Derico Sciotti, do sexteto do Jô, fica emocionado ao falar da morte de Jô Soares: 'Um pai para mim'
O saxofonista Derico Sciotti, que trabalhou no sexteto do Jô, apareceu muito emocionado ao dar um depoimento sobre a morte do apresentador e humorista Jô Soares (1938-2022) na madrugada desta sexta-feira, 5. Ele participou do programa Bom Dia São Paulo e chorou ao vivo ao relembrar o trabalho com o artista e também a última conversa deles.
“Eu sempre tive um sonho na minha vida que era bater um papo [gravado] com ele, tipo o que a gente está fazendo aqui. Eu tive momentos assim, mas queria um momento para falar sobre tudo, passar a régua, como a gente faz com pai e mãe. Eu forçava a barra, ligava para ele, falava deixa eu ir aí, vamos conversar, deixa eu registrar um papo falando sobre coisas da vida. Não deu tempo. Uma pena. Como a gente se divertiu, como era legal trabalhar aí. Fico feliz de ter tido a oportunidade”, disse ele.
Então, ele contou que acordo com a notícia triste nesta sexta-feira. “É triste ter que acordar assim. Era 6h da manhã, meu celular começou a bater. A gente pensa no pior. Comecei a ver um monte de mensagens 'meus sentimentos', aí eu abri a notícia e vi a morte do Jô. É muito triste mesmo. Eu tenho um carinho, fiquei 28 anos lá, metade da minha vida ao lado do Jô. E praticamente metade da vida profissional dele. É um privilégio. Ele foi e é uma pessoa incrível, uma espécie de um pai para mim”, contou.
E completou: “Ele me ensinou tudo. Comecei com ele tinha 22 anos, saí com 50. Minha vida passei ouvindo ele, sentava naquela cadeira e via a história do Brasil e do mundo passar. Ele falava que não fazia programa sozinho, que, apesar de ser o Programa do Jô, a gente fazia parte do programa, ele sempre deu abertura para a gente desenvolver nossas capacidades. Ele exercitava o poder que tinha. Foi legado que ele deixou para nós, todo mundo que ia no programa falava como ele ajudava com livros, teatro, música. Era uma pessoa diferenciada”.
Por fim, Derico falou sobre a relação deles. “Jô foi como um pai para mim. Eu tive um pai maravilhoso, mas o Jô foi um pai diferente. Fez o que só ele poderia fazer como profissional e como tutor. Ele me ajudou de uma forma que não tenho capacidade de externar tudo que ele fez por mim”, declarou ele, e completou: “Jô sabia que podia contar comigo pra tudo que precisasse. Sabia que nunca ia ouvir um não ou não sei. O inverso era proporcional, eu sabia que ele nunca ia me colocar numa roubada, numa situação pejorativa, menor. Foi uma relação de confiança muito grande”.
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