Cristiana Oliveira conta a sua receita de felicidade

Dos erros e acertos em 51 anos de vida e 25 de TV: "Não há mágoas"

CARAS Digital Publicado em 28/07/2015, às 15h59 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

Cristiana Oliveira na temporada 2015 do Caras/Neve - Cadu Pilotto

Aos 51 anos, Cristiana Oliveira continua chamando a atenção pelo porte elegante — 70kg em 1,79m — e a beleza com traços exóticos e o olhar enigmático. Quando o assunto é a idade, a atriz, que há 25 anos eternizava na TV a sensual Juma Marruá, de Pantanal, da extinta TV Manchete, admite achar “esquisito” envelhecer diante público, mas garante lidar de forma tranquila com a questão. “A gente vê a flacidez, as coisas mudam, mas não é nada que me faça sofrer. Gosto das minhas rugas porque com elas vêm a experiência, a história. Até hoje só fiz botox para suavizar. Sou contra procedimentos radicais que façam a mulher perder a personalidade dela, virar uma máscara”, assegura a estrela, convidada da temporada CARAS/Neve 2015, em Termas de Chillán, onde foi parada algumas vezes para fotos, já que no país passavam os últimos capítulos de O Clone, de 2002, trama em que viveu a vilã Alicinha. “Eles têm um carinho comigo. Minha relação com os chilenos começou em 92, quando Pantanal era um estrondo aqui, me lembro de ter sido recebida por centenas de pessoas no aeroporto. Então, é sempre  bom voltar”, diz a mãe de Antônia (16) e de Rafaella (27), que a acompanhou na viagem, e avó de Miguel (2), herdeiro da primogênita. O passar dos anos também trouxe a ela segurança para driblar de forma tranquila percalços pessoais e profissionais. Nem mesmo o fato de estar longe da TV desde o fim da série Animal, do GNT, em 2014, a aflige. “Sinto falta, gosto do exercício diário da interpretação. Mas no momento não está rolando.  Nos últimos seis meses não estou atriz, mas empresária, palestrante, mãe, avó...”, enumera ela, que daqui a um mês inaugura a loja Tasca & Co, na Barra, Rio, e até 2016 lança sua biografia, 10 anos a Menos.

Nada ficará de fora na obra? 
Conto minha história. E é hilário, porque me sacaneio, me critico. Não estou escrevendo para agradar, mas para mostrar como vale a pena viver. Ninguém é correto o tempo inteiro. E é legal poder olhar esses meus 50 anos e perceber quanta coisa boa e ruim fiz comigo, ver que hoje sou uma pessoa infinitamente melhor. Como errei, também aprendi. Já convivi com grandes perdas, dos meus pais, de uma irmã, tive momentos de imensa tristeza, como qualquer um, mas sou muito feliz.

Então, você não carrega qualquer tipo rancor? 
Já devo ter magoado pessoas, como já fui muito magoada. Cometeram inúmeros erros comigo, já fui extremamente traída por amigos, parceiros. Mas hoje isso não significa nada para mim. Entendo que foi um momento, eu perdoo. E o momento não faz a pessoa. Mas é algo meu, não guardo rancor. Por isso acho que aparento ser uma pessoa mais nova do que realmente sou, mais leve.

O que mais mudou desde o seu estouro na TV?
A questão da maturidade, de dar valor à vida. Na época da Juma, tinha as pessoas, o mundo aos pés, nunca ganhei tanto dinheiro. Mas rejeitava o exagero das paparicações. A educação que recebi dos meus pais me mostrava que era um caminho passageiro. Então, nunca me deslumbrei. Sempre tratei todos de igual para igual, podia jantar com a rainha da Inglaterra ou estar em um boteco.

Como analisa sua carreira?
Não tenho mágoa de nada. Acho que tudo é questão de momento, mercado, networking. Sou tímida, nunca fui de fazer lobby. Tenho poucas relações no meio, mas sou muito empreendedora. Se há algo que me dá prazer é fazer minhas palestras sobre autoestima. Já falei para 2000 mulheres. E é importante saber que faço alguma diferença, que as pessoas saem de perto de mim com algo melhor, uma identificação. E que saibam que sou normal, que a fama não muda em nada o meu ser comum. Não me valho disso. Mas estou eternizada! A Cristiana pode morrer e a Juma permanece, vai ficar registrada em livros, porque foi um marco.

Como é a relação com Rafaella, que veio na viagem? 
Tive Rafa aos 23 anos, com ela aprendi a educar, a ser mãe, amadureci como ser humano. Hoje, ela é uma mulher de personalidade forte, verdadeira e de um caráter indubitável. Temos conflitos naturais de mãe e filha, mas ela me ensina a crescer. E me deu um dos melhores presentes, meu neto, Miguel. Ele é o príncipe, a alegria da casa. Sou avó bem coruja, confesso que dou uma estragadinha.

E com a Antônia?
Ela está em plena adolescência, uma fase difícil. Mas a gente é muito unida e tem ficado cada vez mais grudada. Saímos para conversar, confio muito nela. Antônia é uma jovem diferente da maioria, muito responsável. A relação com minhas filhas é de muita união. Quando estou ao lado delas e do meu neto, não preciso de mais ninguém, eu me basto, quero pouco da vida.

Você está namorando?
– O coração está ótimo, posso dizer que estou muito feliz! Sempre acredito no amor e na diferença das pessoas e do que elas esperam. Algo que posso achar claro dentro da minha compreensão o outro pode não achar. Relacionamento é saber ceder, uma escolha difícil. Mas das duas uma, ou você fica inerte, de só deixar entrar na sua vida quem corresponda à sua expectativa ou vive, como sempre fiz, sem medo. Sou do tipo de me jogar do penhasco para depois ver a dor, mas não me arrependo. 

Viagem

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