O jogador de futebol Vinicius Jr se emocionou durante uma coletiva ao falar sobre o preconceito que vem sofrendo dentro de campo
O jogador de futebol Vinicius Jr, escolhido pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF) para falar com os jornalistas em uma coletiva nesta segunda-feira, 25, ficou bastante emocionado ao falar a respeito da luta contra o racismo dentro e fora do esporte. O atleta, que tem sido vítima constante de preconceito no campo, não segurou as lágrimas ao desabafar sobre o assunto.
Atacante do Real Madrid, ele será uma figura importante no combate ao racismo durante o amistoso da Seleção Brasileira contra a Espanha, que será disputado na próxima terça-feira, 26, no estádio Santiago Bernabéu, em Madri. Os times se enfrentarão sob o lema "Uma só pele", uma campanha contra o racismo no futebol.
Durante a entrevista à imprensa, Vini Jr revelou que sente cada vez menos vontade de continuar jogando futebol por conta de tudo o que vem sofrendo em campo. "Que em um futuro bem próximo, possam ter bem menos casos de racismo, e que as pessoas negras possam ter uma vida normal como todas as outras. Quero seguir lutando por isso. Se fosse por mim eu já teria desistido, porque ficando dentro de casa ninguém vai me xingar, ninguém vai fazer nada comigo", iniciou.
E completou: "Eu vou para os jogos com a cabeça centrada no jogo, mas às vezes nem sempre é possível. Tenho que me concentrar muito todos os dias…", lamentou o atacante do Real Madrid, sem conseguir segurar as lágrimas. "Só queria jogar futebol, só quero jogar, fazer de tudo pelo meu clube e pela minha família", disse.
Momento muito forte na coletiva do Vini Jr. ao falar do racismo na Espanha.
— ⚽ (@DoentesPFutebol) March 25, 2024
"Eu só queria jogar futebol. Eu só quero fazer de tudo pelo meu clube e pela minha família.”
Sempre com você, Vini. 🤍pic.twitter.com/lV2LuM64Bt
Na sequência, Vinicius mencionou o grande apoio recebe da família e dos fãs. "Acredito que por todas as pessoas que torcem por mim, me acompanham, cada vez me mandam mais mensagens para eu seguir lutando por eles, porque hoje tenho uma força muito grande dentro de mim, dentro da minha casa, dentro da minha família, que eles me apoiam em tudo o que eu faço", declarou.
"Nem todos têm esse apoio, essa tranquilidade de poder vir aqui e falar por tantas pessoas. Quero seguir falando por eles, por todas as pessoas que sabem o que realmente eu passo e passei e que é muito difícil", concluiu o camisa 20 da Seleção Brasileira, novamente emocionado.
O Vini Jr tá nitidamente cansado de falar sobre esse assunto.
— REAL MIL GRAU (@realmilgrauu) March 25, 2024
Vinicius, você já é GIGANTE nesse esporte.
pic.twitter.com/OwUjTirgDP
Leila Pereira, presidente do Palmeiras e chefe de delegação da Seleção Brasileira masculina de futebol, se pronunciou nesta quinta-feira, 21, sobre os julgamentos dos ex-jogadores Daniel Alves e Robinho. Ela está em Londres para acompanhar os jogadores do Brasil nesta data Fifa contra a Inglaterra, no sábado, 23, e na próxima terça-feira, 26, contra a Espanha.
Ao ser questionada sobre os desdobramentos dos casos dos dois ex-atletas, Leila adotou um discurso contundente. "Ninguém fala nada, mas eu, como mulher aqui na chefia da delegação, tenho que me posicionar sobre os casos do Robinho e Daniel Alves. Isso é um tapa na cara de todas nós mulheres, especialmente o caso do Daniel Alves, que pagou pela liberdade. Acho importante eu me posicionar. Cada caso de impunidade é a semente do crime seguinte", disse ela ao UOL.
A declaração de Leila aconteceu após a Justiça de Barcelona aceitar o pedido da defesa do ex-lateral para que ele fique em liberdade provisória enquanto os recursos são julgados. Para isso acontecer, Daniel, que no mês passado foi condenado a quatro anos e meio de prisão por estupro, terá que pagar uma fiança de 1 milhão de euros, cerca de R$ 5,45 milhões. Ele também precisa entregar os passaportes brasileiro e espanhol, se manter afastado por 1km e incomunicável com a vítima, e se apresentar semanalmente ao tribunal.
Já Robinho, que foi condenado pela Justiça da Itália a nove anos de prisão por um crime de estupro que aconteceu em 2013, deverá cumprir a pena no Brasil após a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Como o Brasil não extradita seus cidadãos, a Itália pediu para que ele cumprisse a pena em território brasileiro.
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