda a equipe me ajudou, principalmente a psicóloga Aline (Wolff) e meu psiquiatra Hélio (Fadel). Eles foram essenciais nessa fase. Se não fosse por eles, não estaria aqui. Minha família, meus amigos... Essa medalha é para todo o Brasil, mas também para a minha irmã. Ela sonhava junto comigo", disse ela, em entrevista ao GE.

Quando recebeu a notícia do falecimento da irmã, Lorrane estava longe de casa. A ginasta estava em Troyes, em um camping de treinamento da seleção brasileira na cidade francesa, durante a preparação para os Jogos Olímpicos de Paris. Ela, que foi finalista do individual geral no Mundial de 2015, já tinha vivido as Olimpíadas do Rio 2016 e a prata por equipes do Mundial de 2023. Peça importante da equipe por seu talento nas barras assimétricas, ela deixou o sonho da medalha olímpica de lado para viver o luto. O treinador Francisco Porath e a comissão técnica, inclusive, deixaram com que ela ficasse duas semanas sem treinar e tivesse esse retorno aos poucos.

Com a perda de sua maior incentivadora, Lorrane passou por uma depressão e, próximo às Olimpíadas, não encontrava forças ou motivação para seguir nos treinos. A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) e especialmente o Comitê Olímpico do Brasil (COB) ofereceram suporte psicológico à ginasta. Em Paris, o COB conta com cinco psicólogos e o psiquiatra Hélio Fadel, além de um coach.

Também em entrevista ao GE, o psiquiatra Hélio Fadel explicou como lidam com situações delicadas como a de Lorrane. "Em situações assim, buscamos dar o mais imediato e completo amparo para a atleta. O fato de ela estar em viagem às vésperas de uma competição importante exigiu uma ação coordenada entre todos os profissionais que a acompanhavam. Isso envolveu a equipe médica presente, psicologia e psiquiatria (mesmo à distância), além do máximo suporte da coordenação da ginástica artística. Foi optado, juntamente à atleta, que ela retornaria ao país e, então, a médica da equipe (Lara Ramalho) a acompanhou de volta. Toda a rede de apoio foi montada e uma supervisão mais constante entrou em vigor".

Enquanto se recupera, a ginasta tomou a decisão de competir e transformou a dor em motivação, indo a Paris com o objetivo de conquistar uma medalha para a irmã. Além de abrir a participação do Brasil na final por equipes, Lorrane somou 13.000 com a apresentação nas barras, aparelho que é sua especialidade.

"Não me preparei da maneira que poderia. Quem me conhece sabe que não fiz a melhor paralela que poderia. Fico triste por isso, mas ao mesmo tempo feliz. Depois do que passei, ainda consegui estar aqui e fiz o melhor que podia para representar meu país e minha família. Agora somos medalhistas olímpicas e pude contribuir para isso", celebrou.

 

Lorrane publicou homenagem para a irmã recentemente

Na terça-feira, 30, a equipe de ginástica feminina conquistou um feito inédito para o Brasil: a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos de Paris 2024. E entre as responsáveis por essa conquista, a ginasta Lorrane Oliveira enfrentou um grande luto em sua família poucos meses antes das competições.

No início deste ano, ela perdeu a irmã, Maria Luiza, e publicou uma declaração emocionante em seu perfil oficial no Instagram. Confira!

Daniela Damasceno, sob supervisão de Priscilla Comoti

Daniela Damasceno faz parte da redação do site CARAS. Apaixonada pelo mundo do entretenimento, atualmente escreve sobre celebridades, reality show e novelas (email: dmoreira@caras.com.br)

Lorrane Oliveira Olimpíadas de Paris 2024

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