Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Letícia de Oliveira explicou sobre como crianças enfrentam o luto e deu dicas para os pais abordarem o assunto
A morte de um ente querido é um momento extremamente delicado para qualquer família, e explicar essa perda para uma criança pode ser um dos desafios mais difíceis que os pais podem enfrentar. De acordo com um estudo da University College London, aproximadamente 63% dos pais com crianças de 5 a 10 anos nunca discutiram sobre a morte com os responsáveis.
Em entrevista à CARAS Brasil, a psicóloga Letícia de Oliveira confirmou que o assunto ainda é tabu entre muitas famílias brasileiras, mas que ele não precisa ser trabalhado com tamanha delicadeza como alguns pais imaginam. "Eu sempre entendo que a gente só deve responder ao que a criança apresenta de curiosidade", inicia.
"Às vezes a gente quer dar uma aula, quer explicar, quer antecipar, mas de uma forma instintiva e inconsciente, as crianças conseguem compreender a finitude. A gente vê, 'ah, o vovô morreu, o vovô virou estrelinha' ou algum cachorro que a gente tinha e acaba falecendo. Então, no dia a dia, o luto já está embutido. São mensagens indiretas, subjetivas, mas que de alguma maneira vão entrando, vão sendo absorvidas pela criança", explica.
Para Letícia, o assunto pode ser abordado após algumas aberturas das crianças, mas também sem levar ele ao extremo ou desespero. "Acho que a gente pode explicar validando as emoções, validando os sentimentos, mas também detalhando o mínimo possível para que aquilo não se torne algo assustador".
A especialista segue explicando que cada pessoa lida com o luto de maneira diferente e no seu próprio tempo, mas o assunto pode ser visto de diferentes formas por algumas crianças. Apesar dos pais estarem acostumados com o tema e até mesmo buscarem formas seguras de superar o período, ela afirma que a realidade das crianças funciona de outra maneira.
Leia também: Especialista alerta idosos sobre excesso de dores nas articulações no inverno; entenda
"Para as crianças o luto não tem o mesmo peso que tem para os adultos. A criança vive muito o presente, então quando você fala que vai demorar um mês ou numa viagem que são cinco horas, ela não consegue ter essa dimensão de tempo. Quando a criança está, por exemplo, com amigos na escola ou quando está nas férias brincando, ela não consegue lembrar do avô, da avó, que estão distantes. Ela só sente o momento presente, isso é tudo o que a gente tenta fazer como adulto, através de meditação e mindfulness", diz
"Então por mais abstrato que seja o conceito de morte, ela entra em contato com aquela informação mas automaticamente ela volta a viver o momento presente a brincadeira, o pensamento ou a sensação que ela estava tendo", finaliza.
Entenda reação alérgica que causou internação de Virginia Fonseca
Deborah Secco revela 'dieta secreta'; especialista alerta riscos
Por que Sthefany Brito sentiu medo no puerpério? Entenda período
Joelma subirá no palco de cadeiras de rodas em próximo show
Como está Maidê Mahl? Atriz segue em estado grave e não apresenta evolução
Camila Campos celebra última sessão de radioterapia: "Vitória"