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Pediatra faz alerta perigoso a problema de saúde de filho de Bárbara Evans

Em entrevista à CARAS Brasil, o pediatra Miguel Liberato faz alerta sobre doença que acomete crianças menores de dois anos, em dias mais frios

Thaíse Ramos

por Thaíse Ramos

Publicado em 03/06/2024, às 16h13 - Atualizado às 16h31

A modelo Bárbara Evans com os filhos gêmeos - Reprodução/Instagram

Antonio, um dos filhos gêmeos da influenciadora digital Bárbara Evans (33), precisou ser internado no último domingo, 2, após receber o diagnóstico de bronquiolite. O pequeno, de apenas 6 meses, enfrenta o mesmo quadro que Jorge, filho do cantor João Gomes (21). Há cerca de duas semanas, Ary Mirelle (22), noiva do artista, usou as redes para falar que a criança já estava bem após um tratamento intensivo. Já a filha de Monique Evans (67) cuidou de seu bebê em casa, com o auxilio de uma equipe de pediatras e fisioterapeutas.

Em entrevista à CARAS Brasil, o pediatra Miguel Liberato explica que a bronquiolite é uma doença viral, enumera os sintomas, informa como deve ser tratada, além de alertar para os perigos e ressaltar sobre riscos de morte.

Segundo o profissional, a bronquiolite é uma doença viral que acomete, normalmente, crianças menores de dois anos e que acontece de forma sazonal, num período que vai de março a julho, que é uma época mais fria do ano. Ela atinge a parte que chamamos de via aérea inferior, ou seja, o pulmão dos bebês, e é causada, principalmente, pelo vírus sincicial respiratório, mas também pode estar relacionada à outros vírus, como influenza, parainfluenza, adenovírus, entre outros.

“Em boa parte dos casos, é uma doença viral benigna sem evolução para complicação. Cerca de 15 a 20% dos pacientes podem evoluir para o quadro mais grave da doença, sendo esses os prematuros, crianças com baixo peso, crianças com alteração cardiológica prévia ou até mesmo com doença pulmonar”, explica o especialista.

O diagnóstico da bronquiolite é clínico. “Ou seja, na maior parte das vezes, a gente não precisa fazer exame nenhum. Vamos juntando as informações sobre os sintomas e com o exame físico, ao escutar o pulmão, observamos “sibilos”, que é o que popularmente chamamos de “chiado” e desconforto respiratório, e a gente já consegue dar um diagnóstico de bronquiolite. Claro, também podemos pedir um teste de pesquisa de painel viral, que vem positivo. Para firmar o diagnóstico, também costumamos pedir um raio-x de tórax”, informa o pediatra.

SINTOMAS

A doença se manifesta, geralmente, com sintomas virais inespecíficos, de acordo com Miguel. “Nos primeiros três dias, pode aparecer febre, tosse, secreção clara do nariz e até mesmo espirros e acabar evoluindo para sintomas de desconforto respiratório. Após esse período, entre o terceiro e o quinto dia, a gente começa a observar uma piora dos pacientes, que podem apresentar aumento da frequência respiratória, ou seja, um cansaço maior para respirar e  dificuldade de se alimentar por conta desse cansaço. Alguns pacientes, inclusive, podem ter vômitos por conta da tosse”, fala.

De acordo com o pediatra, precisamos estar atentos aos sinais de gravidade. “A primeira coisa: crianças que têm fator de risco que são aquelas que nós falamos acima (...)  As prematuras, com problemas cardíacos, crianças com baixo peso e com problemas respiratórios prévios. Essas são as que a gente sempre deve levar ao hospital ou, então, qualquer criança que comece a apresentar sinais de gravidade, que são irritabilidade, incapacidade de mamar ou quando marcar as costelinhas ou pescoço para respirar. Também quando se atentar para o caso de a criança ficar com os lábios ou dedinhos roxos, já que isso significa que a oxigenação está comprometida”, alerta.

COMO TRATAR?

O pediatra Miguel Liberato ressalta que o tratamento é sintomático. “A gente vai dar suporte para essa criança, ou seja, remédio para febre, lavagem nasal, inalação com soro fisiológico e, em casos de pacientes mais graves, internação para poder ofertar o oxigênio de forma adequada à criança. Também podemos fazer fisioterapia respiratória e nos casos em que o  paciente apresentar vômito, suspender a mamada ou a alimentação e deixar no soro para evitar que ele se engasgue e piore seu cansaço respiratório”, diz.

“Não há um remédio específico para tratar a bronquiolite, porém, temos algumas medidas de profilaxia de prevenção de quadros graves. Além disso, recentemente, a Anvisa registrou uma vacina para prevenção da bronquiolite em bebês, vacina destinada ao combate do vírus essencial respiratório que causa bronquiolite. Ela é intramuscular, com esquema que envolve a aplicação de dose única na gestante durante o segundo ou terceiro trimestre da gestação. Uma super novidade que agora temos como possibilidade aqui no Brasil também”, emenda.

PERIGOS

O perigo principal da bronquiolite, segundo o pediatra, é essa criança evoluir para uma insuficiência respiratória, quando o desconforto respiratório é tão grande, que a criança não dá conta, podendo levar à morte, caso não tenha o manejo adequado, não tenha o tratamento de suporte e o organismo não consiga combater a infecção.

“Apesar de ter uma evolução benigna, sem gravidade e sem necessidade de hospitalização na maior parte das crianças, é possível, sim, que alguns pacientes desenvolvam um quadro mais grave da doença. Acho que é muito importante as mães estarem atentas a esse tipo de informação e, quando possível, restringir visitas ao recém-nascido, manter a higiene de mãos e, se possível, utilizar máscara quando for visitar crianças recém-nascidas e bebês menores de três em seis meses”, orienta Miguel.

“Como a bronquiolite acaba sendo uma doença frequente nessa época do ano, é muito importante as mães estarem atentas aos sinais, saber a idade típica e ficarem ainda mais atentas se os quadros brandos, que se parecem resfriados, começarem a evoluir para um quadro mais grave. Prestar atenção no padrão respiratório dessa criança. Observar se a criança está irritada, se tem alguma evolução desfavorável daquele narizinho escorrendo... Lembrar-se sempre: quanto mais nova a criança, maior a chance da bronquiolite ter uma evolução mais grave. Então não é preciso ter medo de restringir as visitas”, finaliza.

Miguel Liberato - Endocrinologista Pediátrico formado em Pediatria na Universidade Federal do Espírito Santo, com especialização pela Santa Casa de Misericórdia de São Paulo e título pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Professor do curso de Medicina da Faculdade das Américas e da pós-graduação em Endocrinologia Pediátrica no Instituto Superior de Medicina (ISMD).

O pediatra Miguel Liberato - Arquivo Pessoal

 

Thaíse Ramos

Thaíse Ramos é repórter do núcleo de pautas especiais do Grupo Perfil. Formada em Jornalismo, integrou as equipes de entretenimento do Estadão e Gshow e atuou ao lado do colunista Leo Dias. Ama música, cinema, moda e beleza. Instagram: @thaiseramoss

Saúde Bárbara Evans Bronquiolite Pediatra

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