AINDA SOMOS OS MESMOS

Edson Celulari recorda prisão durante ditadura militar: 'Uma noite inteira'

Em entrevista à CARAS Brasil, Edson Celulari, Lucas Zaffari e o diretor Paulo Nascimento detalham o filme Ainda Somos os Mesmos e debatem a democracia

Mariana Arrudas

por Mariana Arrudas

marrudas_colab@caras.com.br

Publicado em 25/09/2024, às 09h00

O ator Edson Celulari em cena do filme Ainda Somos os Mesmos - Foto: Edson Filho

Sob direção de Paulo Nascimento (60), Edson Celulari (66) e Lucas Zaffari (34) encarnam pai e filho no suspense político Ainda Somos os Mesmos. Para os artistas, o longa-metragem serve como um alerta sobre os anos de ditadura militar na América Latina, mesmo para quem não os viveu diretamente —caso contrário de Celulari, que recorda ter sido preso durante o período.

"Estudei na USP em 1977 e ainda tinham reflexos de muita greve", começa Edson Celulari, em entrevista à CARAS Brasil. "Uma vez fui preso, porque tinha o movimento estudantil do curso de teatro. Passamos uma noite inteira presos, um grupo grande de pessoas. Por sorte, não foi nada pior do que isso, respondemos perguntas. Foi um contato pequeno que tive com essa violência."

O filme retrata a história de um grupo brasileiro que fugiu do exército chileno após o golpe de estado de Augusto Pinochet (1915-2006) e se abrigou na Embaixada Argentina, no Chile. Zaffari interpreta Gabriel, um jovem que, ao deixar o Brasil para fugir da ditadura, encontra insegurança e violência no Chile. Após três anos fugindo do exércio, ele se abriga na Embaixada.

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O jovem então conhece Clara (Carol Castro) e centenas de brasileiros que estão em busca da sobrevivência. O pai de Gabriel, Fernando (Edson Celulari), empresário relacionado ao governo que permaneceu no Brasil, recebe a missão de resgatar o grupo. "Essa relação [entre pai e filho] é o fio condutor e está permeado na história. São laços muito fortes, é o que dá vida ao filme", diz Zaffari.

Cena do filme Ainda Somos os Mesmos | Foto: Edson Filho

 

Os atores ainda acrescentam que o suspense do filme prende a atenção do espectador. A construção do longa pretende passar parte da sensação de medo que o grupo sentiu ao ficar cerca de 42 dias abrigado na Embaixada Argentina sob ameaças do exército chileno.

Nascimento também diz que o a ideia é que o filme atinja gerações mais novas, para que a história seja conhecida. "Quando não se tem liberdade ou democracia, o medo é algo que está todos os dias nas nossas vidas e casas. Não tem como viver uma vida digna com esse medo. Se é ruim viver numa democracia, se virmos umas cadeiradas daqui para lá, é melhor isso do que o outro lado."

Ainda Somos os Mesmos estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 26, e foi baseado em relatos reais de brasileiros, entre eles o gaúcho e ex-guerrilheiro da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) João Carlos Bona Garcia, morto em 2021 por complicações da Covid-19. O filme conta com nomes como Nestor Guzzini, Carlos Falero, Rogério Beretta e Liane Venturella no elenco.

CONFIRA TRAILER DO FILME AINDA SOMOS OS MESMOS:

Mariana Arrudas

Mariana Arrudas é repórter de pautas especiais do Grupo Perfil. Formada em Jornalismo pela Universidade de São Paulo (USP), já integrou a equipe de entretenimento da Folha de São Paulo. Apaixonada por música, filmes, viagens e cultura pop, escreve sobre o universo das celebridades. Instagram @marixf

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