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Deborah Evelyn fala sobre maturidade: 'A pessoa mais velha é quase que descartada'

Em entrevista à Revista CARAS, a atriz Deborah Evelyn abre o jogo sobre maturidade e analisa sua trajetória na carreira

Daniel Palomares e Felipe França
Deborah Evelyn combate etarismo e pretende se desafiar na carreira - Guilherme Lima

Sempre em movimento, com 40 anos de carreira recém completados, a atriz Deborah Evelyn (58) quer se manter dessa forma: curiosa e empolgada com cada novo desafio em sua trajetória. Mesmo com esse desejo, a artista avalia que o cenário audiovisual ainda é bastante etarista. Em entrevista à Revista CARAS, ela fala sobre maturidade e declara: "A pessoa mais velha é quase que descartada". 

Durante quatro décadas dedicadas à arte, Deborah Evelyn confessa que não tem problemas com envelhecer em frente às câmeras e reforça que seu maior objetivo é seguir com sua trajetória profissional por muitos anos ainda. 

"Tive o privilégio, nesse País, de poder fazer aquilo pelo que sou apaixonada e ainda dar certo! Posso viver disso. Isso me acompanha até hoje, ter essa surpresa, esse tesão de até hoje trabalhar no que eu amo. Ser ator é um ofício, não é glamour. Nem tudo é maravilhoso", declara

A atriz avalia que a sociedade ainda é bastante etarista e o mercado audiovisual também. Deborah analisa, e lamenta, que a experiência de artistas mais velhos não é valorizada: "Essa é uma questão muito séria que vivemos há anos e só agora colocamos luz sobre. O etarismo é um problema da sociedade".

"A pessoa mais velha é quase que descartada, não é levada mais em consideração. Os mais velhos, de todas as gerações, sempre têm o que contribuir. Isso realmente não é levado em conta na sociedade ocidental capitalista. Na nossa profissão, se parece muito com a questão da beleza, que também é supervalorizada. Eu acho que é um preconceito que precisamos lutar contra, assim como racismo, homofobia, misoginia", avalia.

FOI UM RESGATE

No último ano, Deborah Evelyn passou por um período de muita dor em sua trajetória pessoal ao lidar com a morte do marido, o alemão Detlev Schneider, falecido em decorrência do câncer. A atriz confessa que se apegou em seu trabalho para enfrentar toda essa luta. 

"Ainda estou nessa fase de recuperação. Não sei se esse luto um dia vai passar. A sensação que tenho, hoje, ainda é de que não vai passar, é como se eu fosse ter sempre essa dor muito grande dentro de mim", confessa. 

"Ter feito esse trabalho cerca de dois meses depois da morte dele me ajudou a não ficar paralisada, porque acho que eu ficaria [...] No trabalho, tinha que estudar, gravar com a sensação de que eu poderia fazer o meu melhor. Contracenar com os meus colegas, poder ouvir, jogar com eles. Isso tudo foi me abrindo. Todos me acolheram. Pude começar a viver alguma coisa apesar do meu luto", finaliza

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Daniel Palomares e Felipe França

Felipe França é jornalista formado pela Faculdade Cásper Líbero (FCL). É repórter de pautas especiais do Grupo Perfil. Tem passagens pela Coluna Flávio Ricco, no R7, e pela TV Gazeta. Possui paixão pelo universo da televisão, novelas e celebridades. Gosta da arte de ouvir histórias e pessoas.

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