Maria Manoella sobre novo trabalho no cinema: 'É um filme sobre a mulher livre, dona de si'

Uma das protagonistas do elogiado 'Vermelho Russo', atriz também comenta retorno à TV em minissérie global: 'É importante transitar'

CARAS Online Publicado em 27/04/2017, às 09h38 - Atualizado em 22/03/2019, às 16h25

Maria Manoella na estreia de 'Vermelho Russo' - Brazil News

A atriz Maria Manoella vive um momento de grande alegria na carreira. Nesta quinta-feira, 27, estreia Vermelho Russo, um dos destaques do último Festival do Rio. O longa que conta a história de duas amigas em Moscou vem conquistando público e crítica. "É um filme bem feminino", diz ela sobre o papel que confunde realidade e ficção.

No longa, duas amigas, vividas por Manoella e por outra atriz em ascenção, a ótima Martha Nowill, viajaram para estudar a técnica Stanislavski de interpretação. No frio russo, elas vivem à flor da pele emoções que estrapolam os limites da vida como atriz.

Em entrevista exclusiva para CARAS, Maria Manoella ainda falou pela primeira vez sobre o retorno à TV, na minissérie 13 Dias Longe do Sol, e comemorou o sucesso do irmão, Rodrigo Teixeira, que tem construído grande carreira no disputado cinema de Hollywood.

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Maria, você consegue transitar entre papéis em 'filmes de arte' e em veículos de massa, como seriados e telenovelas. Como é para o ator interpretar personagens em meios tão diferentes?


Eu acho que para o ator, que trabalha com pluralidade, é muito importante transitar em tudo, teatro, cinema, TV, todos os meios. O afeto e a energia que você emprega no trabalho é o mesmo, independentemente de você estar em veículos distintos. Claro que você tem um maior ou menor grau de envolvimento de acordo com cada projeto, mas isso tem a ver com a identificação dos temas abordados, e não com a diferença dos veículos.

Em 2015 você foi um dos destaques da TV como a Branca de Sete Vidas. Agora, você vai retornar à TV ?Globo na minissérie 13 Dias Longe do Sol. O que muda quando você está no ar na TV? 

A minha experiência com TV não é vasta, então não vejo uma grande mudança. Claro, as pessoas te olham mais na rua, a exposição aumenta, mas nada agressivo, ao contrário. É muito legal o carinho e o retorno do público e dos amigos, fico muito feliz. O legal é que o retorno é imediato.

Você pode adiantar alguma coisa sobre seu personagem? 13 Dias Longe do Sol?

A minha personagem é a Ilana, engenheira, chefe do departamento da universidade, amiga do calculista Newton e ex-mulher do engenheiro Saulo. Acho que não posso adiantar muito mais!

Vermelho Russo tem um roteiro complexo, Há espaço para um certo 'realismo'? e também para a experimentação. Como foi a preparação para este papel? Existiram grandes desafios nesse processo de criação?

Vermelho Russo é um filme que surgiu a partir do diário da Martha Nowill, atriz  que viajou comigo em 2008 pra estudar teatro em Moscou.
Ela escreveu para a revista Piauí e o Charly Braun resolveu filmar. O filme conta a história da Marta e da Manoella, duas grandes amigas e atrizes. Foi um processo muito intenso, porque por mais que estejamos fazendo ficção, estamos falando de nós mesmas, usando nosso nome real e questões reais, e lidando com situações de verdade num país estrangeiro, com um inverno rigoroso, e uma cultura muito diferente da nossa. Isso é sempre um choque e sempre dificultoso.  Espero que conte a nosso favor (risos).

Vermelho Russo é um filme sobre mulheres e que dialoga com questões femininas. Como você vê a oportunidade de participar de um projeto assim? Você acha que esse olhar dá um tom político ao longa?

Sim. É um filme muito feminino, que discute a relação de duas amigas, duas atrizes, suas inseguranças, suas competições, seus desejos, seus afetos. E sobretudo sobre a mulher contemporânea, livre, dona de si.

Seu irmão, o produtor Rodrigo Teixeira, recentemente ganhou o Independent Spirit Award e tem conquistado espaço em  Hollywood. Como você vê o fato de um brasileiro estar conquistando este espaço?

Acho maravilhoso e só me enche de orgulho. Rodrigo tem construído uma carreira muito consistente no cinema, e trabalha muito para isso. Hoje em dia e cada vez mais os brasileiros têm conquistado esse espaço fora. Acho incrível  que ele abra esse caminho e faça essa ponte para nós. 

Essa ligação com o cinema de vocês dois começou cedo? Vocês cresceram pensando em "fazer" cinema?

Desde muito pequenos sempre fomos ligados em cinema e literatura. Não sei se tinha um desejo pelo cinema especificamente, mas sempre quis ser atriz. O Rodrigo sempre foi muito ligado em cinema. Desde criança. Então foi meio natural nosso caminho. Mas não temos artistas na família, essa ligação é nossa mesmo.
 

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