Relato

Modelo Sumé Yina revela que foi agredida: 'Vítima de transfobia'

A modelo Sumé Yina relata a violência que sofreu no trajeto de um carro de aplicativo

CARAS Digital Publicado em 15/08/2022, às 14h41

Sumé Yina - Foto: Reprodução / Instagram

A modelo Sumé Yina (24) foi vítima de uma agressão motivada por ser uma pessoa transgênero. Ela contou que foi agredida no trajeto de um carro de aplicativo em São Paulo.

Nas redes sociais, ela fez um relato forte sobre o que aconteceu e como se sentiu durante a recuperação. "Por dias venho buscando entender se devia compartilhar o que aconteceu comigo e agora que consigo mover de novo meus dedos escrevo sobre a violência brutal que eu sofri. Me dói a carne dizer que fui mais uma vítima de transfobia, fui espancada, tive meus ossos quebrados e fui colocada no maior lugar de vulnerabilidade em que já vivi. Escrevo nesse momento pra lembrar as minhas irmãs o quanto expostas estamos - mesmo que em nenhum momento nos esqueçamos disso - e à cisgeneridade o quanto vulnerável ainda estamos perante a vocês", disse ela. 

E continuou: "Fui agredida por um motorista após um abuso sexual, mais um dos inúmeros que já sofri, e espancada. Vi meu corpo jorrar sangue por todos os lados, me senti sedada, imóvel a tamanha a violência, no fim não sentia meus braços que já estavam inchados e quebrados por eu defender como eu pude a minha vida. Sofri transfobia no hospital assim como em t-o-d-o-s os setores em que vivencio, pois essa é a realidade das pessoas trans nesse mundo, da arte à moda, as pessoas cisgêneras não se esforçam em serem respeitáveis e atentas conosco"

Então, ela falou de sua recuperação. "Nesses primeiros dias pós acontecido eu só conseguia dormir, sem vontade de viver, sentimento em que já lutamos contra em muitos momentos da vida, pois só nos meus sonhos eu me reconfortava, já que quando eu acordava só me vinha essa situação de dor em mente inúmeras vezes. Fico grata e feliz de ter amigas travestis que estão cuidando de mim e me reconfortando nesse momento, pois no fim temos a sensação que somos unicamente compreendidas e respeitadas por outros corpos trans. Compartilho meu corpo agredido porque sei que por mais que eu acredite na ressignificação de nossas imagens, o que eu luto pra reconstruir, ainda sofremos os mesmos ataques, ainda toda semana uma travesti é espancada até a morte no Brasil. Eu ainda acredito em nossa luta e em nossas conquistas, que estejamos atentas sempre que possível", relatou. 

Sumé é modelo atuante no mercado da moda há um ano e é uma das apostas da JOY Management. Ela já fez editoriais para revistas renomadas e campanhas.

 

sumé yina

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