Em entrevista à CARAS, Valéria Almeida revelou detalhes de sua história e como superou as dificuldades para conquistar seu espaço profissional
Escalada para cobrir as férias de Patrícia Poeta (44) no programa Encontro, a jornalista Valéria Almeida (39) conta uma história de vida impactante. Em entrevista à Revista CARAS, ela revelou que enfrentou muitas batalhas para conquistar seu espaço. Inclusive, já chegou a trabalhar como diarista.
"O processo não foi simples, eu não tinha condições financeiras e fiquei muito tempo desempregada, porque viam meu endereço, minha foto 3x4 e aquela combinação não dava, ninguém me chamava. Comecei a trabalhar quando passei a colocar endereços que não eram meus, porque era um lugar descriminado", revelou.
Valéria, que tem se destacado no comando do quadro Bem Estar, do programa É de Casa, contou que passou por perrengues na época da faculdade e precisou fazer faxina na casa dos próprios professores para conseguir pagar as contas.
"Fiquei inadimplente na faculdade, fui proibida de assistir aulas, fiz bicos, faxina na casa de professores. Essa vontade de estudar e ter uma profissão foi o que me fez não desistir, porque o processo foi muito difícil", declarou.
A comunicadora completou dizendo que teve sua família como seu maior exemplo e que o estudo foi a forma que encontrou para superar a pobreza. "Quando falo da minha história, não sei dizer de onde tirei força, mas acredito que tinha uma inspiração: queria que meus pais tivessem orgulho de mim. Minha mãe morreu quando eu tinha 10 anos. Foi minha avó quem me criou e ela dizia que o estudo é nossa liberdade", disse a jornalista, que iniciou a carreira na Globo no Profissão Repórter.
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Ainda durante a entrevista, Valéria relembrou que já sofreu muito preconceito por ser negra e por conta disso aprendeu a enfrentar certas barreiras impostas socialmente. "Quando você nasce mulher e nasce mulher negra, as barreiras surgem o tempo inteiro, mesmo que não sejam ditas ou verbalizadas, porque a gente precisa mostrar que a gente é tão capaz quanto qualquer outra pessoa", contou.
"Quando eu ainda estava em Santos, uma pessoa disse que eu levava jeito para estar na TV, mas meu cabelo não combinava com TV. O que me limitava não era minha capacidade, mas minha existência como mulher negra. Quando fui convidada para a TV, conversei com o Caco: se vocês gostarem de mim, vou ter que mudar meu cabelo? Se for, prefiro nem começar", detalhou.
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