Em entrevista à CARAS Brasil, o nefrologista Henrique Carrascossi explica por que é importante retirar as pedras nos rins o quanto antes, após Mica Rocha relatar seu caso
A influenciadora digital e empresária Mica Rocha (31) foi internada em um hospital de São Paulo ao levar um susto com sua saúde. Ela contou que teve uma crise renal e precisou passar por cirurgia. Apesar do procedimento cirúrgico de emergência, ela está bem e já teve alta. Em entrevista à CARAS Brasil, o médico nefrologista Henrique Carrascossi explica por que é importante retirar as pedras nos rins, principalmente as de maior diâmetro, como no caso da famosa. “Perigo”, alerta.
Nos stories do Instagram, Mica contou que tinha pedras nos rins e precisou realizar a cirurgia para limpeza do órgão. "Estou bem. Estava com dores abdominais, até achei que era algo gastro, porque era na frente, perto da costela. Só que descobri que não... que era pedra nos rins”, disse ela. "A pedra tinha 1.2 cm. A maior pedra que eu já fiz (...). A dor da crise renal é algo que não desejo para ninguém”, afirmou a influenciadora.
Questionado sobre o porquê de algumas pessoas acumularem pedras nos rins com tamanhos tão grandes, como o de Mica Rocha, enquanto outras têm apenas pequenos cálculos, Carrascossi explica: “Isso é uma tendência de cada paciente, de cada pessoa. Tem pessoas que acabam acumulando mais cálcio. Geralmente, as pedras são de acúmulo de cálcio, e elas vão aumentando de tamanho. Tem pessoas que formam pedras grandes, e outras pequenas – que a gente chama de microcálculos. Mas isso é uma coisa individual, depende da concentração urinária de cálcio e das alterações genéticas que essa pessoa também pode ter”.
O especialista afirma ainda que é possível as pedras nos rins permanecerem anos no organismo, sem causar sintomas. “Porque, na verdade, as pedras nos rins paradas não vão dar sintoma algum. Tem pessoas que nunca tiveram cólicas e têm muitas pedras nos rins. Na verdade, a cólica renal é quando a pedra sai do rim; e aí, ela avança o ureter, que é o canal que transporta a urina dos rins para a bexiga. Quando a pedra está passando por esse canal, é que você tem a cólica renal, com dores intensas”, informa.
O nefrologista ainda pontua como é possível diferenciar as dores abdominais causadas por pedra nos rins e outros problemas gastrointestinais. “Geralmente, a cólica renal é muito intensa. É uma dor lombar na parte das costas, que vai para a parte da barriga em direção à bexiga; mas é uma dor que pode ser confundida mesmo com dor abdominal, dor intestinal. O que é consenso em relação à dor da cólica renal é que é muito forte, realmente não é aquela dor leve; mas tem que passar por uma avaliação médica especializada para poder detectar se essa dor é renal, que pode ser alguma dor intestinal também”, fala.
QUANDO A INTERVENÇÃO É NECESSÁRIA
Carrascossi destaca quando é indicado deixar as pedras nos rins sem intervenção e quando é necessário removê-las. “Na verdade, essas pedras nos rins estão quietas – vamos dizer assim –, não estão dando sintomas. Então, teoricamente, você não precisaria mexer nelas. A questão é que se a pedra tiver muito grande, isso pode levar a pessoa a ter infecções recorrentes de urina – infecções com bactérias, porque essas pedras podem ser nichos, locais de acúmulo de bactérias, e esse é o perigo. Além disso, a pedra maior pode se movimentar, querer sair. A maior de 8 milímetros, mais ou menos, não passa nesse canal que liga o rim a bexiga, o ureter. Então, acaba entupindo, às vezes, esse canal. E aí, tem que ser retirada urgentemente. Tem que passar por uma avaliação. Se é necessário mexer ou não, o médico vai poder dar essa resposta”, diz.
O médico conta que não existe um estudo para identificar predisposições genéticas ou outras causas para formação frequente de pedras nos rins. “Na verdade, é história mesmo familiar. E A gente encontra nos exames de imagem, principalmente, várias pedras nos rins e faz um diagnóstico com história familiar e muitas pedras nos rins, que isso é uma coisa genética. Sendo genética, a gente tem que fazer um estudo com exames. Então, ela passa por um médico nefrologista, e esse médico vai solicitar os exames, investigar a causa da formação das pedras. Dependendo da formação, o paciente tem que passar por tratamentos medicamentosos, muitas vezes. Ou só alimentação; depende. Então, é importante que as pessoas façam os exames para identificar a causa e, assim, fazer o tratamento para não se formar mais pedras”, frisa.
Para finalizar, o nefrologista informa quais medidas preventivas podem ser adotadas para evitar crises renais em pacientes com histórias familiares de causas renais. “Fazer um estudo metabólico, que são os exames para identificar a causa; e assim, a gente age na prevenção, para evitar a formação das pedras. Porque, infelizmente, depois que as pedras são formadas, não tem muitos recursos. Você tem que fazer cirurgia, muitas vezes; ou essa pedra vai sair e vai ter cólica. A prevenção e identificar a causa são o principal caminho”, salienta.
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