Entrevista

A trajetória de Guito: da roça para o estrelato na TV

Como Tibério, de Pantanal, Guito ganhou fama, mas não 'larga mão' da rotina pacata em casa

Por Bianca Portugal Publicado em 23/09/2022, às 07h14

Guito fala sobre a vida e a carreira em entrevista na Revista CARAS - Fotos: João Miguel JR./TV Globo e Arquivo Pessoal

Estreante em novelas, o músico e ator Guito (38) laçou com sucesso seu primeiro personagem, o peão Tibério, da novela Pantanal, Globo. Desde que a trama começou, o movimento 100% Tiberio Lover não para de crescer na internet e a junção de talento, beleza e carisma em frente às telas tem sido um verdadeiro estouro de boiada na vida de Guito. Troca­dilhos à parte, assim como seu personagem, ele tem encarado tudo com tranquilidade. “Não recebi convite para a novela, corri atrás. Já pensava nisso e, quando soube de Pantanal, mandei direct no Insta­gram para o Bruno (Luperi), autor. Acredito que ele tenha visto, mas não me respondeu (risos). Procurei, então, outras formas, por meio de uma das pesquisadoras da novela. Consegui que me mandassem os testes. Fui fazendo até que ganhei o papel”, explicou ele.

Nascido em Lavras, Minas Ge­rais, Guito, batizado como Diego Brito de Souza, ganhou esse apelido em homenagem ao ex-jogador Diego Maradona (1960-2020).  “Eu jogava bola na infância. Aí minhas tias me apelidaram de Dieguito Maradona e meus amigos passaram a me chamar de Guito”, revelou. Foi ainda nessa época que ele começou a conquistar toda a sua intimidade com a terra que demonstra na TV. Embora nunca tenha morado no Pantanal, Guito cresceu na fazenda mineira do avô e se formou em Engenharia Agrônoma. Descobriu cedo o talento musical e, antes da novela, comprou uma antiga Rural da década de 1970, com a qual viajava pelo Brasil para fazer shows e vender queijo e cachaça que ele mesmo produz em sua propriedade, em Araxá, também Minas Gerais.

Com a chegada da pandemia, porém, a vida ficou mais difícil. Casado há 15 anos com a veterinária Thalita Rage (32), e pai de Heitor (7) e Lara (4), Guito viu a situação financeira da família se complicar. “Há sete anos vivia da música e dos produtos que fabrico. Mas os shows pararam e a loja fechou. Contraí dívidas, claro. Não eram astronômicas, mas eram dívidas”, contou ele. Nesse período, Guito já flertava com a atuação por conta do Festival de Cinema de Tiradentes, que acontece todo ano em Minas Gerais. “Sempre me senti à vontade com o palco e fiz algumas oficinas. Nem considero que estudei atuação, porque foram cursos”, admite ele.

Hoje, a vida é outra. Com o primeiro salário, ele pagou os empréstimos que havia feito e está começando uma nova etapa. Pela inexperiência, confessa que teve dificuldades técnicas no início, mas tudo foi superado. “Des­­conhecia posição de câmera, o que acontecia nos bastidores. Mas a Globo é muito preparada pra isso, tive muita aula e muita ajuda. Fora o elenco. Atuo com pessoas muito competentes e muito generosas”, disse ele, agradecido por tudo.

Em casa, porém, a vida mudou pouco. “No Rio, ando de metrô, de bicicleta... na cidade grande é até mais fácil. No interior o assédio é maior, mas não me assusto. Levo minha vida normal, até porque a maioria é muito respeitosa”, afirmou. Discreta, a mulher do ator, Thalita, não se incomoda com o assédio que o marido vem sofrendo. “Ela é mais dura que eu. Até há pouco não tinha rede social. Celular só foi ter há sete anos, porque nosso filho nasceu. Ela é bem tranquila”, contou Guito, que consegue manter a rotina com os filhos intacta. “Meu maior propósito na vida é ser pai. Nunca tivemos babá, mas não sou um pai convencional. Crio meus filhos para serem felizes, não dependentes. Com 3 anos, o mais velho já ia a shows comigo. É como domar cavalo. Penso que, se sou capaz de ter a lealdade de um animal, que me enxerga como predador, sou capaz de conquistar a confiança deles. Crian­ças são muito abertas a serem leais. Você só precisa fazer jus a isso”, defendeu ele.

Montar, aliás, é rotineiro para Guito. De tempos em tempos, ele mantém uma de suas tradições, sair a cavalo por sete dias, o que, para ele, é uma espécie de retiro espiritual. “Sou da roça. Tenho muita coisa parecida com o Tibério. Mas ele é muito convencional, sou um pouco mais ousado”, explica ele, aos risos.

Com o fim da novela em outubro, Guito já tem sua agenda organizada. Outubro e novembro foram meses reservados para shows, mas ele também pensa em estudar atuação. “Estou aberto a tudo, mas novela ocupa tempo demais. Quero focar nos shows, estabelecer minha banda. Mas filme ou série, que são projetos mais curtos, quem sabe?”, disse ele.

Fotos: João Miguel JR./TV Globo e Arquivo Pessoal

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