NA ILHA DE CARAS, ATRIZ REVELA QUE, APÓS DEZ ANOS DE RELAÇÃO, FICOU NOIVA DO DIRETOR DA TV GLOBO
Redação Publicado em 15/02/2006, às 12h01
por Cláudio Uchôa
A atriz Christiane Torloni (48) e o diretor Ignácio Coqueiro (49) estão juntos há dez anos. Bom humor, surpresas, carinho, pequenas delicadezas. Assim os dois vêm enriquecendo um relacionamento que dias antes do Natal ganhou um novo status. O casal estava de férias em Barcelona quando Ignácio pediu Christiane em noivado. "A gente se apaixona mais por uma pessoa que reafirma os votos de amor. Fica mais encantada. Foi tão carinhoso! Essas atitudes nos aproximam ainda mais.", conta a atriz, na Ilha de CARAS.
O gesto romântico apenas realça a forma cuidadosa com que o casal trata da própria relação. E até mesmo o fato de morarem em casas separadas - ele na Barra e ela em São Conrado, bairros vizinhos no Rio - é encarado como uma forma de aprimoramento. "Dá trabalho, é mais caro, mas é muito melhor. Se você tem uma casa, recebe. Se recebe, corteja. E um dos segredos do relacionamento é sempre cortejar a pessoa amada.", ensina o diretor, que por três anos esteve à frente do Caldeirão do Huck, este ano quer voltar às novelas e lança em março um instituto de TV e cinema na universidade Estácio de Sá. Já Christiane, após o sucesso da personagem Haydée na novela América, está comemorando 30 anos de carreira com o lançamento de duas biografias: uma da série Aplauso e a outra da UniverCidade.
- O próximo passo é casar?
Torloni - Temos um sítio em Friburgo (na serra fluminense) que é nosso espaço comum, nossa casa de boneca. É onde se materializou nosso amor. Vamos brincando com as coisas para ver se são bem-vindas, se o outro assusta. E os homens são muito assustados (risos). É preciso cuidado. Até porque também tenho um lado meio masculino, também me assusto.
Ignácio - Um respeita o outro, é o nosso equilíbrio. Estamos juntos porque queremos e não por um compromisso escrito ou religioso.
- Mas há algo que atrapalha?
Ignácio - Gosto de falar, brincando, que a gente não tem nada a ver, mas tem tudo a ver. Chris às vezes tem pavio muito curto e eu sou bem mais tranqüilo. Mas são coisas que se complementam.
Torloni - É engraçado isso. Somos pessoas bem diferentes. Sou um pouco mais dura, talvez seja isso. Ele é mais terno e, por ser também músico, tem outro timing para as coisas do cotidiano, age de forma mais abstrata. São olhares diversos sobre o tempo e a vida. É uma característica da pessoa. E se isso virar um abismo, ou você constrói uma ponte ou dá meia volta. A gente vem construindo pontes. É um pouco Veneza. Só espero que não afunde (risos).
- Vocês têm algum pacto?
Ignácio - Fidelidade. Se não rolar, desequilibra. É como tentar subir num balão que tem um furo.
- Ignácio tem três filhos - Felipe, Juliana e Rafael - e Christiane, Leonardo. Nunca quiseram ter um juntos?
Ignácio - Filhos mudam a estrutura do casal, não tivemos vontade. Está bom assim, temos nosso tempo para viajar e namorar.
Torloni - Já fomos casados, já tivemos filhos, fui muito feliz na maternidade. Hoje vivo outras coisas.
- Christiane, você faz 49 anos no próximo dia 18, como está encarando o passar dos anos?
- Não é problema, é inevitável. Tem coisas que são evitáveis, essas talvez sejam problemas. Tenho medo de falar que vou levar na boa a chegada aos 50 anos. Mas não é algo que me deixe preocupada. Só tenho medo da decrepitude, ter uma doença grave. Por isso continuo tratando do meu corpo. O que mata a gente são os excessos, de velocidade ou álcool, por exemplo.
- Mas você gosta de comer, de beber, não é de cortar...
- Não... Torloni é italiano e a minha outra avó era espanhola. Juntou isso e você acha que é possível parar de beber ou comer? Senão, a vida vai ficando chata. Mas tomo minhas precauções. Não como carne de porco, carne vermelha só quando o organismo pede, durmo bem. E acho importante também uma prática espiritual, uma fé. Ajuda a pessoa a manter o equilíbrio. Estudo budismo, já fiz peregrinação pela Índia e o Nepal. E fui criada no catolicismo, tenho muita fé em Cristo, sou cristã.
- O que faz mais para se cuidar?
- Meu trabalho tem uma tirania estética muito grande, mas isso por outro lado faz você estar muito atenta. E nós precisamos cuidar da nossa máquina. Não acho ruim esse rigor. Fui criada para ser uma atleta. Exercício me equilibra. Comecei a fazer yoga ashtanga no ano passado. Gosto de nadar, de windsurfe, kitesurfe. Adoro água, tenho um lado lúdico. Falo brincando que minha infância durou 80 anos. E essa fantasia permanece nas coisas que faço. As pessoas estão muito preocupadas em fazer 50, mas deveriam também estar em não deixar de ter 10. Deveriam brincar, cair na água, levar a vida mais leve. Arcar com as responsabilidades, mas guardar a alegria da infância. Esse é o ideal da vida. E o esporte me leva a isso.
- E as comemorações dos 30 anos de carreira?
- Em dezembro de 1975, fiz o especial Indulto de Natal, com Walter Avancini. Não tinha certeza se queria ser atriz. Foi um divisor de águas na minha vida. Depois disso, nesses 30 anos, não quis fazer outra coisa. Minha comemoração é estar trabalhando e reafirmar isso. Quantas pessoas no mundo podem viver daquilo que o coração da gente abraçou? Só cresci com isso.
Agradecimentos: Banco de Areia, Cavendish, Corpo e Alma, Cheia de Graça, Lenny, Mara Mac Mariazinha, Sementeira;
Produção: Cláudio Lobato.
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