Em entrevista à CARAS Brasil, o médico reumatologista Fabio Jennings esclarece sobre a manutenção da massa óssea em pessoas trans
A saúde óssea depende de vários fatores tanto internos como externos, por exemplo doenças sistêmicas associadas e sexo, diretamente relacionado aos níveis de hormônios sexuais Em entrevista à CARAS Brasil, o médico reumatologista Fabio Jennings esclarece sobre a situação da massa óssea em pessoas trans.
Segundo o especialista, homens como mulheres trans precisam se atentar com relação as doenças musculoesqueléticas, sobretudo, problemas relacionados aos ossos. O impacto na massa óssea em pessoas trans é grandemente atribuída ao tratamento hormonal. Por isso, a preocupação com a saúde dos ossos nesse grupo.
Nas mulheres trans antes do início da terapia hormonal de afirmação de gênero, a massa óssea é mais baixa quando comparada a homens cisgênero. Provavelmente, essa diferença seja explicada por diferenças de estilo de vida. Contudo, após longo período de terapia hormonal, mais que 2 anos, a massa óssea é mantida e até ligeiramente aumentada nas mulheres trans.
"Entretanto, estudos recentes tem observado baixa massa óssea em até 40% de mulheres trans após longo tempo de tratamento hormonal. Nos homens transgêneros, o processo de transformação da testosterona exógena (chamado de aromatização) em estradiol parece proteger a perda óssea, em conjunto com a ação da testosterona.", avalia.
O Dr. Fabio reforça que também é necessário observar atenciosamente a saúde óssea de adolescentes transgêneros: "A puberdade precisa ser suprimida hormonalmente (com GnRHa- agonista do hormônio liberador das gonadotropinas)".
"Isso prejudica temporariamente o desenvolvimento ósseo e deve ser acompanhado com cautela porque baixa massa óssea é observada em torno de 30% de garotas trans no início da transição de gênero. Contudo, após o início da terapia hormonal de afirmação de gênero há uma recuperação, pelo menos parcial, da massa óssea", declara.
O reumatologista menciona que a avaliação da massa óssea rotineira em pessoas transgênero não tem sido recomendada pela Sociedade Internacional de Densitometria e de Endocrinologia, na ausência de fatores de risco. Na presença de fatores de risco, como longos períodos de baixos níveis de hormônios sexuais, a avaliação por meio da densitometria óssea está indicada.
"É importante ressaltar que a terapia hormonal de afirmação de gênero não seja interrompida sem orientação medica para que não haja prejuízo no osso. Desde que a terapia hormonal de afirmação seja realizada adequadamente, a comparação da massa óssea deve ser feita em relação a população de gênero concordante com a identidade de gênero do indivíduo", destaca.
"Em termos gerais, após a terapia hormonal de afirmação de gênero adequada, há a conservação da saúde óssea ao longo do tempo e não existem dados relevantes que considerem as pessoas transgênero em risco aumentado para fraturas. São importantes as orientações quanto à atividade física, evitar tabagismo, alimentação com níveis satisfatórios de cálcio e manutenção de níveis adequados de vitamina D", finaliza o Dr. Fabio.
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