Protagonista de No Rancho Fundo

Túlio Starling vive o presente e celebra sucesso na TV: 'A vida está acontecendo agora'

Protagonista de No Rancho Fundo, Túlio Starling reflete sobre mudança de vida em entrevista à Revista CARAS celebra sucesso na TV

Ator relembra início da carreira e revela conquistas - FOTO: Cadu Pilotto

Com longa carreira nos palcos, Túlio Starling (34) dá seus primeiros passos na TV. Após fazer uma participação no remake de Pantanal, o ator vive seu primeiro protagonista na trama global No Rancho Fundo. Apreciando esse percurso, assim como quem olha pela janela a paisagem, o mineiro curte o momento sem deslumbre.

“É claro que a novela tem um impacto, mas é mais uma instância na minha trajetória, é mais um degrau”, diz ele, em papo exclusivo com CARAS no hotel LSH – Lifestyle Laghetto Collection, no Rio, onde também refletiu sobre fama, sucesso e masculinidade frágil.

– Quem é o Túlio?

– O Túlio é uma pessoa que está andando num veículo olhando pela janela, querendo capturar tudo que vê e, às vezes, está pulando dessa janela, indo lá participar de uma coisa que gosta muito. Gosto sempre de chegar a esse lugar em que a gente assiste à nossa vida como uma paisagem que vai acontecendo. Os encontros fazem parte disso, todo mundo que conheço é um pouco essa paisagem que vai acontecendo na minha vida. E é passageiro, porque o vento está em movimento, a paisagem vai mudando, mas você não pode perder a paixão pelo que vê, porque passa. A gente nunca pode esquecer que a vida está acontecendo agora e ela é muito legal.

+ Regina Volpato faz confissão sobre visitar a filha fora do Brasil: 'Decidindo a minha vida'

– Como é ser protagonista?

– Fazer TV, fazer um protagonista de novela é um lugar difícil de chegar em termos de mercado, mas um lugar que coloco na minha trajetória para aprender coisas novas, assim como quando fiz meu primeiro curta com 16 anos ou quando eu entrei para o Teatro Oficina, aos 27. Claro que a novela tem impacto, porque faz parte da cultura brasileira, mas é mais uma instância da minha trajetória, mais um degrau.

– Já tinha se imaginado como mocinho de uma novela?

– É difícil essa questão da autoimagem, porque o mocinho é bonito, né? Esses padrões são sempre artificiais e eu me acostumei a vida inteira a olhar para o personagem, para o que a poética do trabalho pedia. E, quando a gente vem do teatro, a gente até aprende a não ser bonito sempre, aprende a ficar feio, a ser ridículo, a não se importar muito com tudo isso. Agora estou tendo que fazer o caminho inverso, o do mocinho, então, ele tem que inspirar uma admiração nas pessoas.

– E um mocinho de saia chama atenção. Você não tem essa masculinidade frágil, não é?

– A masculinidade é frágil em várias dimensões e, quando as pessoas falam masculinidade frágil, é esse pânico heterossexual: ‘Ai, meu Deus, o que vão achar de mim?’ E eu realmente não tenho a menor questão com isso. Eu sei quem sou. Para mim, é só uma roupa que coloquei. É uma saia, que legal! É uma roupa rosa, legal.

Eu não sou mais especial porque não tenho problema em usar saia, não sou menos machista porque uso uma saia. Eu só não vejo problema em usá-la. E eu nem uso muito saia, tá? Você está falando por causa do ensaio, mas botar um negócio na maquiagem, usar uma roupa diferente, eu gosto e não vejo problema nenhum, mas não sou melhor que ninguém por causa disso. Os homens que não se sentem à vontade podem se perguntar o porquê e, bem provavelmente, eles vão descobrir medos e fragilidades que vão ajudá-los a serem mais livres e se sentirem mais tranquilos perante si mesmos e perante o mundo. Mas eu ainda tenho um tanto de coisa para aprender também.

– O que mudou na sua vida depois da novela?

– As pessoas têm um pouco essa fantasia de que você faz novela, fica famoso e tudo vai mudar. Mas está normal. Continua meio que a mesma coisa. É um trabalho que adoro fazer. Talvez a única coisa que estou precisando mudar é me acostumar um pouco mais com essa coisa da superexposição. Mas não no sentido de ter que me proteger da fama, porque eu não estou tão famoso assim, não saio na rua e junta um monte de gente à minha volta, é no sentido de que está todo mundo sempre me vendo e podendo opinar sobre mim. Estou tendo que entender, me acostumar ou me posicionar com relação a isso de uma maneira diferente.

– Está mudando sua relação com as redes sociais também?

– Estou sempre me esforçando para isso (risos). Acho legal quando posto e tenho o retorno das pessoas que gostam de mim, mas é mais uma coisa da relação com o tempo que perco com aquilo. Eu sempre vou optar por estudar um pouco mais a cena, falar com alguém que estou precisando falar ou resolver uma urgência. Sentar, separar a foto e pensar na legenda sempre vai para o final da fila e é natural isso para mim, porque na ordem de todas as coisas da vida real, não acho isso mais importante (risos). Agora, se for raciocinar do jeito que a maioria das pessoas raciocinam é muito importante, é um capital que se tem e ao qual você precisa se dedicar, é um trabalho. Eu ainda tenho que me esforçar muito para acreditar nisso e parar o que eu estou fazendo para fazer aquela postagem. É um pouco a relação que a gente tem com o ato de postar também, tem gente que consegue fazer disso algo mais simples e que te demande menos tempo. Para mim, demanda um pouco mais, porque não sou tão espontâneo assim. Quero chegar a esse lugar, porque acho que dá para se relacionar de maneira saudável, mas é o meu jeito, vou chegando aos poucos.

– Você já disse uma vez que seus amigos estavam financiando apartamento, comprando carro e você não tinha nada disso. E que, apesar de a carreira do ator ser instável, você achava que daria certo...

– E continuo achando. A mesma pessoa que saiu de Brasília, com 17 anos, para fazer um teste na TV Globo e não passou, mas gostou de ter sido chamado para o teste, depois fez vários outros, essa mesma pessoa é a que está aqui agora. Passei em testes em outros lugares, fiz coisas superlegais, mas meu primeiro trabalho na TV foi Pantanal, aos 30. Nem sempre acontece rápido. Eu sempre fui esse cara que fala que vai dar certo, porque amo muito fazer isso, acho que faço bem e sempre encarei cada trabalho com dedicação e profundidade para eu aprender. Mas a mesma pessoa que sabia disso lá atrás, com 15, 20 e poucos anos, é a que está fazendo um protagonista de novela agora. Acho que devem vir coisas ótimas, mas eu não sei e, enquanto isso, vou tentando guardar dinheiro para poder ter uma reserva (risos). Eu não tenho apartamento, ainda não tenho meu carro e sei lá quando vou ter essas coisas, mas eu estou fazendo o que gosto, sendo reconhecido por isso e ainda tendo boas oportunidades. É um pouco olhar a janela e apreciar toda a paisagem.

 

Túlio Starling comemora protagonismo em No Rancho Fundo - FOTO: Cadu Pilotto
Túlio Starling comemora protagonismo em No Rancho Fundo - FOTO: Cadu Pilotto
Túlio Starling comemora protagonismo em No Rancho Fundo - FOTO: Cadu Pilotto
Túlio Starling comemora protagonismo em No Rancho Fundo - FOTO: Cadu Pilotto

 

FOTOs: Cadu Pilotto

Fernanda Chaves é repórter da revista CARAS e da Contigo! Novelas. É formada em jornalismo e já passou pela revista Minha Novela e pela Mattoni Comunicação. Escreve sobre celebridades, TV, novelas e reality show.

Túlio Starling

Leia também

Julio Rocha redescobre lado profissional na paternidade: 'Mudança radical'

Valéria Almeida brilha em palco da ONU e reforça luta pelos direitos humanos: 'Ninguém me tira!'

Jornalista da Globo, Michelle Loreto revela descobertas da maternidade: 'Apaixonada'

CARAS Criadores de Conteúdo: Chegamos à grande final!

Flávia Saraiva relembra momento da queda nas Olimpíadas de Paris: 'Dei minha vida'

Flávia Saraiva explica como concilia treinos e diversão: 'Escolhi'