Seca e o calor em excesso podem causar doenças nas vias respiratórias

Marcos Roberto Nogueira Publicado em 19/02/2014, às 16h58 - Atualizado em 10/05/2019, às 11h20

Saúde - Divulgação

Nosso corpo produz calor o tempo todo e regulariza a temperatura interna, em torno dos 36 graus, por meio da respiração (perda de líquido pela respiração), da transpiração e da vasodilatação. Nos dias de calor intenso, a perda de líquidos acelera-se e há um risco aumentado de desidratação.

Um organismo desidratado faz com que a mucosa nasal, ocular, bucal e da faringe perca umidade. É esse tecido que reveste as cavidades do corpo que produz o muco e, entre outras funcções, transporta impurezas para fora do organismo.

O ressecamento do muco dificulta esse transporte e, assim, as partículas biológicas e químicas tendem a se acumular nas superfícies, favorecendo a irritação inflamatória e a proliferação de bactérias, fungos e vírus. Condição propícia para o desenvolvimento de doenças na córnea e na conjuntiva, assim como em todo o revestimento da via respiratória.

Apesar de melhorar o conforto térmico, o ar condicionado pode agravar essa desidratação ao acelerar a perda hídrica do corpo e retirar umidade do ar. O resultado é ressecamento ocular, cefaleia, dor facial e congestão e formação de crostas no nariz. Em geral, pessoas que passam os dias em salas com esse equipamento são as que mais têm queixas de olhos e gargantas ardentes e nariz entupido. Borrifar soro fisiológico no nariz ajuda a mucosa nasal, mas isso só pode ser feito umas três vezes ao dia. Deve-se também evitar o uso de colírio nos olhos sem a devida indicação de um médico oftalmologista.

É importante hidratar o corpo para evitar que os desconfortos levem a doenças. Perdemos em média 2 litros e meio de líquido por dia. Recomenda-se beber ao menos 2 litros de água todo dia. A urina é um bom parâmetro para saber se está bem hidratado: deve estar clara, não concentrada e com pouca espuma.

A perda hídrica faz com que o organismo elimine sais, causando dor de cabeça, letargia, câimbras, náusea e vômitos. É importante, pois, aumentar o consumo de sucos de fruta natural e de água de coco. Já refrigerantes, bebidas alcoólicas e café devem ser evitados, pois tendem a aumentar a perda de líquidos.

Nos dias mais quentes, o gasto energético é mais elevado. A alimentação deve ser mais leve, sem excesso de gorduras, que demandam a intensificação do metabolismo corporal. Exercícios físicos também precisam ser evitados das 10h00 às 16h00.

Nas noites quentes demais, é comum as pessoas acordarem várias vezes pelo desconforto do calor, o que gera irritabilidade e sonolência diurna. Pode haver a descompensação de doenças já controladas, como hipertensão e diabetes. O quarto arejado, com uma bacia com água ou uma toalha encharcada dentro, ajuda a melhorar a qualidade do ar e do sono. Atenção aos umidificadores, pois a saturação excessiva da atmosfera do ambiente pode propiciar a proliferação de fungos, nocivos para alérgicos, asmáticos e riníticos.

Idosos desidratam-se mais fácil, porque têm diminuição fisiológica da sede e, muitas vezes, função renal mais restrita. Deve-se oferecer muita água também para crianças, gestantes, pessoas acamadas e com dificuldade de comunicação. Mas isso é apenas paliativo. O médico precisa ser procurado se um sintoma se tornar progressivo. Pode ser sinal de infecção e a pessoa precisa receber atenção especializada.

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