Vinte e dois anos se passaram desde que Tatyane Goulart estreou na TV como a Bia da novela Felicidade. Dezenove desde que emocionou o país como a Ângela de Quatro por Quatro. Hoje com 30 anos, a atriz ainda é lembrada de forma carinhosa pelas personagens que interpretou na infância. “Sinto que as pessoas me têm como parente, porque me viram crescer”, conta.
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Atualmente no papel da misteriosa Lívia de Pecado Mortal, da Record, Tatyane sempre esteve em frente às telas. Ela foi a última Emília do Sítio do Pica Pau Amarelo, em 2007, por exemplo. Em conversa com CARAS Online a atriz faz avaliação da carreira, conta que guarda até hoje as cartinhas que ganhou de fãs quando era criança e diz que leva uma rotina tranquila fora das gravações. “Tenho uma vida bem pacata, então não dá muito ibope”, brinca a atriz, casada há quatro anos com o publicitário Caio Veronese.
Confira o bate-papo:
Você já está com 30 anos, mas as pessoas ainda associam você às personagens da infância ou ao título de ‘ex-atriz mirim’?
A ‘ex-atriz mirim’ sempre vai existir, mas as pessoas já têm a ideia de que eu cresci, que eu sou mulher, uma adulta. O que sinto é que as pessoas me têm como parente, porque me viram crescer, viram como a minha carreira evoluiu diante da TV. Fazem parte do meu crescimento profissional e pessoal também. Quando descobrem que sou casada,a fazem perguntas. Mas é um carinho que eu gosto muito, nunca foi invasivo a ponto de incomodar. Me sinto como se fosse da família mesmo dessas pessoas.
Está casada há quanto tempo?
Estamos juntos há sete anos, casados há quatro. Ele não é do meio, é publicitário, e é meu fã número um. Ele quer que eu estude as cenas com ele pra saber antes de todo mundo o que vai acontecer (risos).
Já pensam em filhos?
Mais pra frente. Nessa profissão filho tem que ser bem planejado, para encaixar bem. Como agora a carreira está em primeiro lugar, a maternidade pode esperar. O relógio biológico ainda não está gritando. Por ele a gente já teria, mas ele ama o que eu faço tanto quanto eu, então ele entende que é importante ser super bem planejado.
Você teve altos e baixos ao longo dos 22 anos de carreira?
A carreira do ator é sempre muito ingrata porque a gente já começa uma novela sabendo que ela vai terminar. Todo fim de trabalho é uma separação do personagem, é um divórcio dos seus colegas de trabalho. Você sai dali sem saber o que vai acontecer, nunca sabe exatamente o que vai emplacar, quando você vai rever essas pessoas. Em alguns momentos que os trabalhos demoraram mais para aparecer a ansiedade foi mais doída, essa angústia durou mais tempo. A instabilidade da profissão é pra todo mundo.
Mas em algum momento pensou em mudar de profissão?
Sempre pensei em ter coisas paralelas, teatro, dublagem... largar profissão, não. Montei uma marca de roupa feminina, que agora está parada por causa da novela, mas pretendo voltar. Faço dublagens de séries da HBO, é bem gostoso. A dublagem acrescenta muito, saber usar a voz é muito importante para o ator, traz um aprendizado constante.
Qual personagem foi mais marcante para você?
A minha primeira novela (Felicidade) foi muito importante, mas Quatro por Quatro até hoje as pessoas falam muito. Lembram de mim até hoje por essa novela. Devo muito do que eu consegui a Ângela (sua personagem na trama de 1994).
Talvez porque você mudou pouco fisicamente, né?
Estou com 30, mas o rosto não mudou muito, ficou aquela imagem da Ângela. Se você olhar de perto tem lá suas rugas (risos). Mas hoje em dia ninguém tem a idade que aparenta. 40 é o novo 30, 30 é o novo 20... Sou parte dessa geração. Acham que eu tenho 20 e pouquinhos, o que pra mim não é nada mal.
Quais as melhores lembranças da infância?
Tenho fãs que fiquei amiga de verdade, que mandaram cartas fofas com fone e eu liguei e somos amigas. Eu recebia muita carta na época de Felicidade. Tenho caixas de carta de Portugal, a novela fazia sucesso lá. Guardo até hoje, é uma coisa tão diferente, me marcou. É estranho, você acha que está sendo assistido, mas não tem noção do quanto. Guardo para me lembrar a toda hora da responsabilidade que é. E claro que eu vou querer mostrar para os meus filhos...
Hoje em dia os fãs interagem mais por redes sociais, isso acontece com você?
As pessoas falam sim, mas eu tenho a vida bem pacata, então não dá muito ibope (risos). Sou muito na minha, não sou baladeira, minha vida não é essa festa ambulante, é vida real mesmo.
Como imagina sua vida daqui uns anos?
Exatamente como agora, trabalhando muito. Fazendo aquilo que eu gosto, atuando. Quero passar pelo cinema, experiência que eu ainda não tive. Mais pra frente quero ter filhos, é um grande malabarismo na vida da mulher. Quero só aumentar o número de coisas.
E o que espera para a Lívia, sua personagem em Pecado Mortal?
Ela está se apresentando aos poucos, vai se revelando aos pouquinhos, inclusive para mim, não faço muita ideia do que o autor reserva. Ela pertence ao núcleo dos bicheiros, então tem toda malícia de quem cresceu nesse jogo de poder, tem problema com a mãe, mas tem adoração pelo pai e ela sonha em ter o status dele, o que pode revelar um deslize de caráter. As pessoas estão achando que a Lívia tem esse tom de mistério, ninguém sabe por que ela voltou de viagem. Torço por uma carta na manga. Acho que o Carlos Lombardi é um cara genial.
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