Conheça mulheres trans e travestis que lutam para mostrar a importância da representatividade para se combater o preconceito
O Dia Internacional da Mulher não é sobre romantismo – é um ato político que reflete a força e a inteligência feminina. Decretada em 1975 pelas Nações Unidas, a data representa o crescimento, a inspiração e a luta por igualdade das mulheres ao longo dos séculos. A comemoração serve como lembrança da importância da mulher na sociedade e a história da busca constante por seus direitos.
Diante deste ato, a representatividade se faz extremamente importante e necessária. Em prol disso, cada vez mais mulheres trans e travestis têm ocupado espaços outrora inimagináveis, e mostram que sim, pessoas trans podem, devem e vão ocupar todos os espaços que historicamente lhe foram negados.
Para se ter dimensão do quão difícil é a vida da mulher transgênera ou travesti no Brasil, segundo a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), a estimativa de vida dessas pessoas é inferior aos 35 anos, bem menor que a média nacional dos brasileiros que se identificam como cisgêneros.
Para celebrar o Dia Internacional da Mulher, listamos algumas das mulheres trans que fizeram história e continuam inspirando outras mulheres ao redor do mundo com a sua voz, força e determinação:
Lina Pereira dos Santos (31) começou a fazer sucesso em 2017, quando lançou a sua primeira música, Enviadescer, hit que chegou ao top 5 do Spotify Brasil. Na época, ela era conhecida como MC Linn Da Quebrada.
No entanto, as habilidades a ativista como artista não são apenas do mundo da música: ela foi protagonista do documentário Bixa Travesty, de Kiko Goifman e Claudia Priscilla. O título venceu o Teddy Awards de Melhor Documentário Estrangeiro de 2018. Ela também ganhou o prêmio de Melhor Roteiro de Longa-metragem de Documentário do Prêmio ABRA de Roteiro. Além de suas participações em produções aclamadas pela crítica como: Segunda Chamada (Globo) e Manhãs de Setembro (Prime Video).
Em diante, ela conquistou um espaço no cenário artístico e mostrou a importância de reflexões e debates sobre mulheres transgêneros e travestis através de sua arte, atuação e palestras.
Lina, conhecida por Linn da Quebrada, foi anunciada e citada como a 2ª mulher trans a participar do Big Brother Brasil 22. Porém, a própria artista contou que reivindica o uso do termo ‘travesti’ – que só existe aqui no Brasil – para tirá-lo da marginalização. Isso porque há uma ideia de que travesti está vinculado a prostituição, roubos.
"Por muito tempo a palavra travesti foi usada como um termo pejorativo e hoje a gente tem ressignificado este lugar, e transformado em uma identidade de poder mesmo, de empoderamento [...] A representatividade é importante e fundamental para que a gente construa um novo imaginário social"
Aos 43 anos, a atleta Laurel Hubbard, de halterofilismo, se tornou a primeira mulher abertamente transgênero a participar dos Jogos Olímpicos. Em Tóquio, ela competiu na categoria +87kg mas, acabou não se classificando para as finais. A neozelandesa deixou sua marca e mostrou que pessoas trans estão ocupando todos os espaços, inclusive no esporte.
Em 2012, ela começou sua transição de gênero por meio de terapias hormonais e, em 2013, declarou abertamente ser uma mulher trans, aos 35 anos. Em 2017, conquistou o vice-campeonato do Mundial de Anaheim, na Califórnia. Depois, ganhou uma medalha de ouro em um campeonato australiano.
No ano seguinte, sua carreira sofreu uma nova interrupção. Em decorrência de uma lesão no ligamento do braço, a atleta considerou se aposentar, porém, diante da boa recuperação e sua perseverança, retornou às competições e levou ouro nos Jogos do Pacífico em 2019.
A travesti Marcia Rocha possui uma longa luta e atuação em defesa dos direitos das pessoas trans no Brasil! Advogada, ela é cofundadora da TransEmpregos, que é o maior banco de dados e currículos de pessoas trans em todo o Brasil, e possui parceria com mais de 1.400 empresas, além de ser membro da Comissão da Diversidade Sexual da OAB-SP desde 2013.
Em 2021, ela se tornou a primeira travesti a compor o conselho da Ordem dos Advogados do Brasil em São Paulo (OAB-SP). Ela fez parte da chapa encabeçada por Patrícia Vanzolini, que se tornou a primeira mulher a presidir a entidade.
A ativista, que também foi a primeira advogada travesti do Brasil a ter seu nome social reconhecido pela OAB, destaca que o principal plano de sua atuação é mostrar que pessoas trans podem sim ocupar todos os espaços que historicamente lhe foram negados.
MJ Rodriguez (31), da aclamada série Pose (FX), se tornou a primeira mulher trans a vencer um Globo de Ouro. Ela levou a estatueta na categoria de melhor atriz em série de drama da premiação pelo seu papel como Blanca Rodriguez
A atriz também havia feito história ao aparecer na lista de melhor atriz em série dramática do Emmy Awards, a principal categoria de atuação feminina da premiação.
A cartunista Laerte Coutinho (70) revelou publicamente, em 2010, ser uma mulher trans através do crossdressing (pessoa que mesmo se identificando com o gênero oposto, não sente necessidade de mudar de sexo). Sua decisão e coragem voltou as atenções do país para a questão da identidade de gênero.
Criadora de personagens como Piratas do Tietê e Overman, a artista optou até o momento por não mudar seu nome. Depois de ter se assumido trans, passou a atuar como ativista dos direito LGBTQPIA+, tendo criado a ABRAT (Associação Brasileira de Transgêneras). Sua vida também foi tema de curtas e documentários, como Laerte-se, de Eliane Brum e Lygia Barbosa, lançado em 2017.
Nicole Maine (24) foi anunciada pela emissora norte-americana como a primeira super-heroína trans na história da televisão dos Estados Unidos. A atriz e ativista é responsável por dar vida a Nia Nal, na série Supergirl (The CW), uma garota que tem o poder de enxergar o futuro por meio dos sonhos e tenta evitar as mortes que prevê.
Na produção, a personagem será uma repórter do grupo de comunicação CatCo, onde a Supergirl (Melissa Benoist), prima do Super-Homem, também trabalha. Nicole é ativista da comunidade trans e participou do documentário The Trans List, da HBO.
Valentina Sampaio (25) nasceu no Ceará, na cidade de Aquiraz e iniciou a carreira de modelo aos 18 anos, quando ainda cursava moda. A brasileira se tornou a primeira modelo trans na capa da revista Vogue Paris, em 2017, a primeira mulher trans a estar no casting da Victória Secrets.
Além dessa conquista, ela foi primeira mulher trans na tradicional edição de roupas de banho da revista Sports Illustrated, além de ser embaixadora de uma marca renomada para produtos de cabelo.
Deixando a passarela de lado, a modelo também realizou trabalhos como atriz. Em 2018, contracenou com Vera Holtz e Claudia Abreu no filme Berenice Procura e estrelou a novela O Sétimo Guardião, no mesmo ano, interpretando a personagem Isabella Deluxe.
Emilia Schneider (25) é a primeira mulher trans eleita para a Câmara dos Deputados no Chile. A estudante de Direito recebeu cerca de 14,5 mil votos. A ativista compõe a aliança que apoiou o candidato eleito Gabriel Boric e recebeu destaque nos últimos anos ao liderar movimentos estudantis em seu país.
A deputada eleita se tornou conhecida ao longo dos últimos anos ao participar de uma série de mobilizações sociais que transformaram a história recente do país. Bisneta de René Schneider, a deputada esteve na linha de frente da onda de protestos feministas que ocuparam as ruas em maio de 2018.
A ativista colocou entra suas principais propostas políticas a defesa dos direitos das mulheres, crianças e população LGBTQPIA+. Entre suas prioridades estão a defesa dos direitos reprodutivos e a legalização do aborto. Ela também foi a primeira transgênero a presidir a Federação de Estudantes da Universidade do Chile (FECh), criada em 1906 e a primeira organização do tipo na América Latina.
Cecilia Chung (57) dedica sua vida aos direitos da comunidade LGBTQPIA+, especialmente na área da saúde. Ela é uma líder de direitos civis, conscientização sobre HIV/AIDS, defesa da saúde e justiça social.
Além disso, ela é a primeira mulher transgênero e a primeira asiática a ser eleita para liderar o conselho de administração da Celebração do Orgulho LGBTQPIA+ de São Francisco e a primeira mulher transgênero e a primeira pessoa vivendo abertamente com HIV para presidir a Comissão de Direitos Humanos de São Francisco.
Em 2013, ela fez história ao conseguir que São Francisco se tornasse a primeira cidade dos Estados Unidos a proporcionar cirurgia de redesignação genital gratuita. Sua história, inclusive, foi contada pela série When We Rise em 2017.
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